terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Eduardo Suplicy e o Nego Drama


Eduardo Suplicy talvez seja o último ingênuo da cena política Brasileira. Chega a ser comovente seu engajamento com seu projeto de renda minima, com os outros pontos de sua agenda social, que não são poucos e sobretudo sua postura reta, de quem até agora não se pode dizer nada de errado no campo do caráter.

De Eduardo não é necessário falar sobre ética, pois ele tem caráter. Ética como se sabe é aquilo que nos rege quando todos estão nos olhando, caráter, independe de quantas pessoas estão a nossa volta para se revelar. Suplicy, tem caráter.

Já dormiu em acampamento de sem terra, ja foi a Cracolândia, já fez muitas coisas das quais os políticos tradicionais como sua ex esposa por exemplo tem apenas asco, repulsa. Eduardo seria um bom Discípulo de Cristo se fosse seu contemporâneo. Tem comprometimento com suas ideias e sobretudo com seus ideais.

No último show dos Racionais MC'S Eduardo, que infelizmente não esta mais representando São Paulo como Senador subiu ao palco e cantou uma parte de "Nego Drama", música símbolo dos Racionais. Cara, fantástico isso!!! Eduardo é um Matarazzo, legítimo representante da aristocracia Européia que fincou pés em São Paulo, seu traços o denunciam, seus gestos educados e elegantes, sua fala pausada e baixa em nada lembram os gestos largos e voz estridente tão comum das periferias de São Paulo.

Ainda sim é nas periferias, que tem como seus maiores e mais legítimos representantes  os Racionais MC'S, que Suplicy parece estar mais a vontade. E quando subiu e cantou Nego Drama, de forma alguma isso pareceu forçado ou sem sentido, antes pareceu um entre seus, alguém a vontade ao se locomover entre pessoas aparentemente tão diferentes. Diferente, no caso é Eduardo. Diferente dos patifes que pululam em Brasília. Quando declamou em sessão do Senado, anos atrás uma letra dos Racionais foi ridicularizado, hoje, todos vemos quem merece o título de ridículo e consequente desprezo da sociedade.

Suplicy apesar de ainda ser Petista, não é Petralha. é antes o último Bastião da moralidade dentro de um partido carcomido pelos vermes da corrupção e roubalheira desenfreada. Continua mesmo sem  ser um Senador sua luta sem tréguas pelos mais desvalidos e por este motivo, merece e sempre merecerá o meu mais profundo respeito! Vida loga a Eduardo Matarazzo Suplicy!!!

É isso.

Ouvindo: Racionais MC'S

domingo, 13 de dezembro de 2015

Arquivo X. A verdade está lá fora.



E então esses dias eu fiz 43 anos. To ficando velho, to ficando (ainda mais) chato,  e to ficando apegado as coisas do passado as quais eu tinha alguma predileção. No caso, vou falar de Arquivo X. tenho uma tríade de séries que eu venero,  The West Wing, Friends e Arquivo X. Fui a Saraiva tentar comprar a coleção completa de Friends. Não consegui, havia esgotado. Me restou comprar a de Arquivo X. Cara que acerto! Ainda bem que Friends tinha acabado!

Arquivo X não tem o cinismo implícito de Friends e  nem tenta salvar o mundo vendendo que os Democratas Americanos são os caras mais legais do planeta. Arquivo X é antes de mais nada uma série que zomba dos clichês sobre UFO'S com tanta sutileza, que faz a coisa parecer séria. Tem seus personagens muito bem construídos, Fox Mulder e Dana Scully estão entre os melhores personagens de ficção de todos os tempos, mas seu mérito é ser uma série que  sempre manteve todas as possibilidades abertas. A devoção de Mulder a sua causa era comovente e a lenta porém progressiva conversão de Scully torna os episódios, principalmente os da primeira temporada, absolutamente apaixonantes.

A série e seu criador, embora demonstre um certo pendor a validar as idéias sobre abduções, experimentos entre outras atividades alienígenas não finca o pé em defesa de Mulder e o seu slogan: "A verdade esta lá fora", sempre serviu como mote para que seus espectadores não se deixassem apaixonar perdidamente pela causa de Mulder  e mantivessem sempre seus olhos atentos para tudo o que dizia respeito ao universo de Arquivo X.

