domingo, 20 de dezembro de 2015

Sós, porém conectados


E se o barulho das festas, das grandes aglomerações, da música alta, das taças tilintando umas nas outras, das piadas nem sempre engraçadas as quais nos forçamos a rir, dos carros velozes, das palavras ao vento, enfim, barulhos não faltam, mas e se todos eles fossem trocados, neste final de ano que se aproxima, por momentos de reflexão.

Reflexão requer silêncio, requer tranquilidade. Requer muitas vezes, solidão. É na solidão que podemos muitas vezes nos refugiar de abraços vazios, de palavras ditas  apenas para agradar, sem profundidade alguma, de sorrisos plastificados que nos são distribuídos apenas de forma protocolar e de tantas outras ferramentas de convívio social que são utilizadas no dia apenas para que passemos batido pelo fato de que a vida nos dias de hoje cada vez mais corre sob o signo da superficialidade.

Whats, facebook, twitter e tantas outras redes sociais banalizaram de tal forma o contato humano que conversar  frente a frente acabou virando quase que um suplício para boa parte das pessoas. A vida vai no automático por vezes mentiras passam por verdades e vice e versa porque já não importa muito mais saber o que de fato acontece com as pessoas pois isso importar-se com elas.

Importar-se com alguém nos dias de hoje talvez seja a maior demonstração de apreço que um ser humano pode ter por outro, pois importar-se  com quem quer que seja traz uma carga de sentimentos implícitos que simplesmente hoje são muito mais difíceis de serem desenvolvidos do que há tempos atras. Bom dia, boa tarde, boa noite. Frases simples que hoje quando ditas via redes sociais vem  de forma quase invariável atadas a emoticons fofinhos e quando ditas olho no olho são pouco mais do que grunhidos ininteligíveis ditos apenas pela obrigação que a boa educação nos impõe. Perdemos o hábito de de fato desejar que o dia de alguém seja bom e isso é assustador.

Neste fim de ano, um pouco de silêncio, alguns instantes de solidão, de reflexão ainda que forçada se faz necessário. Entender quem somos e sobretudo em quem ou o que estamos nos tornando faz toda a diferença, pois quase que imperceptivelmente a sociedade caminha para o isolamento e isto ocorre ironicamente quando mais estamos conectados pela tecnologia que nos cerca.

Abrace, beije, ame. Tudo isso ao vivo e sem cortes.

É isso

Ouvindo: Capital Inicial

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