Minha cor preferida é o verde. Mas se você gosta de azul, amarelo ou se é daltônico, pouco me importa. Se você prefere a bola redonda do Soccer a bola oval do Futebol Americano, que diferença faz? E se você é Muçulmano e eu cristão, não podemos ter um bom diálogo e aprender com as diferenças? O que nos separa deveria de fato nos por em lados opostos ou é a preguiça de entender o outro que nos divide?
Se você é fã de Bolsonaro por exemplo? Isso te define? Apenas essa característica é a que deve ser levada em conta quando falarem de ti? E se você é fã do Lula? A pecha de "esquerdopata" é a única que lhe cabe? Nada além, nada mais? Gostar de música sertaneja te faz mais burro do que quem gosta de rock? Falar Inglês fluente te torna melhor do que aquele que é iletrado na língua pátria? Aquela única qualidade que te diferencia dos demais em um aspecto especifico te faz tão superior assim?
Quando segregamos pessoas e buscamos apenas pessoas com nossas afinidades, estamos dizendo de forma peremptória que segregar não é ruim é até desejável talvez, afinal quando eliminamos de nosso convívio quem pensa diferente de nós nos livramos de aborrecimentos. Beleza. Sabe do que nos livramos também? De aprender. É, aprender. E aprender, continuamente, todos os dias, é o que nos mantem ativos, prontos para os novos desafios que se impõe em nossa vida dia a dia.
Estar apenas com quem pensa igual, quem age igual, quem é nada mais que nosso reflexo de idéias e ideais apenas nos faz ficar estagnados. A recusa a pluralidade a ouvir o diferente a celebrar comportamentos opostos nos faz ver a vida apenas por um angulo e isso é muito pouco para os 360g que ela nos oferece. Uma vida longe da diversidade não é vivida da melhor maneira é apenas um simulacro de vida.
Ouço as vezes de algumas (na verdade muitas) pessoas que sou um cara chato. Não retruco, pois devo ser, ao menos para essas pessoas realmente chato. Mas e essas pessoas para mim, o que são? Algumas também considero muito, muito chatas e outras, independente do que pensam de mim, considero bem bacanas, mas o ponto fulcral da questão não é a chatice e sim a percepção. Sempre que considero alguém pouco agradável procuro entender o porque e percebo que sempre essa percepção vem do fato de termos visões de mundo bem diferentes.
Ora, se eu prego a pluralidade, como posso me indispor com alguém porque a pessoa vê o mundo de forma diferente da minha forma de ver? A isso dou o nome de hipocrisia e em nome de uma vida sem ela, a hipocrisia, busco criar um grau minimo de empatia com quem quer que seja porque cada um pensa como quer e o que quer de quem quiser. Minha consciência se acalma e posso dormir a noite.
Não consigo é claro agir assim com todos, uma ínfima porém existente parcela das pessoas que eu conheço eu simplesmente não quero por perto e dou o direito a elas e todos os outros de não me quererem gravitando em torno delas também. Só me incomoda quando as coisas não são feitas as claras, quando as pessoas não tem coragem de dizer o que pensam e simplesmente agem como se pensassem de forma completamente oposta a que realmente pensam.
De qualquer forma, se você pensa de uma forma e eu de outra, e dai? O que é que tem? A vida nos oferece ilimitadas possibilidades de convivência, pensando de forma semelhante ou totalmente diferente. Somos seres humanos e é isso o que importa. Sua essência, sua disposição para bem é o que realmente importa para mim. O resto a gente administra. A vida, afinal de conta, é assim.
É isso.
Ouvindo? Chris Rice
 
 
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