sábado, 1 de agosto de 2015

Lugares, pessoas


Alguns lugares e algumas pessoas nos marcam. Eles e elas mudam com o tempo, porque praticamente nada na vida é imutável, mas ao menos para mim, alguns lugares e algumas pessoas, simplesmente continuam, ao menos em minhas memórias e pensamentos da mesma forma que os vi no meu primeiro encontro.

Por mais que os lugares muitas vezes nem existam mais e as pessoas não guardem a menor correspondência  hoje com o que foram, para mim não faz a menor diferença. é como se o tempo congelasse essas memórias em uma caixa translúcida que me permite acessa-las e ve-las exatamente da forma com que as capturei, sem distorções ou mudanças.

São pessoas que na maioria  nem tenho mais qualquer contato mas que me marcaram a tal ponto de me trazerem um sorriso com uma simples lembrança ao acaso. São lugares que provavelmente jamais estarei novamente mas que daria alguns dias de minha vida em troca de retornar a eles por poucos minutos.

São amigos, são amores, são ladeiras, são morros, são praças, são pedaços de minha vida que se passaram com estas es pessoas, com este lugares. São recordações que muitas vezes são mais fortes que o presente. São músicas que os trazem a tona, são simples palavras, são sentimentos que nos vem em momentos inesperados e trazem com eles lugares, pessoas.

Foram afeições trocadas, foram momentos de solidão passados em locais muitas vezes cheios de gente, foram momentos de felicidade pura e da mais profunda tristeza. São lugares e pessoas que se tornaram marcas indeléveis em minha existência e embora não os mencione sei exatamente onde estão e como são.

Se fizeram eternos, gravados estão na retina não silenciarão até que eu silêncie para sempre.São mais fortes do que qualquer vontade que eu tenha de elimina-los e eu não tenho tal vontade pois fazem parte de mim, construiram parte de quem eu sou como tijolinhos afetivos e hoje estão impregnados em mim de maneira irrepáravel. Lugares, pessoas, pessoas, lugares. Estão em meu coração e para sempre ficarão. Não são de forma alguma melhores ou piores do que os lugares e pessoas de hoje. São apenas emoções passadas que se recusam a ir embora e eu, para ser sincero, nem quero que elas vão.

É isso.

Ouvindo: J. Cash

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Sera que ela ainda me amaria?


Tenho uma dúvida cruel, que me assola e volta e meia me atormenta. Minha irmã, Fernanda que morreu e hoje estaria aproximadamente com 32 ou 33 anos, ainda me amaria se viva estivesse? Ou será que como tantos outros me acharia um ser intolerável? Pode parecer bobagem, mas é para mim é algo terrível de se pensar porque não tenho resposta possível para isso.

Eramos inseparáveis e ainda hoje posso ouvir o som de sua voz e ver os seus cabelos dourados como campos de trigos, revoltos, correndo para lá e para cá. As vezes, deitávamos um do lado do outro e ficamos aconchegados, sem trocar palavra e ela dormia. Não sei exatamente porque mas toda vez que escuto a "Ave Maria" com a interpretação de Maria Callas, lembro destes momentos. Se ouvir com Jessye Norman, nem ligo, mas com Callas, é como se me transportasse para aqueles momentos e eles se tornam tão vívidos, tão reais, que quase posso toca-la.

Me conforta saber que existiu uma pessoa no mundo que ainda que embebida em total inocência inerente a sua pouca idade me amou sem reservas e sem julgamentos, mas como disse acima me atormenta não saber se este amor teria durado. Ela certamente teria outros amigos, mais legais que eu, um namorado, marido, enfim, pessoas que preencheriam sua vida e minha irmã, acreditem, estava fadada a ser uma pessoa que além de chamar a atenção de todos faria com que todos a sua volta nutrissem apenas sentimentos positivos sobre ela.

Eu não sei se ela me amaria ainda mas seu que eu a amaria ainda mais, com ainda a amo, ou amo a sua memória e as lembranças que ela me traz. Minha irmã era todo encanto e dulçor e tinha prazer em minha companhia. Até hoje não consigo entender o porque deste prazer. Depois que ela se foi, não consegui identificar ninguém que genuinamente sentisse prazer em estar comigo com ela tinha. Me parece que sempre existe uma parte de obrigação nas interações comigo por parte das outras pessoas que comigo interagem. Claro que posso estar errado, mas é assim que vejo e sinto.

