quarta-feira, 16 de julho de 2014

Beatriz Nunes, a bela voz do Madredeus


Nem tudo na vida tem que ser irritantemente polarizado.  Mas na maioria das vezes é assim que funciona. Torce-se a favor de determinado time de futebol e odeia-se todos os outros. Gosta-se de tal perfume e os outros não são bons o suficiente. Um estilista vira tendência a ser seguida e o trabalho de tantos outros torna-se imediatamente ofuscado e assim é em muitos outros exemplos que eu poderia usar aqui.

Acontece que se uma coisa é boa, não exclui outra na mesma área de ser. Duas coisas diferentes, podem ser igualmente boas. Isso é a vida. Mais de uma opinião correta sobre o mesmo assunto, mais de uma forma ou angulo de se ver determinada situação. É assim que tem que ser. Ou ao menos, deveria ser assim.

Tudo isso pra falar de Beatriz Nunes que mesmo tendo já um tempo no Madredeus volta e meia tenho que me deparar com "fãs" raivosos a falar que o Madredeus acabou, que ela é uma caricatura de Teresa Salgueiro, que sem Teresa Madredeus não existe, isso e aquilo e aquilo outro.

Qual é pessoal???  Teresa saiu, Beatriz entrou e a beleza continuou. Madredeus continua lindo como sempre. é claro que se Teresa tivesse sido substituída por uma cantora  sem talento ou com talento inferior ao dela, tudo poderia ser dito e deveria ser dito e o Madredeus deveria encerrar suas atividades, mas isto não esteve nem perto de acontecer. Beatriz canta e canta muito. Talvez a doçura de sua voz, o algo contido de sua interpretação em contraponto a quase sempre urgente interpretação de Teresa ( e digo quase sempre porque Teresa também sabia imprimir doçura e leveza quando necessário) tenha causado estranhamento aos fãs no inicio, mas a quanto tempo ela já esta com o grupo? Quantas turnês? Por favor, aos que ainda a veem com reservas vamos abrir os ouvidos e sobretudo corações e deixar a beleza de suas interpretações nos acalentar e fazer-nos felizes.

Não existe necessidade de entrarmos em comparações pois ambas são maravilhosas de ouvir e ver. Ambas dominam os palcos, enchem-no com sua presença, são visualmente perfeitas e vocalmente deslumbrantes. Por que então este mal humor por parte de alguns? Ok, toda unanimidade é burra, mas discordar do que é bom apenas por afeição pessoal também não é das mais inteligentes posturas.

Teresa levou e apresentou o Madredeus ao mundo. Beatriz continua seu trabalho com graça e competência. Os verdadeiros fãs do grupo devem apoia-la, sempre e sempre e sempre. Temos tão pouca música de qualidade hoje em dia no mundo e o Madredeus é um oásis no deserto da iniquidade musical que deve ser protegido, amado, louvado.

Vida longa ao Madredeus, com Beatriz e um agradecimento a tudo o que Teresa antes dela fez pelo grupo.

Com Beatriz


Com Teresa


É isso.

Ouvindo: Madredeus

terça-feira, 15 de julho de 2014

Eu quero um jardim e que ele seja lindo como a voz de Teresa Salgueiro


Tem coisas que escrevo apenas para mim. Se as pessoas lerem, azar o delas. Se não lerem, se livraram de boa. Flores no jardim. Eu quero flores no meu jardim. Mas as flores que eu quero no meu jardim, não são para presentear a quem quer que seja, são apenas para reparar e corrigir ( que neste caso são sinônimos e sinal de uma péssima escrita) o solo do meu coração e talvez mais que isso, de minha própria vida.

Porque outro dia eu li que para reparar o solo, os agricultores tem que plantar alguma coisa nele antes da plantação principal. Acho que era algo mais ou menos assim. Não sou agricultor e não quero plantar nada, nenhuma cultura principal, mas quero corrigir o meu solo. Quero que ele seja novamente pronto para brotar sentimentos bons, não apenas palavras de auto defesa  e uma bronca com o mundo em geral que não sei bem de onde vem mas sei bem para onde me levará. (E se eu sei, não preciso falar aqui para ninguém, é o que me basta).

