quarta-feira, 25 de junho de 2014

Ja tivemos Bruna Surfistinha Agora temos Lola Benvenutti


Bruna Surfistinha  mal sabia articular as palavras e certamente tinha um "Ghost Writer" mesmo para escrever seu blog amalucado de histórias pueris e um tanto quanto inverossímeis. Lola Benvenutti  aos 22 anos é pós  graduanda em literatura.

Ambas tem algo em comum. São prostitutas. E prostitutas aqui entra como profissão não como definição de vida ou muito menos caráter. Ambas tem um blog para contar suas histórias e lógico capitalizam mais com eles (no caso de Bruna, deu em livro, filme e uma exposição na mídia infinita enquanto durou e no de Lola em breve vai virar livro) do que com a profissão propriamente dita.

Nada contra, cada um capitaliza e vive com o que quer  e como quer. Mas acho interessante e sintomático de como somos como povo que este tipo de "literatura" prospere. Somos focados, extremamente focados em saber quem faz o que com quem e como. Reconheço que a curiosidade é algo inerente ao ser humano não apenas ao nosso povo, mas a humanidade em geral, mas ver prostitutas fazendo com o que escrevem em um País que nem o hábito da leitura tem é no minimo decepcionante.

Não quero ser elitista e entrar novamente no papo de que se você não leu os "clássicos" não esta pronto para ler mais nada, afinal para ler basta ser alfabetizado e a questão da qualidade é totalmente pessoal, mas ver prosperar este tipo de literatura é desanimador no sentido que isto  deixa claro que jamais seremos uma nação letrada verdadeiramente.

Um livro como este não se encaixa na classificação  de Biografia, pois não relata uma historia de vida e sim muitas histórias protagonizadas por anônimos e mesmo a personagem principal por assim dizer usa um codinome, ou seja, nada é muito real e muito do que é dito, isso se não a maioria é muito mais imaginado que vivido o que poderia o encaixar na categoria "Romance", mas nesta livros assim também são inelegíveis pois não trazem a profundidade necessária para tanto, sendo antes, apenas arremedos de histórias contadas de forma superficial e distanciada.

Ou seja, ler este tipo de literatura é antes de mais nada uma colossal perda de tempo, pois se mata a curiosidade mórbida que este tipo de assunto traz a tona, rouba um tempo que jamais será devolvido a vida de quem quer que seja que se dispôs a ler sendo mais ou menos como ouvir de cabo a rabo um cd de alguém como Tiaguinho, algo deplorável.

Claro que como o livro de Bruna, o livro de Lola será um sucesso. Suas histórias temperadas por fantasias e um comportamento midiático que a levará a todos os programas de entrevistas possíveis onde dirá coisas em que realmente não acredita para promover seu livro a farão ser amada por um tempo pelo populacho, para em seguida ser odiada e ter sua imagem desconstruída por este mesmo populacho ávido por uma nova prostituta que tenha algo para contar.

Somos assim como povo: Gostamos do pior que as pessoas tenham a nos oferecer. Pedimos para que todo o seu lixo, sua banda podre seja revelada pois somos desesperados para ter este tipo de informação em nossas vidas sabe-se lá para que.

Até quando?

É isso.

Ouvindo: Neil Young

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