Hoje, com a chuva que cai de forma intermitente e bate no vidro do plantão e me lembra que muito provavelmente os clientes vão preferir ficar em casa a vir até aqui, eu me ponho em silêncio. O céu, cinza chumbo, derrama a água da lavagem do céu que a julgar pelo tempo da chuva devia estar precisando muito de uma limpeza.
Em mim, por dentro de mim na alma, que existe mas não como orgão perceptível embora seja vital, eu sinto uma sijeira que talvez demandasse uma chuva interna para que talvez minhas agruras se fossem com a água. Não vai acontecer. Eu cada dia me convenço mais que preciso dessas agruras, que preciso cultivar as tristezas internas, a solidão mesmo em meio a tantas pessoas em volta. Preciso de uma escuridão, não acendo as luzes internas e me vejo ali, acariciando a melancolia que me envolve.
Existe um certo charme na melancolia? Não creio. É que o mundo me enfada tanto, as coisas que ouço, as coisas que vejo, os lugares que tenho que frequentar me são tão estranhos, me deixam tão acabrunhado, que me resta o refúgio da melancolia, daquela tristeza que é quase alívio mas também machuca porque pesa e pesando me impede de ser leve. Alias, ja fui leve algum dia? Já tive dias realmente solares? Momentos que valeram a pena? Ou a vida esta sendo apenas um amontoar de dias?
Os dias passam porque o tempo em sua linearidade é implacável. Dias de chuva, dias de sol, dias, dias, dias. Eles passam e não me veem feliz. E sou tão complicado que também não chego a ser triste. Sou apenas esse ser sem graça, que não sabe sorrir. Eu não sei sorrir e nem quero aprender. Tudo é chato para mim e na verdade o chato sou eu. Gente muita mais inculta, ignorante, sem eira nem beira se passa por mais legal simplesmente por saber sorrir, por saber fazer sorris ainda que com palavras desenxabidas mas que quando ditas no tom certo viram grandes verdades ainda que vazias.
Eu hoje gosstaria de estar só. Gostaria de não ter que ouvir a voz de ninguém, de não ter que olhar para ninguém, não ser visto por quem quer que seja. Queria apenas existir em algum canto solitário, isolado onde minhas lágrimas não fossem vistas, minhas tristezas fossem sentidas apenas por mim e minhas agruras e meus tormentos fossem mitigados pelo sil~encio ao redor.
Porque na verdade é o barulho que me enlouquece. Seja do trânsito, seja das pessoas, seja das musicas fora de hora seja das vozes dentro de mim que gritam para ver o sol. Eu quero e mais que querrer simplesmente, eu preciso de silêncio, eu preciso qdo isolamento, preciso saber que ninguém,, chegará perto de mim. Minha vontade é sair correndo e correr até cair. Correr até colocar meus pulmões para fora e não conseguir mais dar um passo.
Preferia não existir, porém existo. Preferia não ouvir, falar, respirar mas tudo isso existe na minha rotina e não vonsigo me livrar dela. Preferia poder exercer a fúria que me acomete de tempos em tempos. Queria gritar, berrar, não para ser ouvido, mas para expurgar de mim toda essa melancolia que como água parada me ameaça intoxicar. Eu queria gritar, correr, chorar e rir de forma cumpulsiva nomeio de tudo isso de forma tresloucada e sem censura. Não posso. Estou aqui como uma babá de senhores e senhoras que me irritam profundamente com sua spretensas paidas e tiradas espirituosas que são apenas palavras infames e sem sentido que batem naa minh cabeça como marreta mas não a esmagam, apenas torturam.
Palavras tgem o dom de me torturar da mesma forma que podem em encantar mas como sou azarado só encontro tortura e zero encantamento. Ninguém se encanta ou quer encantar a um tiupo grotesco como eu. A vida não é boa para mim. Para mim ela é apenas melancoloa e desesperança. E a desesperança não te mata de uma vez, ela te enverga, te derruba, faz sua cabeça inchar. A vida para mim é melancolia e choro, mas um choro interno que me afoga. Eu canso, sinto dores. As dores me melancolizam. Eu, em dias como hoke, nem sei quem sou. Azar o meu.
É isso.
Ouvindo Sacred Vail
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