Flores no jardim seria algo bom muito para mim neste momento. Gérberas, Rosas, talvez algumas Tulipas e um alguns Cravos também. Minha flor favorita ainda é o Girassol por seu óbvio simbolismo,  então alguns também se fariam necessários. Eu queria um jardim que fosse lindo como a voz de Teresa Salgueiro e que falasse a quem o olha de coisas pequenas, como a linda canção que ela tão bem interpreta. Um jardim que interpretasse meus sentimentos meio que de bate pronto a quem sensível fosse para percebe-lo.

Flores no jardim poderiam mascarar as imperfeições, porque elas não precisam ficar tão a fronte , tão a vista, tão ao prontas ao toque de qualquer pessoa que se disponha. Imperfeições devem ficar ali, escondidas, pois todos as temos e todos sabemos que outros as tem, então escancara-las, sem a proteção de um jardim é assumir uma culpa desnecessária e não é um ato de sinceridade e sim de estupidez.

Ter algumas flores no jardim equivale a uma bela trilha sonora. é oferecer um sonhar acordado a quem passa e olha por alguns instantes o meu jardim, a minha vida. Não sou necessariamente um bom Jardineiro, na verdade como em quase tudo na vida, eu seria um péssimo profissional, por pura falta de vontade de ser bom. Mas se eu conseguir algumas flores para este jardim, tentarei cuida-las bem. Com água, nutrientes e o que mais for preciso. Tal qual Teresa ( sempre ela a me embalar), cuida de sua voz, para que seja sempre bela, sempre potente e sobretudo sempre emocionante, tentarei cuidar deste jardim de uma forma que ele fique  sempre agradável e possa passar a imagem ( ainda que para muito falsa) de que posso sim, ser um tanto quanto bacana as vezes, ao menos as vezes.

Embora eu tenha que admitir que como quase tudo o que faço o prazer neste jardim será primariamente meu e secundariamente meu também, tenho sim me preocupado em parecer mais co um jardim do que com um deserto. Por que? Não sei. A idade talvez. Ou talvez seja o fato de perceber que preparo sempre as pessoas para verem o pior que tenho a oferecer e depois eu mesmo reclamo disso. Eu preciso ser melhor. Só não sei como. Acho que um jardim pode me ajudar. Talvez. Não sei. Se não der, eu tentei. Se der, eu tentei e consegui. Eu quero um jardim. Um jardim lindo como a voz de Teresa Salgueiro

segunda-feira, 14 de julho de 2014

O Brasil, sua seleção nacional de futebol, seu fracasso e porque não o perdoamos


Não perdoamos o fracasso. Isso é fato. Não toleramos o fracasso. Seja nosso, seja de quem nos representa. Não vou falar de fracasso individual, mas sim do coletivo e então, repito: Não aceitamos o fracasso.

Alguém realmente duvida que se tivéssemos perdido por 1x0 ou 2x1 (que são placares normalíssimos), estaríamos igualmente frustrados e chateados com nossa seleção? Claro que estaríamos e por que? Por que independente do placar uma derrota significaria apenas uma coisa: Fracasso. E, se já fracassamos em tantas áreas, fracassar em uma que deveríamos, ser e até ontem eramos de fato, excelência é simplesmente inaceitável! Ao menos para a grande maioria de nossa população.

Perder nunca é agradável e embota percepções. Poucos se lembram que a posição número 4 dentro de uma Copa do Mundo é plenamente aceitável. Menos pessoas se lembram e aceitam o fato de que TODAS as seleções que comparecem a um mundial o fazem em busca de dar o seu melhor. Não eramos, por tanto, uma ilha de vontade extra de ganhar a competição. Fazíamos isso sim, parte de um mega continente de seleções com a mesma ambição. A ambição da vitória, de sermos melhores, de novamente recebermos o reconhecimento mundial como os imbatíveis.

Acontece que a seleção perdeu. E jogou na nossa cara que não somos nada disso. Nem imbatíveis, nem melhores e nem os mais organizados. Somos canhestros. Aceitamos que o futebol seja dirigido por gente da estirpe de José Maria Marin, o idiota Mor, e agora será por Marco Polo Del Nero, o idiota aprendiz. Aceitamos gastar dinheiro com  uma Copa que nada nos trouxe além de uma decepção monstro. Aceitamos nossas mazelas. Não reclamos por não ter escolas ou blá blá blá, mas reclamamos por não sermos campeões mundiais.

Não perdoamos a derrota para a Alemanha porque ela escancarou que eles são melhores, mais simpáticos, menos ( ou muito menos, ou nada) malandros quando comparados a nós, são organizados, enfim, nos superaram em tudo e com louvor.

