terça-feira, 17 de março de 2015

Eu, torcedor do New England Patriots/Santos, sempre Santos


É o time do Tom Brady né? O cara com número mais fodas entre os jogadores em atividade. O uniforme mais bacana,a torcida mais interessante, o estádio com arquitetura mais legal ao meu ver, enfim, uma vez que deixei de torcer para o Santos FC, meu time do coração desde o ventre de minha mãe, tinha que ter um time a altura para substitui-lo. 

Por que deixar de torcer para  Santos? Porque desisti do futebol brasileiro. Ele não presta. é dirigido, seja no nível dos clubes, seja no nível das federações e confederações, por bandidos. Bandidos que banalizam o amor que pessoas comuns como eu, que tem a cultura do futebol impregnada no seu DNA e não se importam em mercantilizar de forma vil a minha paixão e a de milhões de outros brasileiros. Pessoas que se arrogam donas de um patrimônio absolutamente intangível que é  a marca de um time de futebol seja ele qual for, porque aqui não falo do que se pode ver. Se eles quiserem que fiquem com as instalações físicas, que fiquem com as bolas, uniformes, que fiquem com tudo, mas não mexam no escudo do meu time, não vendam a alma das agremiações porque senhores, elas não são suas.

Deixei o Santos de lado quando percebi que as pessoas que lá estavam e estão, não se importam em faze-lo maior do que já é, não querem eleva-lo a um nível realmente mundial que facilmente ele poderia alcançar. Quando percebi que só no Brasil, um time que tem desde sempre Pelé, figura maior do esporte chamado futebol em todos os tempos, homem que jamais será superado, ainda sim este time é pequeno, porque é gerido com time pequeno e endividado até a tampa, porque o dinheiro entra em um buraco negro que deve ir direto para o Atlântico, pois nunca se prestam contas, nunca se sabe o que com ele  foi feito.

Torcedor no Brasil, ao menos o torcedor do futebol é nada além de um trouxa. Compramos camisas caríssimas, temos acessórios inúteis que na maioria das vezes nem queremos, porque os imbecis que gerenciam o marketing dos times não pesquisam antes de  soltar um produto no mercado chegando ao cúmulo de em um passado nem tão distante assim, um dos maiores times do Brasil ter licenciado uma marca de cigarros!!!!! Produto que obviamente combina totalmente com um time de futebol. Em um panorama como este torcer, exercer o seu amor é impossível. 

Ver jogadores entrando na justiça e com razão contra meu time, por não terem recebido o que lhes foi prometido e mais do que prometido, acordado via contrato, que obviamente não se respeita por estas plagas, é humilhante. Ver uma marca que poderia ser global, ser reduzida a praticamente nada e este nada ainda ser vilipendiado é humilhante demais para quem ama verdadeiramente ao seu time. Estive com o Santos desde de que me entendo por gente. Nas vitórias, nas derrotas. Ouvi  minha vida inteira gozações sobre nunca ter visto Pelé ganhar as Libertadores e Mundiais que tanto me gabo para o meu time, vi quadros medíocres defenderem o manto Alvinegro, mas vi também Rodolfo Rodrigues, um dos maiores goleiros do mundo em todos os tempos vestir nossa camisa. Antes dele, tinha visto um de meus maiores ídolos, Marola, também goleiro, o cara que me fez jogar no gol cada vez que brinco de chutar uma bola.

Depois vi aos poucos o Santos renascer. Com Giovani, o Messias, com Robinho, Diego e tantos outros meninos da vila. Vi, esquecendo a a ordem cronológica, Camanducaia, um cara esforçado que corria como louco com o manto envergado lutando até a última gota de suor. Vi também Serginho Chulapa se consagrar. Vi  Emerson Leão dirigir meu time com mão de ferro e leva-lo ao Campeonato Brasileiro. Vi tanta coisa com meu time. Vi evidentemente Neymar. E com ele, sinceramente, não me encantei. Não pelo futebol, soberbo, é claro, mas pelas atitudes dele e de seu pai, que tanto ajudaram a enxovalhar o objeto do meu amor futebolístico com seus castelo lotados de prostitutas entre
e outras estripulias. Não fiquei triste quando ele se foi. Quase sorri na verdade, mas ali era o início do fim.