Na verdade, escrevo este post após assistir "O Demônio de Jersey", um episódio que nada tinha a ver com alienígenas  e por este motivo um dos mais saborosos da temporada. O episódio começa indicando um caminho a seguir na linha de narração e logo da uma guinada e mais outra antes do fim. Quando termina, não entrega respostas prontas ou fáceis e faz com que o espectador tenha que raciocinar para tentar discernir o que de fato aconteceu exatamente e quais conclusões podem-se tirar da história contada se é que ela é conclusiva de alguma maneira.

Esses episódios fora do arco alienígena, quando Mulder e Scully eram menos cientistas e mais policiais são o grande achado ada série, não obstante a série ter sido sedimentada em torno da temática extra terrestre, estes  episódios garantiram que Arquivo X não se tornasse uma série chata e cansativa, embora tenha tido o pior filme para cinema derivado de série que eu já tive o desprazer de assistir. Esperava-se muito mais e o que se teve foi uma xaropada sem sentido.

Rever os episódios de Arquivo X em sequência, desde o início, me fez gostar ainda mais da série, ver como o mundo mudou em termos de tecnologia e comportamento também me fez ficar abismado. Arquivo X é uma série que parece se passarem um passado muito, muito distante e isso lhe deu um clima retrô fabuloso. Recomendo a visita au universo de Arquivo X.

É isso.

Ouvindo: Foo Figthers

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

130 tiros


Por volta de 130 tiros, foi essa quantidade absurda de balas que o carro que conduzia cinco jovens negros e pobres  nas franjas da cidade do Rio de Janeiro, lugar esquecido por aqueles que moram na área glamourosa do Leblon, Ipanema, Copa, São Conrado Barra entre outros endereços estrelados.

Cinco Jovens que foram comemorar o primeiro salário de um deles. Cinco jovens que tem a petulância de além de negros e pobres estarem dentro de um carro popular. Cinco jovens que deveriam ter entendido que lugar de favelado a noite, é em casa, e se favelado no Brasil, estiver a noite, de carro, na rua, é bandido que roubou o tal carro.

Chega de falar de despreparo da Policia. Chega!!! Não é esse o caso, o buraco, amigos é bem mais embaixo. O buraco se encontra no problema racial deste pais e no problema de pobres, seja de que cor for, não ter ainda assegurado o direito de ir e vir sem medo. Morar na periferia da periferia é garantia de problemas com a Policia ainda que a pessoa seja de bem.

A Policia é sim despreparada, mas pior que o seu despreparo, é a falta de um ensino básico que além de ensinar as matérias da grade curricular, faça com que as crianças aprendam noções básicas de cidadania, aprendam a respeitar as pessoas independente de sua cor, raça, religião ou qualquer outro ponto de distinção. Esses policiais, que mataram de forma covarde cinco jovens trabalhadores, são antes de mais nada cinco cidadãos que jamais tiveram  o mínimo de ensino sobre o que é respeito. São subprodutos de um sistema tanto educacional quanto social que não "ensina" pessoas a serem cidadãos na forma mais plena da palavra.

130 tiros em cinco pessoas??? Como assim?  Os policiais estavam contendo alguma rebelião?  Era uma revolta popular? O que justifica o uso de uma força tão desproporcional? Onde vamos parar? Por que aceitamos quietos e passivos tal disparate?  Estamos realmente tão anestesiados assim? Até quando?

Quanto vale a vida de alguém? Quanto vale a dignidade de alguém? O trágico é que perdemos a capacidade de responder perguntas como esta. Nossa avaliação cai  na vala da brutalização banal do ser humano e achamos que bandido bom é bandido morto, mesmo que nem bandido ele seja. Assassinatos, linchamentos, tudo isso assistimos de forma passiva, ainda que sejam perpetrados contra inocentes.
ATÉ QUANDO???

É isso

Ouvindo: Emicida

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Esperança, ela ainda existe?


Ainda existe esperança? Ainda é possível ser feliz, ser alguém? Ainda tenho a possibilidade de olhar para o futuro e me ver confortável e feliz nele?

Policiais batem em estudantes, políticos cada vez mais tem menos vergonha de seus maus feitos e os escancaram para que a população não apenas os veja, mas sinta os seus efeitos. A natureza grita desesperada por estar morrendo, sendo assassinada dia a dia sem dó pelo homem inescrupuloso que mesmo vendo-a morrer ainda sim retira dela o que ela não tem mais a oferecer.