Nós perdemos a Copa mas não nos demos conta que o nosso Brasil é quem perdeu com a realização da mesma em nosso solo. Somos tolos. E não ligamos. Apenas temos raiva por não termos ganho a Copa, a maldita Copa. Não perdoamos ao Felipão, ao Fred ou  quem quer que seja, mas os verdadeiros responsáveis, esses sempre serão poupados pela total e absoluta ignorância de um povo que não consegue distinguir um jogo de futebol do que realmente importa!

É isso.

Ouvindo:: Sabotage

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Copa do Mundo no Brasil, perdemos e dai?


Perdemos para Alemanha pelo vergonhoso placar de 7x1 e dai?  Felipão armou o time de forma errada e tomamos gols absurdos. E dai? Talvez a Argentina seja campeã em pleno Maracanã. E dai???

Perdemos porque jogamos de forma absolutamente inferior ao time da Alemanha. Perdemos porque tivemos a pretensão de achar que sendo no Brasil a Copa tinha quer nossa a qualquer custo e nos esquecemos de todas as outras que ganhamos no país das outras seleções e esquecemos que não, independente de onde seja o jogo vence o melhor, ou o que mais lutou, o que mais desejou com todo coração. Perdemos, porque nos achamos insuperáveis no Futebol, o que é uma imbecilidade sem tamanho.

E se perdemos, no jogo, não perdemos a mania de achar culpados e desculpas esfarrapadas. E tentar explicações que extrapolam o campo e vão para a sociologia de botequim pura e simples. Dizer que perdemos porque somos "malandros" e temos o "jeitinho brasileiro" e os alemães são "certinhos" e "centrados" é reduzir uma discussão ao nível dos retardados. Perdemos porque jogamos mal, muito mal. Acontece, raramente, mas acontece.

Perdemos, mas quando digo perdemos me refiro ao time de futebol que representa o pais chamado Brasil. O povo brasileiro perdeu o que exatamente? A chance de ver um time que representa seu país ser campeão de um torneio organizado pela FIFA? Nossa!!!! Parem o mundo, eu quero descer!!!! O que perdemos mesmo foi a noção, ao achar que um jogo de futebol, seja da seleção, seja de um time, tenha tanta importância ao ponto de virar tema de debates acalorados, o tempo todo, todo tempo e de demonizar pessoas que são sim, pagas para jogar o melhor  futebol que puderem, mas que como eu e você que me lê erram porque são humanas.

E se erram, também o inverso é verdadeiro. Acertam. Se não acertassem não seriam tops nos times onde jogam, não ganhariam rios de dinheiro, não seriam amados por tantos. Só que do outro lado outros jogadores tão bons quanto queriam o mesmo. Ser campeões. E se saíram melhor ontem. Mas de novo pergunto, E dai???

O que ganharíamos ou perderíamos com um Brasil campeão mundial? A chance de de zoar outras pessoas? Orgulho? Poder encher a boca e dizer que seu pais é o maior vencedor de todas as  Copas??? Ok, bacana! Mas  objetivamente, o que ganharíamos de forma palpável? O que teríamos a acrescentar em nossas vidas cotidianas? Nada? é nada. Então o Brasil perdeu. E dai???

Nossa vida vai continuar. Pessoas nasceram e morrerão. Teremos quatro anos para detestar a seleção, detetar futebol, reclamar do Felipão, do Fred e de tanto outros. Mas daqui a quatro anos, tudo voltará. E se formos campeões adoraremos a seleção e seus jogadores, se mais uma vez fracassarmos, mais uma vez demonizaremos a todos eles. Somos assim, imediatistas, estar entre os quatro melhores não nos importa. O brasil perdeu e eu finalizo perguntando: E dai???

É isso

Ouvindo? Beach Boys

terça-feira, 1 de julho de 2014

Beijo Gay em novela. Outro. E cada vez, um pior que o outro.


O movimento gay deveria processar a  Rede Globo. Tudo o que ela faz é um tremendo desserviço a causa homossexual no Brasil. Primeiro foi o beijo anêmico de Mateus Solano e o outro ator lá. Agora esta patacoada besta e se sentido protagonizada pelas atrizes ( atrizes???? kkkkkkk atrizes??? eu to bêbado por acaso pra chama-las de atrizes????) Giovana Antonelli ( que se fez uma coisa decente na vida foi a Capitu, do mesmo Manoel Carlos) e a indigência em forma de atuação Tainá Muller. Aquilo lá foi um beijo? Foi um pedido de desculpas por estar protagonizando algo tão constrangedor, isso sim. Foi ridículo, foi risível, foi tudo, menos um beijo.