Comecei a assistir via ESPN com alguma regularidade a NFL. Aqueles estádios lotados, os ingressos em sua maioria vendidos com antecedência.  As pessoas respeitando os lugares do outro e quando o outro falta, seu lugar fica ali, intacto. Pessoas como o cara de chokito e deputado federal pelos Petralhas Andrés Sanches, figura nefasta para o futebol, como todos os outros dirigentes de nosso país, tirante raríssimas exceções, não cabem ali no modelo da liga americana. Tratam o futebol como um produto, respeitam o público que paga para ve-lo provem estacionamento, comida de qualidade, banheiros limpos, impecáveis, tudo isso a preço justo para que todos ganhem, sejam os jogadores, sejam os dirigentes, sejam os funcionários que aparam a grama, todos tem o seu quinhão na divisão do bolo e todos são recompensados. E a cada Domingo e Segunda o interesse foi crescendo.

Não é amor é claro. Jamais serei capaz de amar os Pats, não sou imbecil. Mas já os admiro, já domino as regras do jogo e me agrada não ser um jogo para idiotas, já consigo raciocinar como jogador ou técnico, me antecipo ao imaginar as jogadas possíveis, já vibro com um "Fumble" bem aplicado, com uma corrida de 40 jardas, com um passe perfeito, já reclamo quando acho que a jogada aérea seria melhor que correr com a bola, enfim, estou enturmado com o jogo. E sendo bem tratado. Ligo a TV e o jogo começa no horário prometido. A ESPN coloca narradores e comentaristas capacitados para comentar a partida e  eles são divertidos, não são chatos como Galvão Bueno, o sabichão da TV Globo que nada sabe, mas insiste em achar que sabe.

O amor pelo meu Santos, este jamais morrerá. Mas a vontade de ve-lo jogar, ve-lo ser campeão de um torneio tão desimportante como um Campeonato Paulista é zero e zero é igual indiferença. Se o Santos ganhar o Paulistinha e o Brasileirinho, tanto az para mim. Se for a Libertadores este ano, pouco me importa. E se ganhar o Mundial de clubes, poxa, bacana. Estarei ligado na NFL e quero este ano torcer por Tom Brady, o mago dos passes perfeitos que não sabe correr, é bem da verdade, mas é o melhore mais vencedor. Go Patriots. Este ano é nosso novamente!!!

É isso.

Ouvindo: The Imperials

Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg e o beijo delas.


Feliz o país que tem duas atrizes tão espetaculares quanto estas duas. São divas, capazes, atrizes de verdade, não precisam de forma alguma provar nada a ninguém. Ambas tem um currículos irretocáveis, quer seja no Teatro, no Cinema ou na TV. Ambas representam enfim, o que temos em melhor em termos de dramaturgia.

Não creio que ambas façam tantas novelas porque gostem necessariamente mas porque atores, engenheiros, jogadores de futebol e operários tem algo em comum: Precisam comer e pagar as contas, além de viver com uma certa dignidade. Como atuar na TV não se constitui em nada indigno, ela seguem fazendo suas novelas.

Nesta nova novela da Rede Globo, intitulada "Babilônia" elas serão um casal de lésbicas. É isso mesmo, um casal de lésbicas que vivem juntas a muito tempo e enfim, nãos ei detalhes, a novela começou ontem e não vou ficar acompanhando, mas fato é que são dois personagens destinados a polemica.

Já ouvi várias vezes se a esta altura da vida e da carreira ambas precisavam "passar" por isto e me pergunto o que seria exatamente  para duas grandes atrizes "passar" pelo que quer que seja. Ao meu ver são dois personagens como qualquer outro que elas fossem interpretar, apenas são duas mulheres que se amam e fizeram o seu amor resistir a força do tempo e ao questionamento da sociedade. Nada de muito diferente do que vemos na vida real aos montes por ai. Se a ideia por parte do autor era polemizar a esta altura do campeonato, não creio que vá funcionar, até porque ninguém vai hostilizar dois ícones da cultura brasileira como elas são.