As pessoas morrem de fome, as pessoas se matam por comida, por água e principalmente se matam por nada. Sim, por nada. Adolescentes matam por um tênis, por dívida de drogas, porque um olhou atravessado para o outro. Isso significa alguma coisa? O mundo perdeu o prumo, é isto que significa, o mundo perdeu o prumo irremediavelmente.

Não tenho vergonha de dizer que em meu ponto de vista a única esperança não para o mundo mas para os indivíduos que nele habitam é Jesus. Sim, Jesus. Sem Jesus em nossas vidas de forma individual, não conseguiremos agir mais de forma coletiva pelo bem da humanidade. Humanidade esta que nada mais é do que um "catado" de pessoas que corre sem direção, cada um por si, olhando apenas para o seu umbigo e por este motivo tropeçando aqui e acolá. Se não corremos por um objetivo maior que o nosso próprio bem estar estamos fadados a fracassar.

Apenas um olhar realmente despido de egoismo pode trazer união e somente a união pode fazer um mundo minimamente melhor. Enquanto muitos morrem de fome, padecem de frio e sede poucos tem conforto. Onde foi que nos perdemos? E principalmente, onde foi que perdemos o nosso ponto de conexão com o Eterno, com aquele que pode nos guiar em trilho seguro? Se somos assim hoje, é porque recusamos os ensinamentos de Cristo, nada além de disso. Sim, meu blog normalmente não toma partido, mas até quando vou me calar e deixar de dizer o que eu penso? Só Jesus, só o seu poder, só a nossa completa submissão a Ele pode nos colocar como seres individuais novamente no caminho reto e se cada um de nós entrarmos neste caminho, naturalmente as coisas melhorarão.

É evidente que  nem todos entrarão por este caminho,  a maioria não entrará. Estamos ocupados demais em polir a nossa auto confiança em vencer os nossos problemas apenas com nosso próprio esforço. Isso não vai acontecer. Sem Jesus estamos fadados ao fracasso e a esperança de um mundo melhor descerá pelo ralo de nossas vidas de forma inexorável.

Somos sim, seres dependentes de Jesus Cristo e de seu amor, temos a necessidade de com ele caminhar querendo admitir ou não. Podemos nos refugiar na música, no esporte, na política, no sexo, onde quisermos, mas na noite fria de nossa alma, sabemos onde  buscar as respostas e se  você que lê não sabe, eu te digo: Busque seu auxílio em Cristo, só ele pode nos ajudar a escuridão vencer,  a sermos pessoas dignas pois fomos criados a sua semelhança. Cristo nos espera, de braços abertos a mim, a você a todos.

Aceitar que se é dependente de um ser que nem podemos ver talvez pareça loucura, mas em quantas loucuras acreditamos o tempo todo? Em quantas teorias vazias colocamos nossa fé? Cristo é nosso abrigo, nossa fonte de segurança, ele nos chama para a liberdade, nos da a oportunidade de vivermos uma vida realmente plena em todos os aspectos nos mantém íntegros e prontos para vencer qualquer desafio.

Sim, crer em Cristo e com ele andar requer fidelidade. é uma escolha por vezes difícil, mas quantas escolhas fazemos todos os dias e quantas escolhas sem sentido fazemos? Nossa mente nos prega peças o tempo todo e nos diz que acreditar em Deus é algo fora de moda, que ele está morto. Não está. As vezes tudo o que temos a fazer é voltar ao básico da vida, é acreditar no que é simples demais e por este motivo se torna tão complicado. Descomplicar o simples é o que devemos fazer. Deus, muito mais do que vivo é o próprio doador da vida e de uma vida tão abundante que corre como uma fonte de água limpa que jamais se acabará.

Há um Deus no céu e ele olha por mim e por você e por este motivo a esperança existe sim e pode se renovar a cada dia no coração daqueles que o Amam. Se você acha esta conversa muito louca, prove a Deus, sem medo, sem reservas, torne-o um amigo seu, compartilhe seus medos, tristezas e também alegrias com Ele e perceba que aos poucos uma vida nova e completamente diferente da que vivia emergirá.