O que contribui para o debate da causa gay algo tão cretino como aquilo? Não é possível que Manoel Carlos, um excelente escritor que escreveu o pior erro de sua vida cm essa  "Em Família" não saiba que já que não pode fazer direito e de forma descente o que quer, é muito melhor insinuar, criar um clima de tensão e excitação não revelada no ar do que entregar a porcaria que foi entregue ontem. Baboseira total.

Não vou entrar na onda da crentaiada do meu Brasil, sil, sil, que fica berrando que a Globo desvirtua as famílias. Eu mesmo já disse isso e que baboseira sem tamanho não? Afinal assiste quem quer e quando quer o que quer que seja na TV. No horário da novela crentes que discordam do beijo gay deveriam se reunir em oração, não assistir o beijo (e todo o capítulo e pior, todos os capítulos desta horrível novela) para depois dizer que o "Brasil é do Senhor Jesus", que o beijo está "repreendido" em nome do Senhor Jesus, e outras patifarias sem sentido que espoucaram nas redes sociais. Não quer ver, não ligue a TV no canal, simples.

A questão do cretino beijo aqui é puramente artística e neste quesito foi um turo no pé, foi medíocre, foi de gritar de ruim e fez os homossexuais parecem tímidos, incapazes de assumir seu amor de forma livre. Eu se homossexual fosse me sentiria insultado pela forma com que um momento sublime na vida de um casal, seja gay ou hétero foi tratado e boicotaria esta novela tosca. Se não é possível dar dignidade a um simples beijo, seja ele entre homem e mulher ou entre pessoas do mesmo sexo, que nãos e beije mais na TV. O que não dá é que gays beijem como crianças de 8 anos, ( só faltou  as duas limparem a boca) e héteros  beijarem com se fossem aparelhos de sucção da Roto Rooter.

É isso

Ouvindo: Magic Numbers

sábado, 28 de junho de 2014

Os Adventistas e a Copa


Polêmica vazia. Como a maioria das polêmicas levantadas nesta época de redes sociais vou falar aqui de mais uma polêmica vazia. Falemos pois deste Brasil e Chile que caiu em um Sábado e que está fazendo com que os Adventistas se posicionem entre os que devem e os que não acham que devem assistir o jogo.

Não sejamos imbecis por gentileza. Se você é Adventista do Sétimo dia e CRÊ no Sábado como dia de guarda, obviamente não deve assistir o jogo. Simples. O Sábado foi criado por Deus para que o homem lembrasse Dele e Nele descansassem. Nada além disso. Nada do que não fosse essencial ser feito, nada que tire os corações dos homens do serviço, do louvor, da comunhão deve ser realizado. Não vou ficar listando textos biblicos ou de Ellen White pois o Sábado é demasiado claro para ser confirmado com isso para quem já é Adventista e é para este grupo que escrevo. Este assunto jamais deveria sequer ser questionado ou mesmo pensado.

Fiquei pasmo no entanto quando vi Rafaela Pinho, uma cantora de renome e destaque no meio Adventista dando sua "opinião" sobre assistir ou não ao jogo, via  Facebook. A achei equilibrada nas palavras pedindo para que não sejam julgados aqueles que assistem, e ela esta certa neste ponto, cada um faz o que quer e não tem que ser julgado por outro pecador. Mas assistir ao jogo no Sábado é um pecado que se comete de forma consciente quando se tem o conhecimento da importância do Sábado na vida Cristã e isso independe de qualquer mérito no sentido de julgar é apenas a constatação do dizem as Sagradas Escrituras. Pode-se crer ou não, pode-se obedecer ou não, só não se pode tentar achar subterfúgios para se ter um prazer mundano como o futebol, (prazer que eu particularmente muito aprecio) e não querer ter cometido um erro de conduta Cristã.

Devo dizer que é um erro que cometerei. Primeiro porque neste momento não estou ligado a nenhuma igreja Adventista específica é é muito pouco provável que volte a me ligar a uma. Segundo porque assumi para mim mesmo que meu desejo de ver o jogo é maior do que guardar o Sábado  e sabendo que isto é um erro, sabendo que estarei pecando, o farei. Acho que todos aqueles que são Adventistas e assistirão ao jogo deveriam fazer o mesmo: Assumir que sua vontade de ver uma partida de futebol no dia de hoje é maior que a de agradar ao Criador  e não tentar arrumar desculpas onde elas não cabem.