Eu queria ter uma certeza a este respeito. Acalmaria meu coração. Me faria saber se sou um caso absolutamente perdido ou se consegui fazer ao menos uma pessoa me amar. Eu não sei e nunca saberei esta resposta e em dias especialmente tristes como hoje, esta certeza me traria alento a alma, me deixaria menos infeliz, me daria um animo que no momento não tenho.

Amor é tudo o que tenho, apesar de parecer o contrário. É tanto, que não sei o que fazer com ele.  Estou ouvindo "Ave Maria" estou vendo aqueles cabelos loiros revoltos correndo pela casa ou pelo quintal. Estou ouvindo aquela voz que me chamava de 'Davizinho", estou quase sendo o tal Davizinho, mas dai me lembro que a vida me fez Miranda. E o Miranda hoje esta destroçado.

É isso

Ouvindo: Maria Callas

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Eu preciso


Eu preciso de carinho, de abraço. Eu preciso saber que as pessoas gostam de mim, precisam de mim. Eu preciso saber que faço a diferença, eu preciso de afeto, preciso de confiança. Eu preciso de admiração, de palavras que me estimulem, que me façam ao ouvi-las me sentir alguém.

Eu Preciso de compreensão. Eu preciso afago, preciso que não me julguem. Preciso que vejam além de minhas palavras e atos, que vejam minhas intenções e as entendam. Eu preciso de  amparo a cada queda, preciso que uma mão me seja extendida.  

Eu preciso de algo que aplaque a carência, de um sentido, de uma direção, de uma palavra. Eu preciso me encontrar e preciso que as pessoas me achem. Eu preciso de adequação, mas sem me adequar para não morrer de tédio. Eu preciso de luz porque a escuridão me cega aos poucos. Eu preciso ter valor para que possa recebe-lo de outros.

Eu preciso saber quem sou para me apresentar apropriadamente, eu preciso me cuidar, eu preciso de cuidado. Eu preciso de carícia eu preciso ser alguém. Eu preciso de um foco, de um norte, saber para onde ir porque se não souber, como vou chegar?

Eu preciso de referências, eu aprender, eu preciso ter coragem. Coragem até de ter medo e me proteger. Eu preciso acordar do sonho e viver a vida real, até para que ela seja linda como um sonho bom.

Eu preciso de amor e amor é tudo o que se precisa nesta vida.

É isso

Ouvindo: Chris Rice

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Sobre Donald Trump


Não, não sou norte americano sequer estive alguma vez em solo  norte americano, sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor. Mentira. Sou brasileiro porque nasci aqui, se tivesse nascido na Bélgica tava valendo também, não me sinto especial por ser brazuca. E ai, meus amigos, começa o post sobre Donald Trump. Ele sim, se sente diferenciado, especial, melhor do que o restante do planeta, por ser americano. Gente assim, é um perigo.

Como posso falar sobre Trump? Bom, sou uma pessoa informada, não razoavelmente informado, mas bem informado mesmo, acima da média eu diria, então posso falar sobre Trump o sem passar vergonha. E sinceramente, achar que se uma pessoa com o seu perfil assumisse a presidência dos Estados Unidos não vai afetar em nada o nosso Brasil varonil, é no mínimo passar recibo de alienado.

Trump odeia imigrantes ilegais, odeia o estado como regulador da vida das pessoas (o que eu concordo com ele), até porque se americano fosse eu seria um Republicano moderado, jamais um Democrata empedernido desses que querem estatizar até o pensamento humano. Mas Trump, é preciso dizer, nã oé um Republicano, é um empresário que visa lucro máximo, gastando o mínimo possível e fazendo com que as engrenagens do estado rodem livres de qualquer intervenção.

