De como Emicida salvou a combalida musica nacional

Emicida é o salvador da Pátria. Nos salvou dos párias que assolam a música nacional. Emicida lançou um álbum brilhante, antológico, um álbum que vai ficar na história. Daqui a 100 anos falarão os historiadores especializados em música sobre "O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui".

Não se trata apenas de mais um trabalho. é Artesanato musical. Como um carpinteiro Emicida criou um álbum para ser degustado aos pouco mas intensamente. Necessita de no mínimo umas 20 audições para se chegar nas camadas mais profundas do disco. Aviso aos ignorantes: Não percam seu tempo ouvindo. Não entenderão o que Emicida diz em cada uma de suas faixas. É serio. Se seu lance é Thiaguinho ou os sertanejos abilolados ao estilo Vitor e Léo, nem se de ao trabalho. Vai se frustrar, ou pior, vai achar Emicida uma bosta quando a bosta é você que escuta essas merdas em forma de música.

Emicida, no que pese suas confusasposições politicas ( já o vi fazendo show com uma bandeira do MST afff!!! ingenuidade tem limite mas tudo bem),  é um artista completo. é completo porque além de todo o seu talento possui a vivência dolorida de quem canta do que viveu, não do que poderia achar que é.

Seu trabalho tem participações mais que especiais. Tulipa Ruiz, minha cantora fetiche do momento. Pitty, talento puto a anos carregando o Rock nacional nas costas, e Dona Jacira na melhor faixa do disco " Crisântemo".  É  incrível e até mesmo perturbador, como pouco mais de cinco minutos de música ( no caso de Crisântemo), podem arrepiar todos os pelos do corpo de uma pessoa de forma tão avassaladora. (dentro da óbvia limitação vocal de Emicida), é claro, mas essa limitação é completamente irrelevante para o banquete que Emicida nos oferce co seu disco absolutamente fantástico.

Gravado e lançado de forma independente, de uma forma totalmente off marketing mas contando com a irônia de um status conferido a Emicida de estrela que sobe sem parar,  " O Glorioso..." conta com um esquema de divulgaçao em redes sociais que funciona de forma eficiente e mostra que não é necessário vender a alma paa a primeira gravadora que aparece como Thiaguinho e Michel Teló fizeram em troca de uns tostões e contratos cretinos.

Emicida salvou a música brasileira, combalida tadinha, porque aponta um caminho a ser seguido. Um caminho onde a qualidade deve ser primoridal e vir na frente do marketing. Um caminho que não se deixa conspurcar por estratégias que vendem a alma do cantor para o primeiro Mifistófeles que aparecer mostrando que sim, Fausto tem uma saída honrosa que passa por produzir coisas prestáveis e além do "prestável".

Ele compôs uma jóia de raro valor  e toca fundo nas mentes e corações de seus ouvintes, que percebem a criatividade, o vulcão de rimas e metralhadora de palavras que Emicida se tornou cada vez mais co uma efetividade maior.

Emicida salvou a música brasileira de si mesma. Mostrou para os barões das grandes gravadoras que RAP de qualidade vende sim e pode ser moldado ao Samba e a própria MPB pois música boa náo tem fronteiras de estilos.

Obrigado, Emicida por salvar nossa combaloida mpusica nacional e mostrar que sim, temos talentos que podem ser melhores que muitos medalhhões inúteis que as gravadoras insistem em lançar.

É isso

Ouvindo: Emicida.