Tinha ela que i a igreja todo Sábado mas gostava mesmo era de ouvir Pearl Jam. E a gente trocava ideias sobre a música dos caras, sobre "Even Flow" ser ou não melhor que "Jeremy" (claro que é!) e se Jeremy "unplugged" sequer deveria ser levada em conta. A gente falava sobre salvação e danação eterna e sobre a diferença entre botas e galochas. E creiam, a cosa de 35 anos atrás a gente discutia se Marte seria colonizado um dia e se essa ideia, a da colonização, ia contra a outra ideia, a de que existe um Deus no céu que a tudo criou.
E teve outra "ela". Essa gostava só de música cristã, mas não era menos interessante por conta disso. Colonizar marte não passava pela cabeça dela, mas a gente sempre dividia uma Banana Split (ela ficava com a banana em si pois detesto banana) e o tempo que durava esse rolê "gastronômico" era preenchido com conversas sobre o futuro que parecia tão distante e hoje já passou por mim, por nós e é apenas o passado se repetindo indefinidamente tentando me enganar prometendo novidades que não me atraem. Depois dela, nunca mais tomei uma Banana Split.
Já ela era cinéfila e nossa história só funcionava quando no saguão de uma sala escura comprando pipocas e posteriormente entrando no escurinho. e víamos o filme. E nossas conversas posteriores giravam sobre a tal película até que a próxima viesse. E nesse intervalo, ficávamos sem assuntos e vivíamos cada um sua vida com suas pequenas bobagens comezinhas, com suas trivialidades que jamais dariam um filme. Gostávamos de filmes porque falando sobre eles de alguma forma nos tornávamos parte daquele enredo.
Depois, ainda houve ela que me deu Rafaela e sobre ela é tudo o que tenho a dizer. Sou grato, pois me deu Rafaela.
Ela me ensinou a gostar de FRIENDS ao ponto de achar que é a melhor série de todos os tempos. Conversas no meio da madrugada sobre assuntos aleatórios, uma visão de mundo muito similar, uma falta de pudor ao gargalhar e ao chorar e explosões de fúria que "homéricas" simplesmente não é uma expressão que as defina.
Entre todas elas aconteceram muitas outras elas, (muitas no caso não é força de expressão), centenas delas, que passaram e não foram relevantes independentes do tempo em que ficaram. Com essas "elas", não há historias ou fatos relevantes a serem contados, apenas fragmentos de memórias geralmente ligados a sexo e como ele pode ser perigoso, ou divertido, ou uma chatice sem tamanho. Depende.
E no final, existe ela, a minha Graziela, que de tudo o que houve, que há e que há de acontecer, me ensinou o que é amar, o que é amor. E no final das contas, é isso que importa. É só isso mesmo que importa.
P.S Se tem salto, bota. Se não tem, galocha é. e se estou errado nessa definição, tanto faz, foda-se!
É isso.
Ouvindo: Pearl Jam
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