Ainda há que se lembrar que quem como eu gostava de assistir a versão maericana de "O Aprendiz" que ele protragonizava, sabe que Trump tem um espírito altamente beligerante, pronto para comprar uma boa briga e transforma-la em uma guerra. O mundo não precisa de um presidente que guarda a chave do silo militar que pode acabar com o planeta via bombas atômicas com este temperamento.

Trump, antes mesmo de ser confirmado como candidato Republicano já deu diversas declarações que vão desde a misoginia até a xenofobia mais rematada e as dá de forma firme, segura, sabendo bem do que fala e sem a menor intenção de se desculpar futuramente. Trump tem a bem da verdade um plano de ação definido, mas este plano de ação nada tem a ver com a melhoria de vida das camadas menos favorecidas (sim, existem pobres e também paupérrimos nos EUA) e sim com o avanço da prosperidade da classe média americana. Trump não aceita "coitadinhos" em seu país e de fato pensa que você é pobre, em algum momento você errou no planejamento de sua vida e deve pagar por este erro. Em sua visão um tanto quanto obtusa, para falar o mínimo, não existe o conceito de que o Estado deva prover qualquer alívio para os necessitados, apenas desregulamentar a economia até que ela atinja níveis quase zero de gerência deste mesmo Estado.

E o que isso tudo afeta o Brasil? Bom, penso que Trump não nos verá como parceiros e sim como adversários na luta pela venda de carnes, grãos, frutas, enfim, tudo o que tanto nós quanto eles produzimos. Trump não acredita em colaboração e sim em competição e na velha frase "que vença o melhor" e acreditem, ele fará de tudo para que o melhor seja ele.

Trump não deve conseguir a nomeação do partido Republicano para concorrer a presidência, mas o simples fato de ter destaque em sua tentativa  de emplacar um projeto megalomâniaco como o seu já deveria fazer corar e arrepiar as pessoas de bom senso. Não fez até agora. Triste mundo este que vivemos. Triste USA.

É isso.

Ouvindo: Eminem

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Donnie Brasco


Antes de mais nada devo confessar: Se existe alguma organização que me fascina, e ai, sem juizo de valor quanto aos seus métodos e mesmo objetivos, é a Máfia. Por um único motivo que vem a ser a questão da lealdade e amizade tão decantada por eles. Sei que não é uma real lealdade, mas o conceito me fascina a amizade e seu subproduto mais importante, a lealdade, é o que me faz gostar tanto das histórias que fazem a mítica da Máfia sobreviver aos anos e as mudanças na sociedade em que ela (ainda) esta inserida.

Duas obras para mim são fundamentais para entender o funcionamento da Máfia e em que pese uma "edulcoração" evidente em ambas sobre a realidade, ainda sim, "O Chefão" ( o livro muito mais que os filmes) e Donnie Brasco, o filme sobre o qual vou falar, são obras que definem de forma clara e com riqueza de detalhes os meandros da Máfia.

Donnie Brasco, é antes de mais nada um filme onde Al Pacino tem mais uma interpretação segura e estupenda, dando vida ao patético mafioso em franca decadência Left Two Hands, realçando todas as nuances de uma personalidade tão rica quanto perdedora. Michael Madsen, um ator apenas mediano, tem em seu Sonny Black a oportunidade de brilhar como um ator capaz de voar mais alto que o habitual. Mas é Johnny Deep, na pele de Donnie Brasco/Joseph Pistone, quem da show ao fazer de seu personagem uma aula de interpretação a ponto de rivalizar com o mestre Al Pacino. Seu registro, que é contido e quase minimalista mesmo quando seu personagem tem explosões de fúria e se torna violento consegue fugir do esteriótipo dos personagens de filme de gangsters e segura a atmosfera de tensão permanente do ínicio ao fim do filme.

Mas o que mais me chama atenção no roteiro de Donnie Brasco é o clima de melancolia que permeia o filme do inicio ao fim. Não se  está falando da Máfia glamurosa de "O Chefão",que talvez fosse até mais violenta que a de Donnie, mas sempre cercada por famílias milionárias que comandavam o espetáculo. Em Donnie, o foco é em mafiosos que embora não menos violentos que seus pares são decididamente muito menos imponentes no aspecto financeiro.