Existe sim esperança. Ela está em Jesus Cristo. Esta em nossa escolha em ser fiel a Ele. Estarei orando para que cada um que ler este post possa de alguma forma sentir-se tocado ao ao menos tentar experimentar tal momento com Cristo. Se possível, ore também por mim.

É isso

Ouvindo: Alessandra Samadello

Geraldinho e sua policia que prende estudantes


Prender estudantes? Como assim??? Há!, é só conduzir até a delegacia... Dai pode né Geraldinho? Geraldinho, Geraldinho... Qual é a sua man? Quer realmente cair no buraco mais fundo  que um político pode cair que é ser o cara que odeia a educação pública do seu estado?

Gerir a crise hídrica do seu estado de forma tacanha e irresponsável aumentando as tarifas de água de forma vil e escorchante não é o suficiente para você?  Tem que ser agora o cara que joga a polícia em cima de estudantes que não querem estudar longe de casa? Você comeu bosta no café da manhã Geraldinho?

Uma polícia que prende estudantes é análoga a polícia de Paulo Maluf que se orgulhava de ter uma ROTA que atirava primeiro e perguntava depois caso o cadáver ainda pudesse responder alguma coisa. Geraldinho sempre se disse um democrata enquanto Maluf nunca negou um lado ditador. É vergonhoso ver policiais entrando em confronto com estudantes quando deveriam protege-los. Geraldinho caminha a passos largos para ter o pior mandato de governador da história e parece não se importar nem um pouco.

Geraldinho ainda tem pretensões de ser presidente do país, mas eu me pergunto: Como será a educação em um eventual mandato presidencial de Geraldinho? A Policia Federal vai bater em estudantes também? Geraldinho tem um problema, sua imagem esta irremediavelmente arranhada, ele agora é conhecido como inimigo número 1 da educação em São Paulo e com toda a razão!

Pobres estudantes da rede pública estadual Em SP. Tem um ensino de péssima qualidade e ainda apanham de policiais truculentos e despreparados. O que mais falta acontecer?

É isso.

Ouvindo: Titãs

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Como se fosse possível...


Só um psicopata acha que controla tudo. não dá, sem chance. Na verdade, são tão poucas as coisas que controlamos que sentir-se no controle  é quase que uma ilusão, uma quimera, mas uma quimera que muitos querem viver, muitos acham que vivem e acabam sendo felizes nessa ilusão.

Não tenho tal  ilusão embora de verdade, sendo bem sincero, eu queria sim a ter. Mas como seria isso possível?  Vamos ser sinceros, o que controlamos os outros? Ou reformulando, controlamos apenas o outro que esta ao nosso lado? Controlamos o seu amor? O seu desamor, o seu querer, suas vontades e sua falta de vontades? Claro que não!

Controlamos motoristas bêbados, mendigos que nos abordam em busca de pão? Controlamos a memória quando ela falha?  O passado controlamos? E o presente? E o futuro então? O que temos de controle sobre o futuro?

Quantas pessoas não fumam, não comem carne, não bebem refrigerantes e tantas outras coisas e ainda sim padecem de câncer? Quantos não entram em um avião e ainda sim morrem de maneira besta? Por que ter a ilusão falsa do controle?  Apenas porque temos a vontade de controlar? Sim ela é latente e insana em nós, a vontade de controlar a mulher, o marido, os filhos, os colegas sem noção, controlar a tudo e fazer com que as coisas sigam o nosso padrão. Como se isso fosse possível, como se o nosso padrão fosse o correto e guiado por ele a humanidade fosse ser melhor e mais feliz.

Mesmo sabendo não ser possível, agimos como se fosse e como se exercer controle sobre tudo e todos fosse uma realidade palpável e esquecemos que quanto mais controle tentamos exercer, mas ele escorre pelas mãos e o que resta é um total descontrole tanto emocional quando físico como em todas as outras áreas da vida.

Não sou de forma alguma um partidário do deixa vida me levar, vida leva eu, mas acho tão fora de propósito querer controlar o que não se pode controlar que fico abismado com quem tenta de forma tão ferrenha fazer com que o controle seja exercido. Pior, controle sempre, ou quase sempre tem a ver com força, com exercer poder e claro isso traz a questão da opressão. Controlar via poder é quase sempre, ou sempre, oprimir, então prefiro não controlar, apenas deixar as coisas correrem o seu curso natural e claro, se possível, desviar um tantinho aqui ou ali pra ver se vai pra onde eu quero.

