quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A Vida Segue


Se tem uma coisa que a corretagem de imoveis me ensinou é que a vida segue. Claro que eu poderia ter aprendido esta máxima até simplória as vezes de outras formas, mas na corretagem ela é mais forte, mais presente e nada como um dia após o outro dia e entender que a vida segue para continuar vivo e feliz na profissão de Corretor de Imóveis.

Somos nós corretores antes de mais nada verdadeiros seres dotados de uma fé imensa que tem que ser intrínseca a profissão. Sem acreditar sempre e muito, nossa profissão não funciona, porque antes de mais nada tratamos com pessoas que não conhecemos e por mais tempo que se tenha em uma profissão como a nossa, ainda não se inventou um método 100% eficaz para detectar se o cliente mente ou não, e acreditem, eles mentem o tempo todo.

Em geral clientes mentem mais ou menos da mesma forma. Quando não tem dinheiro, dizem que tem. Quando tem, escondem e dizem que não tem. Se gostam de um imóvel, tentam esconder e procurar defeitos para baixar o preço. Isso tudo é via de regra então quando um cliente chega, sem reclamar de preço, sem querer barganhar, sem ver defeitos na planta e nem nada, o sinal vermelho do corretor liga-se automaticamente.

No entanto vivemos uma rotina de negociações tão duras e intensas, tão complicadas, estafantes, agoniantes até, quer quando um cliente chega sem se opor a nada e paga o que foi pedido, desconfiamos sim, mas rogamos aos céus que seja tudo verdade.

Mas para nosso infortúnio, na maioria das vezes não é verdade e não acaba bem uma história recheadas de facilidades para a compra de um imóvel. E um dado é um fato: Tombos frustrantes nunca acontecem com imóveis de apelo popular, de baixo valor. Não, amigos, sempre acontece com imóveis parrudões,  caros, que tem comissões de brilhar o olho do mais experientes corretor. Dai mesmo com o sinal vermelho que nos diz para segurarmos a onda, a tendência é irmos contra todas as evidências e buscamos crer no impossível. As vezes, muito raramente, da certo. Na maioria das vezes no entanto, não.

E embora a vida siga, é claro que fica um travo amargo na boca por alguns dias. É evidente que a tristeza toma conta, mas no meu caso ao menos dura apenas até a entrada do próximo cliente no stand quando então as forças se renovam e toda a energia que tenho volta-se para convencer ao cliente que colocará 1001 objeções até fechar o contrato. E no fim das contas, é bem mais legal assim. A vida segue, e sempre seguirá, até o dia que a nossa inimiga maior, a morte,  enfim colocar um ponto final neste ciclo que sempre se renova de vida que segue apesar de tudo. O que importa no final é poder dizer que tive uma vida boa. Acreditando em tudo, pois tenho fé.

É isso.

Ouvindo: Estevão Queiroga

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