Assistir a construção de uma real amizade como a de Donnie e Left em meio a toda violência a sua volta e a evidente falta de perspectiva para que esta amizade persevere chega a ser comovente e as atuações de ambos chegam a fazer a garganta dar um nó em vários momentos do filme.  Percebe-se que o eixo central do filme pouco a pouco vai sendo deslocado para a questão da amizade entre ambos em detrimento do lado gangster. Próximo ao final, não importa mais quem é mocinho e quem é bandido, pois tanto Donnie, tem impregnado em si mesmo um DNA bandido, como Left  tem seu lado "correto" realçado.

Claro que a mensagem central do filme, que é baseado em uma história real, é a do triunfo da força policial organizada e eficiente ante bandidos que não tinham nenhum esquema de gerenciamento de suas operações, sendo tudo definido no instinto e operacionalizado na força bruta, mas o que fica após mais de duas horas de filme são os laços de amizade, lealdade e confiança  desenvolvidos pelos dois protagonistas.

Não é um filme pirotecnico. Não existem perseguições entre carros, lutas espetaculares, não vemos também consumo de drogas ou bebidas em quantidades patagruélicas, nada disso. O que se vê em Donnie Brasco é  uma lição como poucas de como se fazer um cinema descente. Algo cada vez mais raro.

É isso.

Ouvindo: Sepultura

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Sou feio. Sou gordo. Sou chato.


Constatações como as que dão título a este post são inevitáveis por evidentes que são. Não é o fim do mundo, não me afetam, não me fazem infeliz. A vida segue, o mundo gira. Tudo o que está debaixo do Sol continua da mesma forma o que me revela minha total insignificância. Se eu fosse bonito, magro e bacana seria do mesmo jeito. Eu vou morrer um dia e morreria se fosse diferente. Perceber quem eu sou apenas  da a mim mesmo uma visão mais clara de quem eu sou o que fui e o que posso ainda ser. São duas coisas absolutamente cristalinas e práticas e uma conceitual. Ser feio e gordo é algo inegável para mim. Ser chato é a questão conceitual e a que tratarei por último por ser um pouco mais complexa. Nada demais, afinal não sou uma pessoa assim tão espetacularmente multifacetada, mas ainda sim este último tópico tem sua carga de vá, lá, complexidade.

Fui uma criança fofa e linda. Nasci loiro e com olhos verdes. Eles ainda ficam verdes de vez em quando, mas basicamente é quando fico nervoso. Ou quando o tempo muda bruscamente. Por algum motivo que desconheço e também não fico meditando nele. Fica verde e pronto. Mas fato é que fotos da época comprovam que eu era um menino bem bonito. E me tornei um adolescente, (ja de olhos castanhos, mas ainda de cabelos revoltos e fartos), bem apreciável. Gostava de chamar a atenção das meninas, não gostava de chamar a atenção dos meninos mas por algum motivo chamava, o que só me causava dissabores, uma vez que não é o meu lance, e talvez por ter uma carinha desprotegida e um certo olhar frágil, chamava sobre tudo atenção das mulheres mais velhas. Era magro, e não obstante estas questões pouco me dizerem naquela época e mesmo hoje, era assim que eu era. Sempre gostei de comer mas gastava tanta energia jogando bola com os amigos, andando para lá e para cá e sobretudo com sexo desenfreado e continuo que me mantive magro até me casar pela primeira vez. Foi uma parte bacana da minha vida, mas já nesta época, era um cara bonito e chato.

Dai, após me casar, engordei. Foi um processo relativamente lento, talvez uns dois ou três anos, mas me tornei um cara gordo. O que me aborrece não é ser gordo, afinal continuo a mesma pessoa, com as mesmas convicções e tentando ser melhor ao longo do tempo. Ser gordo ou ser magro não afeta a forma com que vejo a vida mas curiosamente afeta a forma com que as pessoas me veem. Já ouvi coisas inacreditáveis por ser gordo, desde que sou preguiçoso, até que sou glutão. Como de forma normais para o padrão de um adulto saudável, apenas tenho diabetes o que mexe com o metabolismo, mas se digo isso, ai tenho que ouvir que sou uma pessoa que vive de desculpas. Então, ser gordo é algo com o que me acostumei e não me cobro quanto a isso. Tento apenas manter um peso no limite para não prejudicar demais a saúde e não morrer antes de ver minha filha casar e me dar netos e na verdade ainda tenho alguns projetos que gostaria de realizar.