Difícil essa questão, difícil saber o que é um tantinho e o que é tentativa descarada de manipulação. A vida é assim. É assim que a vida é.

É isso.

Ouvindo: Bread


Sobre luzes e melancolia


Não é que eu seja uma pessoa cinza, nada disso. Embora em alguns momentos esta cor me caia bem como metáfora de uma vida vivida as margens da felicidade. E é bem isso sabe? Engraçado esta definição ter vindo agora, mas eu vivo as margens da felicidade. Ela é como um rio caudaloso, porém manso e gentil, que convida a  um mergulho profundo em seu leito, mas eu não me arrisco. E se eu me afogar de tanta felicidade? E se eu me acostumar com ela? Oque eu faço o dia que o rio secar?

Falar sobre melancolia é correr o risco de resvalar em vários clichês e dos piores clichês na verdade. é ser patético querendo ser apenas o que se é, pois a melancolia vista por quem a observa e não sentida por quem a vive é nada além de patética. Eu não invejo quem é feliz o tempo todo, apenas não entendo como alguém pode viver assim. Não entendo. Me demandaria um esforço que não esta em mim.

Não sou, é claro um um infeliz contumaz, nem de longe, apenas não sou o cara mais solar do mundo e sempre sinto uma ponta de falsidade ou de forçação de barra em quem faz questão de andar com um sorriso atarraxado nos lábios o tempo todo. Minhas alegrias são pontuais, como flashes de luz que espoucam aqui e acolá e logo se apagam. O mundo, não é um playground gratuito e as diversões que encontramos nele geralmente são pagas, além de muito caras.

E o pior é que pagamos caro por diversões baratas, esse é o lado irônico da  questão.  Uma limonada por exemplo, nunca pode ser apenas uma limonada, ou seja, limão, água e açúcar. Isso não é limonada nos dias de hoje. Para ser reconhecida como tal, ela tem que ser servida com raspas disso, redução daquilo, com açúcar especial de nome empolado e em porção minima que pega mal tomar um copão de limonada ou o que quer que seja.

A melancolia me mantém são. Não aceito sair sorrindo sem vontade. Não acendo luzes onde a escuridão é mais acolhedora. Sou feio, ninguém precisa ver meu rosto iluminado com um sorriso e piorar a situação da feiura com a exposição de uma arcada dentária prejudicada. Eu não vou pedir para que sorriam para mim também, a menos que queiram. Luzes são necessárias as vezes, mas podem ficar adormecidas se necessário for.

Eu gosto de sentar sozinho no Starbucks pedir um café e observar. Observar pessoas, observar atitudes observar a mim mesmo. Meus cafés são sempre cheio de cremes e gelados e com tudo que os faça não parecer com café da forma como eu mesmo o conheço. é minha forma de fugir. Se eu peço um café simples, um expresso, estou no modo realidade. Se o café é cheio de trique trique é claro que quero mais do que a experiência de sorver cremes que de tão gelados me dão dor de cabeça. Estou fugindo seja do que for e o Starbucks e seus cafés são meu porto de seguro. Dai posso sorrir de forma anônima, fora da realidade, desligando a minha própria consciência e apenas observando outras pessoas e suas formas teatrais de viver a vida.

O teatro de viver não é para mim. Não sou canastrão, não sou histriônico e muito menos sou um bom ator. Sou um minimalista que joga suas emoções na cara dos outros e ninguém gosta disso. No palco, sempre sou vaiado, as luzes se apagam para mim e ligam as luzes de serviço indicando que o breve espetáculo acabou. O minimalismo emocional não serve nos dias de hoje. Ser quer se é, ter a consciência de seu papel no mundo não serve para nada além de ser acometido de uma melancolia cronica. Mas e dai? Quem liga de verdade para isso?

Por mim, as luzes podem adormecer a mesmo entrar em sono profundo. Vivo de sombras, vivo nas sombras. Sou um vulto, não uma forma completa. A vida vai, a vida vem e um dia ela acaba. E ninguém nem nota, a verdade é esta.

É isso.

Ouvindo: Chris Rice