A folha de serviços prestados a cultura de nosso país, seja atundo seja na militância ativa pela cultura que ambas sempre tiveram, me parece ser mais importante do que qualquer texto mal escrito por um autor qualquer de novelas. Infelizmente as novelas brasileiras não primam nem pela verossimilhança minimamente necessária a uma obra ainda que ficcional e muito menos pelo primor do que é escrito. São textos via de regra risíveis onde atores se tornam porta vozes chatos das convicções pessoais dos autores e saem a declamar estas tais convicções como se isso fosse algo revolucionário.

Certamente tanto Fernanda quanto Natália darão entrevistas exaltando o texto de Gilberto Braga, conhecido noveleiro que apesar da mesma receita de todos os outros, adora ver a si mesmo como um revolucionário, um mito na arte de escrever boas novelas. Balela, Gilberto é tão ou mais medíocre que seus comparsas Aguinaldo Silva ou Lauro Cesar Muniz ou Benedito Rui Barbosa. Escrever novela no Brasil é um ofício que pressupõe que o sucesso advenha do fracasso do texto. Quanto pior, mais os Tapuias gostam. Em um cenário como este,. resta a Nathalia e Fernanda ficarem se beijando em um canto da cena enquanto atores menores falam as bobagens que Gilberto colocará em suas bocas.

É isso.

Ouvindo; Madredeus

quarta-feira, 11 de março de 2015

Epitáfio/Um recomeço


Eu cansei de mim. A verdade é esta. Cansei de quem eu sou e principalmente de como eu sou. Eu vivi 42 anos guerreando contra o mundo e hoje tenho a lucidez de declarar que eu perdi. Eu perdi uma batalha que não conseguiria ganhar de qualquer maneira, tanto pela impossibilidade da empreitada - ganhar do mundo, como pela minha incompetência que tenho para levar o que quer que seja a termo. Eu não consigo, eu fracasso fragorosamente. Eu sou uma derrota que se move.

Então, fato é, que aos 42 anos eu morri. Eu decreto minha morte para renascer. Não tem outro jeito. Não quero nada que me lembre que eu fui no que diz respeito a forma de agir e pensar. Chega de me ver como uma pessoa privilegiada intelectualmente. Chega de ter como exemplo de vida as pessoas que um dia admirei. Não serei mais o cara que ficava enlouquecido para assistir as temporadas de Dowton Abbey. Serei fã de Big Brother.  Esqueço solenemente  a partir de hoje qualquer admiração pelos livros clássicos que li e tanto amo, ou melhor, amei. Minha leitura, quando  ela houver, será rasa, lerei Paulo Coelho, J.K Rowling e meu mentor e guro será o apresentador de TV Ratinho. Sim, o Ratinho. Um homem do povo, que traduz o pensamento das massas como poucos. Eu quero ser do povão, eu quero ser tapado. Chega de raciocinar por mim mesmo, eu sou agora, oficialmente, mais um da manada.

Não emitirei mais opiniões de espécie alguma, ao menos que seja para elogiar. Não tenho e admito finalmente, competência para criticar o que quer que seja e neste meu mergulho repentino e sem paraquedas rumo a uma vida pautada por gostos populares não me cabe falar de obra de arte de qualquer espécie. Arte para mim, deste momento em diante serão as canções de Jorge e Matheus, os caras que segundo expressão corrente "fodem o psicológico até de quem não está apaixonado". Pois, bem, quero ser fodido por tão lindas mensagens.

Antes que pensem que se tratem de ironia, este post é fruto de reflexão. Após descobrir que a corporação mais valiosa do mundo, o Google, me precificou em reles 300 e tantos dinheiros,  percebi de fato quem eu sou. Um arrogantezinho que se acha quando não é nada. Eu tenho que morrer e decreto minha morte hoje, novamente, e imediatamente, para não dar margem de comparação com a Phoenix que renasce, eu ressurjo do esgoto que escorre de mim mesmo, renovado, fedorento mais renovado, pronto para ser uma pessoa de acordo com minha real estatura de 300 e poucos dinheiros, pronto para ter calibrar o conteúdo de meu ser com o preço de meu exterior, pronto para ser um bosta, mais um em meio a multidão. Mas quer saber? Os bostas é que são realmente felizes.

