domingo, 15 de junho de 2014

Deus ajude, o monstro em mim


O monstro em mim
É enjaulado por barras fracas e frágeis
Inquieto de dia
E, de noite, cria confusão e se enfurece com as estrelas
Deus ajude o monstro em mim

O monstro em mim
Teve que aprender a viver em dor
E a se abrigar da chuva
E num piscar de olhos
Pode ter que ser contido
Deus ajude o monstro em mim

Ás vezes, ele tenta me enganar
Diz que é só um um ursinho de pelúcia
E, de alguma maneira, até consegue desaparecer no ar
E é aí que eu devo ter medo
Do monstro em mim, que todos conhecem
Eles o-viram vestido em minhas roupas
Obviamente obsurco
Se é Nova York ou ano novo
Deus ajude o monstro em mim

O monstro em mim

E nada, nada mesmo poderia me traduzir melhor do que esta espetacular canção de J. Cash. Este sou eu, sem tirar nem por, e não, não há vanglória alguma nisto. Apenas uma fria constatação de quem eu sou. Sem retoques, sem auto exaltação ou comiseração, nada. Sem base, sem blush, sem rímel, sem sobras. Apenas um homem  de 41 anos tentando sobreviver a segunda metade de sua vida e que não se entusiasma muito com a primeira que já se foi.

E nada, nada mesmo pode expressar a angústia que as vezes se apodera de mim e nada pode se igualar a euforia por pequenos acertos. Eufórico, angustiado por vezes indiferente. Mas nunca apático ou sem vontade. O monstro em mim não permite que eu me reduza a apatia, ele ruge, grita, berra, esperneia me impulsiona para frente e não, ele não tem nada da fera no fundo bacaninha que a Disney idealizou ao filmar  "Beauty And The Beast" nada disso. É um monstro feio e sem face que fica urrando dentro mim em busca de liberdade mas que por enquanto é sufocado. Porque se um dia ganhar a liberdade que as frágeis barras da canção mencionam... Bom, "God Help, The Beast In Me"



É isso.

Ouvindo: J. Cash




















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