 Minha vontade de ver o jogo serve basicamente para reavaliar a minha postura como Cristão que acredita no Sábado como dia de guarda. Mais importante que um simples dia é o Sábado na verdade está longe de ser um "simples dia", esta vontade revela por obvio, uma completa falta de vontade de andar nos caminhos do Senhor como um todo e isso apenas reflete em minha falta de disposição de guardar o dia que Ele me pede. Qualquer outro argumento é falso, sem sentido e uma tentativa deslavada de ser melhor do que realmente sou.

A Copa do mundo jamais deveria ser para um Adventista motivo de controvérsia caso um jogo de seu interesse se desse no Sábado. Jamais. Deveria ser isso sim, um exemplo de como somos fiéis Aquele que vida nos dá e a dá em abundância.

Se você vai assistir Brasil x Chile, bom jogo. Se não, parabéns! Mas não me julgue, ou a qualquer outro que vá assistir. Apenas ore. É isso que um cristão faz. Ora por quem perdido está.

É isso.

Ouvindo: Cassiane

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Ja tivemos Bruna Surfistinha Agora temos Lola Benvenutti


Bruna Surfistinha  mal sabia articular as palavras e certamente tinha um "Ghost Writer" mesmo para escrever seu blog amalucado de histórias pueris e um tanto quanto inverossímeis. Lola Benvenutti  aos 22 anos é pós  graduanda em literatura.

Ambas tem algo em comum. São prostitutas. E prostitutas aqui entra como profissão não como definição de vida ou muito menos caráter. Ambas tem um blog para contar suas histórias e lógico capitalizam mais com eles (no caso de Bruna, deu em livro, filme e uma exposição na mídia infinita enquanto durou e no de Lola em breve vai virar livro) do que com a profissão propriamente dita.

Nada contra, cada um capitaliza e vive com o que quer  e como quer. Mas acho interessante e sintomático de como somos como povo que este tipo de "literatura" prospere. Somos focados, extremamente focados em saber quem faz o que com quem e como. Reconheço que a curiosidade é algo inerente ao ser humano não apenas ao nosso povo, mas a humanidade em geral, mas ver prostitutas fazendo com o que escrevem em um País que nem o hábito da leitura tem é no minimo decepcionante.

Não quero ser elitista e entrar novamente no papo de que se você não leu os "clássicos" não esta pronto para ler mais nada, afinal para ler basta ser alfabetizado e a questão da qualidade é totalmente pessoal, mas ver prosperar este tipo de literatura é desanimador no sentido que isto  deixa claro que jamais seremos uma nação letrada verdadeiramente.

Um livro como este não se encaixa na classificação  de Biografia, pois não relata uma historia de vida e sim muitas histórias protagonizadas por anônimos e mesmo a personagem principal por assim dizer usa um codinome, ou seja, nada é muito real e muito do que é dito, isso se não a maioria é muito mais imaginado que vivido o que poderia o encaixar na categoria "Romance", mas nesta livros assim também são inelegíveis pois não trazem a profundidade necessária para tanto, sendo antes, apenas arremedos de histórias contadas de forma superficial e distanciada.

Ou seja, ler este tipo de literatura é antes de mais nada uma colossal perda de tempo, pois se mata a curiosidade mórbida que este tipo de assunto traz a tona, rouba um tempo que jamais será devolvido a vida de quem quer que seja que se dispôs a ler sendo mais ou menos como ouvir de cabo a rabo um cd de alguém como Tiaguinho, algo deplorável.

Claro que como o livro de Bruna, o livro de Lola será um sucesso. Suas histórias temperadas por fantasias e um comportamento midiático que a levará a todos os programas de entrevistas possíveis onde dirá coisas em que realmente não acredita para promover seu livro a farão ser amada por um tempo pelo populacho, para em seguida ser odiada e ter sua imagem desconstruída por este mesmo populacho ávido por uma nova prostituta que tenha algo para contar.

Somos assim como povo: Gostamos do pior que as pessoas tenham a nos oferecer. Pedimos para que todo o seu lixo, sua banda podre seja revelada pois somos desesperados para ter este tipo de informação em nossas vidas sabe-se lá para que.

Até quando?

É isso.

Ouvindo: Neil Young