Eu vou esquecer de mim como sou hoje. Não sentirei saudades. Acho que tenho potencial para ser popular, para fazer do meu discurso algo mais simples, ou na verdade inexistente. Irei abrir a boca apenas para concordar, serei político, falso, direi uma coisa para uma pessoa e outra completamente diferente em seguida para uma segunda pessoa. Minhas palavras irão de encontro não ao que penso, mas ao que as pessoas querem ouvir. Eu valho 300 e poucos dinheiros e pessoas que valem tão pouco não podem se dar ao luxo de digressões elaboradas. Eu não tenho que ler Pondé, não tenho o direito de me deleitar com Saramago, uma pessoa como eu deve ler os romances  que se vendiam em bancas mas ainda se acham a larga em Sebos, como Julia, Carina e talvez a literatura erótica e pouco conhecida na atualidade de Cassandra Rios, talvez sua obra Prima, "Nicolleta Ninfeta" tenha algo mais a me ensinar do que qualquer livro de Gore Vidal e ai, vejam só a pretensão de um analfabeto funcional que mal estudou querer ler Gore Vidal e sair arrotando isso por ai.

Ao menos algo de bom surgirá disto. Este é, o último post deste blog. Chega de tortura, chega de palavras ao vento. Este blog adormece e dificilmente acordará novamente. Foi legal escreve-lo mas ele não cabe na adequação que tenho que fazer para renascer diferente e ser se não uma pessoa melhor, ao menos, uma pessoa aceita.

É isso.

Ouvindo: Victor e Léo

terça-feira, 10 de março de 2015

Eu valho R$323,35

Ao menos para o Google é isso que vale o que eu escrevo, baseado no tráfego que gero com minhas postagens. Meros R$323,35. Não, de forma alguma eles levam em conta a analise de conteúdo. Se é bom, se é ruim. Se eu escrevesse um livreto de ódio dirigido a um setor qualquer da sociedade e gerasse um tráfego monstro independente do conteúdo, eu valeria bem mais. Tem blogs que valem na casa de milhares de Reais, ainda que seus conteúdos sejam pouco mais que palavras vomitadas por pessoas sem a menor noção do que seja escrever um texto coerente com início, meio e fim.

A vida é assim. Não me chateio ou ao menos não me chateio muito. Sei que tudo no mundo em que vivemos é de alguma forma precificado, a tudo atribuímos valor e só acho uma pena que a tudo tenhamos o hábito de atribuir valor financeiro. O intangível não é mais levado em conta. A emoção cada vez mais é precedida e preterida pelo lado financeiro da questão, seja ela qual questão for. Se der lucro ótimo, ainda que seja uma porcaria, se for uma obra de arte (o que de forma alguma é o caso das coisas que eu escrevo, nem perto disso), fica relegada a um segundo plano.

O que me incomoda é que a conta do Google é incapaz de atribuir um valor  que seja desatrelado a questão de quantas pessoas leem o blog e o quanto isso pode gerar em termos de receita publicitária. Não existe uma ressalva do tipo "os textos são razoáveis", ou mesmo "os textos são uma merda", nada disso. Apenas os frios números que determinam quantas pessoas acessam por dia ou por mês o blog que escrevo e se dispõe a ler minhas mal traçadas linhas.

Esquece a pessoas  que atribui tal valor não só ao meu, mas a todos os blogs que estão no serviço "blogspot" que o conteúdo é muito mais importante do que a quantidade de pessoas que se dispõe a acessa-lo. Mal comparando, quantos discos vendeu Maria Callas em toda a sua vida? Muito menos do que o esdrúxulo Michel Teló com seu single infame "Ai  Se Eu Te Pego". Oras, as vendas astronômicas deste lixo tornara-no menos lixo e as vendas modestas porém absolutamente seletivas de Maria Callas fazem dela, a voz mais perfeita que já caminhou sobre a face da Terra uma cantora menor?