Claro que cometo minhas gordices, mas quem não as comete? Ser gordo não é de forma alguma crime ou algo a ser condenado, é apenas uma característica como o são a cor dos olhos e da pele. Isso deveria ser visto com total naturalidade e sem julgamentos, mas é exatamente o contrário. Umas sociedade que está cada vez mais obesa esforça-se para criticar de forma contundente a si própria sem o menor pudor. Chega a ser quase engraçado, mas no fim das contas é trágico mesmo

Quanto ao último tópico, o ser chato. Sim, eu sou. Mentira. Não sou, mas me faço. Carrego comigo, por uma série de fatores que não vem ao caso a exposição uma sensibilidade muito grande e aflorada. Fico magoado com uma facilidade absurda, acho que tudo que é dito de ruim tem a mim como destinatário. Tenho uma timidez original que por trás desta capa de chatice é bem atuante e me faz travar em momentos capitais. Poucas pessoas se dispuseram a me conhecer para além de uma superfície aparente que mostra alguém sem paciência, explosivo e em muitos momentos, indomável. Não ser fácil é uma opção para que eu possa manter as pessoas longe de mim. Existem muitas pessoas de quem eu realmente gosto, adoraria ter contato, saber mais delas, mostrar a elas quem eu realmente sou, mas o medo de ser rechaçado, de não ter correspondência me faz ficar inerte, na minha, sendo chato. Não teria dificuldade em virar a chave, sou uma pessoa de razoável inteligência, mas o medo de ser rejeitado é sempre mais forte.

Gosto de ajudar as pessoas, de ouvi-las. Gostaria de ser mais amável, expontâneo, pronto em servir, em ajudar, uma pessoa com quem se pudesse contar, mas tenho uma trava que me impede de relacionar-me com as pessoas de forma saudável. Entre ser chato e ser legal eu prefiro obviamente ser legal, mas e se não gostarem da minha persona legal? E se ser legal for o passaporte para o meu fim? Então ser chato é a opção mais segura, já que a maioria das pessoas não me suporta mesmo, que ao menos tenham um motivo palpável.

Sou feio. Sou chato. Sou gordo. Contra as duas primeiras coisas nada posso fazer. Contra a terceira, eu posso, mas tenho medo e o medo paralisa, então serei assim até que algo muito drástico aconteça. A vida nem sempre me é gentil, na maioria das vezes não, na verdade, mas insisto em viver. é Assim que sou. Sou um insistente.

É isso.

Ouvindo: J. Cash

terça-feira, 21 de julho de 2015

Triste fim de Thalles Roberto


Thalles Roberto ainda não entendeu que não se engana todo mundo o tempo todo. Polêmicas atrás de polêmicas, declarações sem sentido e principalmente sem qualquer fundamento bíblico fazem de Thalles um personagem digno apenas de oração e intercessão por parte de cristãos que se disponham a fazer isso por esta pessoa.

Thalles ja esteve envolvido com a música secular e claro, jamais obteve o sucesso que almejava, por ser um músico absolutamente comum. Não existe destaque acima do normal nas habilidades musicais de Thalles. Não canta mal, mas também não canta bem. Como instrumentista é mais um entre os vários bons instrumentistas que o Brasil oferece. Não tem absolutamente nada que possa destaca-lo na multidão de músicos sejam cristãos ou não que existe em nosso país. Thales, na verdade, no quesito vocal perde para muitos de forma acachapante.

Por outro lado, quando se fala em música cristã, isso não importa ou não deveria importar. Músicos cristãos estão a serviço de seu Mestre, deveriam ser unidos, deveriam fazer uma música que alem de prover o sustento de seu ministério também trouxesse o seu sustento pessoal. Mas sem rivalidades, sem disputas entre quem é o melhor ou mais importante e via de regra, ao menos para consumo externo os cantores e cantoras com longos anos de estrada não se comportam desta forma. Buscam a boa convivência entre si e fazer o seu trabalho de forma digna e honesta.

