Basta uma canção, só uma música é necessária, nada mais. A vida pode ser uma merda, mas basta uma canção para tudo que é ruim descer pelo vaso. A vida pode se brilhante, mas uma canção a faz ser constelação. Basta uma canção para chorar e basta uma canção para sorrir.
Se sou solitário, basta uma canção para me sentir íntimo de quem a interpreta. Se sou multidão e o barulho me incomoda, as pessoas me incomodam, basta uma canção para me transportar para dentro de mim mesmo e acessar meu universo particular.
Quando falta concentração, basta uma canção para que eu me coloque o trilho e se quero despirocar, basta uma canção para enlouquecer de vez e dizer tudo o que quero, tudo o que sinto, tudo o que sei e até o que não sei mas tenho convicção que sei mesmo assim e no final das contas, são minhas convicções tortas as melhores que tenho. Para tudo isso, basta uma canção.
Pode se Tom Jobim, pode ser Tim Maia, Cícero, Sepultura, pode ser até Grace Wander Waal, basta ser canção, bata me tocar, me entorpecer ou acordar, me paralisar ou fazer correr milhas e milhas. Uma canção que me alcance me faz voar ou me faz deitar na relva olhando para o céu e contanto nuvens.
Tudo na vida deveria ser canção, tudo na vida deveria ter ritmo. Se alegre, se triste, tudo deveria ter trilha sonora. Sem canção, o que nos resta além da aspereza do silêncio produzido por tantas vozes que dizem nada achando que dizem tudo e acabam produzindo apenas um ruído ensurdecedor. que nada diz.
A vida é canção, ao menos a minha é. Lamento por quem não vê música como essencial. O que seria de mim sem uma canção?
É isso.
Ouvindo: Grace VanderWaal
Nenhum comentário:
Postar um comentário