Existem certas reflexões que se fazem necessárias no mundo em que vivemos e por mais que  não as façamos por pura preguiça,  o resultado final delas esta ai, no ar pairando sobre nossas cabeças que se recusam a entender que precificar a arte ou o que se pretende arte é tão vil quanto um ato assim possa ser.

Precisamos esquecer um pouco do vil metal e entender que  o que realmente importa na vida na grande maioria das vezes não pode ser comprado. E para quem pensa que se meu blog valesse por exemplo R$300.000,00 eu me sentiria feliz e realizado, ledo engano! Eu me sentiria tão ultrajado quanto me sinto agora pois da mesma forma ele estaria valendo este valor maior porque estaria trazendo tráfego maior e com isso um potencial muito maior de publicidade.

é triste quando pessoas completamente estranhas colocam preço na expressão de nossas emoções ideias e por que não dizer, arte. E pior o fazem baseados apenas em conceitos monetários. Deplorável!!!

É isso.

Ouvindo: Maria Callas

segunda-feira, 9 de março de 2015

Desconstruindo a imbecilidade. Ou, de como frases toscas se tornam verdades absolutas


Alguns posts eu devo a outras pessoas que mesmo sem querer me inspiraram a escrever. O de hoje, veio de uma frase que reputo como quase perfeita do Marcelo Cardoso, amigo do Facebook que comentou na postagem de outro amigo, que ai eu li, e ai virou este texto tosco aqui:

Muitas vezes tomamos como verdades certos "ditos populares' que nada mais são do que bobagens rematadas. Vamos aos fatos, é hora de desconstruir mitos, trazer a realidade frases que não fazem sentido algum e são utilizadas a larga.

"A males que vem para o bem. Como disse o Marcelo, as vezes até pode acontecer, mas os males, e o "nome já diz tudo, via de regra, vem para o mal mesmo e ainda que possam produzir um bem ou outro, são tão localizados e marginais que não merecem nem ser chamados de bem porque geralmente acontecem a custa da desgraça alheia. Males, sempre vem, então, para o mal mesmo.

"Os últimos serão os primeiros". Tem que ser bem bobalhão para levar esta frase a sério. Os últimos serão basicamente os que chegam atrasados, pegam os piores lugares e comem a comida que restou. Esta frase foi usada na Biblia com um sentido  evidentemente metafórico que serve apenas para a metáfora em questão e não como regra para a vida ou como conselho inteligente a ser deado, pelo simples motivo de que a frase é burra.

"O apressado come crú e quente". Ok, pessoas com senso de urgência apurado, também conhecidas como "apressadas" devem ir apenas a rodízios de comida Japonesa, caso contrário,tem sempre queimarão a boca e ainda terão problemas estomacais em razão da ingestão de alimentos impróprios para o consumo (crús). De onde se tirou isso?  As lesmas corporativas adoram espalhar boatos sobre os que de fato produzem.

"Puxa saco e mato tem em qualquer lugar" Mentira! Mato só tem no quintal de pessoas relaxadas, que não cuidam de suas propriedades. Já os puxa sacos sabem muito bem onde florescer. Normalmente em volta de chefes poderosos, vaidosos e sem noção que adoram se ver cercados de pessoas tão nefastas como os tais puxa sacos.

"Gato escaldado tem medo de água fria" Nem merece muita explicação pois não? Um gato que tenha recebido em seu corpo água em temperatura suficientemente alta para ser considerada escaldada, terá evidentemente, morrido. Logo, não terá medo de mais nada, pois os mortos nada temem. E nada sentem.

"Em terra de cego, quem tem um olho é Rei" Bobagem gigantesca.  Em terra de cego quem tem um olho é apenas "menos cego" que os outros que já o são em sua totalidade. Nada além disso.

