sábado, 1 de março de 2014

About Robocop

"Todos os anos,
 Todo o amor que foi nosso,
 Todas, as horas"
Frase final do espetalcuar, magnifico, excelente mesmo, "As Horas" de Stephen Daldry com a arrebatadora trilha de Philip Glass

Uma frase, uma misera frase de um bom filme pode ser mais significativa que todo um filme feito para ser apenas um fim em si mesmo e nao alimentar alma e coração.

Stephen Daldry, quando  dirigiu, as Horas, certamente não tinha em mente se este filme seria um blockbuster, alias, tinha certeza que não seria. Mesmo assim, Maryl Steep, Juliane Moore, e até Nicole Kidman que geralmente é uma atriz de gritar de ruim emocionam ajudadas por Ed Harris (sempre fabuloso) em pouco mais que uma magistral ponta. Esse pessoal todo, tem muito o que se orgulhar por ter participado deste projeto, por tudo o que ele representa como arte e por fazer o público que foi assisti-lo sair com a respiração presa, pensando sobre o que é a vida e seu real significado.

Agora, esculhambemos Robocop, o filme de José Padilha, para horror dos brazucas que se emocionam por ser o primeiro blockbuster dirigido por um brasileiro que teve 130 milhões de dinheiros americanos da Sony e da MGM para torrar com a bosta que ele chama de filme.

Um parêntese: José Padilha é sim um grande cineasta, "Onibus 174" é simplesmente perfeito como cinema, um documentário que se assiste do inicio ao fim sem respirar praticamente, mas que em Robocop, simplesmente fez um cinema rasteiro e sem vida.

Padilha andou falando para os principais meios de comunicação brazucas que fez um filme "brasileiro" com as 130 milhas que teve para desenvolver o projeto, mas os primeiros 15 minutos de filme desmentem totalmente sua tese. Robocop é apenas mais um entre os tantos lixos feitos para faturar no minimo 3x mais do que custou que anos após ano invadem as telas mundo a fora.

Não basta ter bons atores para um filme funcionar e no caso de Robocop eles estão no minímo preguiçosos. Samuel  L. Jackson, que já brilhou como "Shaft" atua claramente no automático, tentando a todo custo inserir um debate tolo na mente do coitado do espectador que caiu no conto do bockbuster made in USA com sotaque brasileiro. Ele mesmo sabe a bobagem que é o seu papel pois o desempenha de forma sonolenta demais.

Gary Oldman, um puta ator, mas um ator que quase nunca é menos que espetacular mesmo, está irreconhecivel como um cientista metido a cretino que só faz merda o filme todo. Que conversa mais fiada é aquela? Ele tem coração? Ele é bacana? Ele se move pela ciência ou pela grana? A indefinição de seu personagem, tanto moral quanto pratica mesmo não contribui em nada para salvar o filme da derrocada eminente já pela primeira meia hora. Da vontade de sair do cinema e cometer assasinatos em série e jogar  aculpa no filme, mas ninguém levaria a sério haja visto como o filme é ruim!

Joel Kinnaman em comparação com Peter Weller, o Robocop original, é simplesmente um lixo. Um ator que tenta ser algo entre o emocional e o durão e nada mais é que uma caricatura sem sal do original. Lhe falta o humor de Weller, lhe falta  a competência dramática, lhe falta timming comico, pois em alguns momentos ele poderia fazer de passagens tenebrosas do filme, algo meio puxado para o humor, mas não,  insiste em se levar a sério assim como todos ali. Com aquele roteiro mediocre?  Impossível!

Roteiro que alias é o grande problema de Robocop.  Uma tentativa idiota de falar sobre o futuro de um mundo cercado por Drones policiais sem alma e coração e mega corporações dominantes. Futuro??? Em que mundo Padilha e seus roteiristas metidos a besta mas que mal sabem escrever vivem? O futuro de Robocop já existe. Então inserir uma discussão sobre algo que já acontece, sem diga-se de passagem propor soluções, ou ao menos, caminhos a serem seguidos em uam discussão sobre os tema, jogando-os ao leo, apenas por jogar para matar as quase duas horas de aborrecidas imagens se sucedendo na tela é perda de tempo meu , seu e de quem mais for assistir.

Padilha poderia ter optado por um projeto mais autoral como fez Fernando Meirelles ao filmar uma história de Saramago. Ninguém viu? Não, ninguém viu, mas os poucos afortunados que viram certamente gostaram de ter o que debater depois, ao invés de ficar com os ouvidos prejudicados por explosões sem sentidos e diálogos de horripilantes de tão mal escritos, que dão claramente a impressão de terem sido feitos as pressas.

Padilha, ao afirmar que Robocop é um filme brasileiro feito com dinheiro gringo, só mostra que ainda estamos a anos luz do que cinema sério e sobretudo do cinema como obra de arte que tolos como eu imaginam que ele deve ser. O cinema hoje é apenas um negócio, como qualquer outro, em que 130 milhões de dinheiros americanos devem virar no minimo, 3, 4 ou 5x isso.

Robocop, certamente conseguirá isso, ainda mais com a debilidade mental de públicos como o brasileiros e os chacaninhos ignorantes da periferia do mundo que adoram explosões em profusão, mas certamente o primeiro Robocop de Paul Verhoeven, segue imbátivel como denuncia de um mundo frio, cinico e calculista que já se instalou sobre nós. A José Padilha, resta ser lembrado por "Onibus 174" e o PRIMEIRO "Tropa de Elite, por que Robocop segundo sua visão é pouco mais que um lixo em forma de pelicula!

É isso.

Ouvindo: A magnifica trilha sonora de "As Horas"

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