Mas não é o caso de Thalles Roberto. Enquanto a maioria de seus pares tem a devida noção de que nada são sem o suporte de Deus, Thalles adora jactar-se de ter um das páginas com mais seguidores no Facebook no Brasil, de ser um dos maiores vendedores de discos do Brasil, lança uma Bíblia estapafúrdia, a "Biblia de Thalles" entre outros badulaques que nada tem a ver com o propósito de seu  "ministério" musical. Thalles, em suma, "se acha" o que é algo absolutamente contrário ao que ele pretende fazer como cristão antes de mais nada, e como cantor que quer pregar as boas novas de salvação do evangelho.

Nada mais comum na caminha de Thalles do que ele se afirmar o tempo todo que é um "homem de Deus" que tem conversas diretas com Ele. Que bom se for verdade. Mas quem vive a seara do evangelho sabe muito bem que quando se é um homem de Deus, o que menos se precisa é afirmar que se é. Um homem de Deus é reconhecido pelos com que ele convivem de forma natural e sua liderança não é imposta e sim conquistada.  Como exemplo cito a cantora Cassiane. Sou um fã digamos recém convertido de sua pessoa. Cassiane não faz exatamente o tipo de som que gosto de ouvir, tem uma boa voz, mas muitas vezes tenta fazer com ela, a voz, mais do que de fato pode e isso acaba em derrapadas fenomenais. Mas sabe onde Cassiane se impõe sem falar uma palavra? AEm sua postura de mulher cristã, mulher de Deus. Cassiane não faz discursos dizendo-se a dona do bairro, a mais vendedora, nada disso. Fala o tempo todo sobre o que Deus fez e faz em sua vida e de sua família, confessa-se pecadora e indigna das misericórdias de Deus e caminha segundo o que se espera que uma cristãs caminhe. Entende o seu papel como referencia no meio evangelico e trata a todos com humildade e de forma agradável. Thalles por sua vez, acha que é uma estrela. Não é.

Falta a Thalles o entendimento clássico de que o seu público espera antes de mais nada não que ele cante espetacurlamente bem ou faça performances pirotécnicas, nada disso. O que seu público espera é que ele lhes traga uma música poderosa embebida em unção divina, uma palavra que chacoalhe seus corações e lhes alivem os maus momentos. Querem sim, um líder, mas jamais um semi deus e Thalles se enxerga assim, como um semi deus.

Hoje a maior façanha de Thalles é algo totalmente negativo, com seu discurso confuso e mesmo tresloucado, Thalles consegue apenas dividir o meio evangelico, entre os que não tem ainda sabedoria para distinguir sua fala sem sentido de algo perigoso e nocivo e os que ja sabem que é exatamente isso que ele é, algo perigoso e nocivo. Nem de longe é a pessoa acima da média que crê ser, nem passa perto de ter uma obra que se possa considerar consistente e apreciável, antes, é mais um entre tanto fazendo um som absolutamente comum.

Ao invés de procurar cobertura espiritual, de procurar estar aos pés de Cristo, Thalles busca fama, sucesso e glória terrena. Sua vaidade é tão grande e lhe cega de tal maneira que é capaz de dizer as barbaridades que disse e ainda achar que não disse nada de mais.  Perde seu tempo e o tempo alheio com palavras absolutamente descontextualizadas do universo cristão, palavras vãs que enaltecem apenas a si próprio e seu suposto grande trabalho cristão.

Se Thalles realizar sua fala e for levar sua música mediana a outras praças (ao publico secular), vai ser engraçado ve-lo disputar espaço com os "grandes". Afinal, se os cantores cristãos são medianos, os seculares, para onde Thalles vai, são os bons não é mesmo?  Triste fim, Thalles Roberto, triste fim de uma pessoa que ve em si mesmo um talento inexistente e demonstra uma soberba inacreditável. Seja no gospel, seja no secular, seu futuro está completamente comprometido.

É isso.

Ouvindo: Cassiane