"Mais vale um pássaro na mão, que dois voando". Frase típica utilizada pelos covardes e os que tem medo de arriscar. Dois pássaros na mão, sempre valerão mais que um voando e te-los recompensará qualquer esforço para tanto. Quem se contenta com pouco adora esta frase. Quem quer mais da vida da risada dela.

Agora uma frase que é real, muito real é a seguinte: "Em tempos de crise eu enxergo oportunidade" Infelizmente quase ninguém dá crédito a ela e acha que crise é para entrar na toca e hibernar. Ou ficar dando créditos a ditos populares.  A maioria não está quase nunca certa. Ela mandou crucificar a Jesus, apoiou ditadores, levou Hitler a uma posição que todos sabem no que deu, elegeu o PT, pra ficar em apenas algumas bobagens. Melhor mesmo é crer nos seus extintos, se informar para ter base na decisão que tomar e seguir em frente sem que opiniões ou fatores externos te tirem de suas crenças fundamentais.

Em breve, mais frases serão aqui ridicularizadas.

É isso.

Ouvindo: Foo Fighters

domingo, 8 de março de 2015

Bastão De Selfie


Sou de um tempo em que fotos retratavam momentos. Eram instantâneos significativos da vida de alguém ou de nossa mesmo. O nascimento de um filho, os primeiros passos dele, aquela comidinha caindo no canto da boca, isso pra ficar em três situações. Quem me acompanha aqui, sabe que não sou um saudosista imbecil que fica dizendo que legal era o que no passado havia e como no passado nos comportávamos, longe disso, mas alguns costumes dos dias de hoje me irritam, para não dizer que me enojam ou mesmo me  causam horror.

Selfies são por definição ao menos para mim, o que existe de pior no comportamento humano. A banalização do momento. Tudo "pede" uma selfie, tudo é motivo para se aponte os famigerados celulares para si próprio e em um click  uma situação absolutamente banal, que na maioria imensa das vezes interessa apenas a quem se clicou, vire algo que na mente soberba e vaidosa do ser humano em questão algo "para a eternidade" e caia em alguma rede social em questão de segundos.

Artistas fazem questão de quando com a lotação esgotada de seus shows virarem para seu público e com eles tirarem uma "selfie coletiva" até jogadores de futebol já estão fazendo isso para comemorar os seus gols. A tecnologia tem de fato o condão de mudar a humanidade, ou ao menos os seus comportamentos, mas quando ela muda comportamentos elementares, quando ela mexe em rotinas organizadas não pelo dia a dia, mas pelo intangível bom senso, aquelas rotinas que dizem que temos que ser discretos na medida do possível e que toda exposição em excesso é algo deplorável e pior, quando este excesso passa a ser o padrão desejável de exposição, quando a nossa vida se passa mais no Facebook ou Twitter do que com os amigos reais no mundo real, a tecnologia deixou de ser aliada para ser algo digno de combate ou no mínimo  de tratamento médico adequado.

O advento do tal "bastão de selfie", ou "pau de selfie", nos leva ao paroxismo em termos de exibicionismo barato e sem sentido. que a tecnologia pode oferecer. Facilitando de forma dramática para aqueles que como eu não tem coordenação motora para sequer enquadrar-se em um auto retrato quanto mais enquadrar duas, ou dez, ou cem pessoas na mesma foto, o  tal bastão tornou o ato da fotografia antes tão pensado e elaborado algo que se faz como quem toma um copo com água. E é disso que se trata, assim como a água, expor-se nas redes sociais via selfies é algo que virou necessidade, pessoas não são mais elas mesmas se não documentarem  momentos tão interessantes como o seu almoço e o que ele continha, ainda que  para mim e para os que pensam o que alguém como no almoço é tão importante quanto a morte da bezerra.

O mais interessante é o efeito cascata que isso ocasiona com pessoas "curtindo" o almoço da outra pessoa ainda que um seja um convicto vegetariano que tenha postado um suculento prato com folhas e beterraba e o "curtidor" seja um inveterado carnívoro que nem sequer quer saber de um ingrediente deste em seu prato. Dai para ser legal muitas pessoas se tornam curtidores dos momentos absolutamente pequenos da vida de outras pessoas que não fosse essa febre que não passa na sociedade de expor-se a qualquer preço jamais despertariam qualquer interesse.

O tal bastão, este sim, deve ser mais uma febre de verão por idiota que é e porque creio firmemente que as pessoas cairão em si de com é ridículo e babaca ficar carregando um troço desajeitado desse para cima e para baixo ainda que no porta malas de um carro apenas para não perder a oportunidade de ser bocó e fotografar seu opor do Sol em Osasco que sem dúvida é a coisa mais linda do mundo.

O mundo segue é verdade, um caminho irreversível de imbecilidade. Comportamentos vis e sem sentido se tornam cada vez mais corriqueiros e quanto mais alguém se expõe, obviamente mais se destaca. Um comportamento "low profile" é hoje em dia visto como uma timidez inaceitável e mesmo um retraimento social inaceitável, que logo é imputado a falta de traquejo da pessoa o que lhe torna uma espécie de pária, incapaz de interagir como  todos interagem e por este motivo deve ser relegado a um segundo plano social.

Pau de selfie, bastão de selfie o nome que se quiser dar, na verdade este objeto é nada mais nada menos que um símbolo (não fálico, embora o formato... bom...) do que estamos nos tornando em velocidade alarmante. Pessoas incapazes de dar valor ao que realmente tem valor e que supervalorizam o que vão, imbecil e desnecessário.

É isso.

Ouvindo: Madredeus


sábado, 7 de março de 2015

Certas músicas... "Conexão (é só olhar para ti)", de Daniela Araujo


Certas músicas nos desnudam. No meu caso, "Conexão (é só olhar para ti)" de Daniela Araujo e interpretada por ela mesma, deixa o meu Rei mais que nu. Deixa o meu Rei completamente exposto,  meu interior, o que eu tenho dentro de mim vaza para fora, quem eu sou se mostra e não digo que se mostra para outros, se mostra para mim mesmo, o que pode ser bem mais aterrorizante.

Conexão fala sobre dias bons, sobre o mal que nos basta a cada dia, mas seu refrão "é só olhar para ti, é só olhar para ti, que eu entendo tudo que se passa aqui dentro" é de uma verdade inescapável. Obviamente Daniela esta falando de quando olhamos para Deus. E no meu caso, quando olho para Ele, eu entendo tudo o que se passa dentro de mim. As coisas ficam claras, por mais escuras que sejam. Minhas verdades aparecem, belas ou feias, meus cantos se iluminam, minhas defesas desmoronam, porque ao olhar para Deus eu entendo tudo e o que tenho para entender é de dar medo muitas vezes. Como diria Renato Russo, "Eu, homem feito, tive medo e não consegui dormir".

Engraçado que Deus não me acusa. Não precisa. Porque se é Deus a expressão máxima da perfeição e da verdade, ao olhar para ele, imediatamente percebo minha imagem sendo refletida como em um espelho de forma completamente transparente e o que vejo é desolador. Ele apenas me ama, apenas busca me fazer entender esta verdade, que seu amor é incondicional, mas a mim parece tão difícil aceitar como diz Daniela em sua canção "A existência da consciência" que é melhor fugir do que aceitar este amor.

O amor de Deus uma vez aceito implica em transformação. Quem disse que eu quero transformar a minha vida? E se eu não quero, dai que eu fujo mesmo Dele, para que ele não me mostre ainda que silenciosamente os pontos a serem mudados. É, certas canções parecem que foram feitas sob medida para me tocar. "Conexão", é uma delas.

A interpretação de Daniela, tão cheia de verdade, tão pungente, faz com que a música fique ainda mais certeira, ainda mais bela, ainda mais tocante. Não tenho muito o que falar sobre o meu interior, é coisa minha, mas certas canções podem realmente tocar pessoas de forma tão profunda que ouvi-las uma vez que seja, faz com que o dia não seja mais o mesmo.



É isso.

Ouvindo: Daniela Araujo