terça-feira, 14 de agosto de 2018

Eu Não Pertenço


E ai navega daqui, navega dali e eu que não sou obrigado a conhecer todas as músicas do Universo, descobri uma pérola chamada "Paralelo" de Felipe Valente. Na verdade já tinha ouvido a música, mas ver o vídeo no vocêtubo com Suzanne, a esposa de Felipe tocando Harmonium e ele violão e voz em uma locação tão delicada, com um arranjo igualmente delicado, me fez absorver a letra. E que letra!

Eu sou um otimista e acredito na primeira frase da canção que diz, "Veja bem, tudo vai dar certo". Cara, como eu acredito nisso! Pra mim se não deu certo, é porque ainda não acabou. Como diz a canção também, o Sol é tão distante, mas ainda sim ele me aquece, como pode? Como pode em meio a tantas situações sem sentido, a vida ainda sim fluir? Ainda sim tentar basear a minha vida na fé? Por que a razão é concreto e a fé, deserto. E em meio a isso tudo eu sou tão pequeno, tão "não pertencente" ao que quer que seja.



Felipe diz que vive além de "pobres versos", mas veja, ele ainda tem a sorte de escrever esses versos (que de tão poéticos são riquíssimos e não pobres). E eu? Quem sou eu no rolê dessa vida com minha total insignificância? Minhas aspirações, minhas veleidades literárias, musicais, são nada, absolutamente nada, porque a grande verdade é que eu não pertenço.

Não pertenço a lugar algum, a ninguém, a situação alguma. Vivo a vida sabendo que a eternidade começa dentro de mim, mas não me sinto pertencente a nada por mais efêmero que seja, quanto mais ao conceito por vezes perturbador para mim da eternidade. As paralelas de minha vida são as que vivo longe não de qualquer outro ser humano mas de Criador. Não posso pertencer a nada e nem a ninguém se não pertencer antes a Ele. 

Essa é uma verdade tão categórica, tão palpável que simplesmente me assombro como posso não pertencer ao Eterno e me conformar com isso, ainda mais quando ele quer que eu pertença, quando seus braços estão abertos. Eu não pertenço e não pertencendo, eu sofro. O que me consola é saber que o Eterno me ama.

É isso

Ouvindo: Felipe Valente

sábado, 4 de agosto de 2018

Não Sabemos o Que Deus Pode Fazer, Então Fiquemos Com o Que Ele Já Fez.




Não sei o que o futuro me reserva e por mais que eu planeje minha vida para os próximos três anos, não tenho ideia se chegarei ao fim deste prazo tendo cumprido o meu planejamento ou se coisas completamente diversas das que imaginei terão acontecido em minha vida. Simplesmente não posso sequer imaginar o que Deus, o fator mais  mais importante da equação do meu futuro, planeja para mim.

Também não sei o quanto de seus planos para mim serão aceitos e o quanto destes planos eu descartarei para seguir a minha própria vontade. Meu futuro, afinal de contas, pode terminar amanhã, caso minha vida cesse no dia de hoje. Não sei o que Deus pode fazer, mas fico com o que ele já fez por mim.

A frase do título deste post eu pincei de uma fala da cantora Eyshila ao visitar outra cantora, a Pastora Ludmila Ferber. Ludmila tem câncer e seu estado é grave e Eyshila em um momento de extrema lucidez disse tal frase que não sei se é de sua autoria mas isso tão pouco importa. Importa aqui é  lembrar de tudo o que Deus em seu imenso amor já fez por mim mesmo eu não merecendo, mesmo eu rejeitando sistematicamente os seus planos, mesmo eu sendo rebelde. Deus, tal qual um pai que ama a seu filho mais que a qualquer outra pessoa neste mundo, fez e segue fazendo maravilhas em minha vida e em uma quantidade que simplesmente não consigo contar.

O futuro e seus mistérios são desconhecidos para mim e confesso que as vezes me angustio por este motivo. Como saber se ama hã estarei vivo? Se farei a venda da minha vida? Se vou trocar de carro no final do ano como planejo, se terei mais dinheiro, enfim, não sei nadinha do que me espera.

E todas as  questões que eu levanto e não sei as respostas sobre o meu futuro são questões seculares, mundanas. Esqueço que a questão mais importante sobre meu futuro já foi respondida a muito tempo na Cruz do Calvário, quando Deus enviou o seu Filho para morrer por mim e garantir a eternidade ao seu lado. No entanto, este futuro garantido de forma sólida, comprado a preço de sangue parece tão distante embora esteja tão perto, que as questões terrenas sobre sucesso, finanças, saúde e tudo o mais o deixam completamente obnubilado, e pior que isso muitas vezes, desimportante.

Não sabemos o que Deus pode fazer pois seus planos embora perfeitos são revelados a nós no momento que melhor lhe aprouver, então, fiquemos com o que ele já fez. Deus é amor, e Deus é perfeição. Recebamos dele aquilo que ele nos oferece e tenhamos a certeza que é o melhor para cada um de nós.

É isso.

Ouvindo: Steven Curtis Chapman

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Sobre a Peça Em Que Jesus é Personificado Como um Travesti



Sobre a peça em si, não tenho nada a falar, absolutamente nada por um motivo muito simples, não assisti e nem pretendo e se ganhasse um convite para tanto, não iria. Simples assim. A temática não me chamou a atenção, não vejo Jesus como um travesti e o tema me causa antes de mais nada, enfado.

Cabe no entanto neste mundo, louco mundo, frisar que nada tenho contra homossexuais, travestis ou congeneres, já tenho  minha vida para cuidar e não vou cuidar do estilo de vida de ninguém, seja opinando, seja debatendo o certo e o errado de cada um. Não me diz respeito pura e simplesmente.

Isso posto, censurar a peça é um erro. Liberdade de expressão  em um país Laico é fundamental, ou este país deixa de ser laico para ser um país que protege os interesses de grupos religiosos específicos. No  entanto, eu censurei a peça de minha vida  e de forma muito simples: Não fui assisti-la e nem a recomendei a quem quer que fosse. Não alimentei a curiosidade  inerente em mim pesquisando, buscando referências, nada disso. Simplesmente deixei a vida seguir e este tópico, até aqui ao menos, tinha virado mera nota de rodapé nas muitas noticias que acompanho no dia a dia.

Até quando setores que se arvoram de paladinos da moral vão tomar conta de nosso país jogando-o no obscurantismo da censura e da poda das liberdades mais elementares? A peça, muito provavelmente seria um fracasso por si só dado o seu tema absolutamente impopular. Para que censura-la? Quem quer assistir, que assista, quem não quer, não vai e pronto. Se acharmos normal censurar uma peça porque ela retrata Jesus como travesti, porque não então censurar abobrinha, giló, agrião ou quiabo? Garanto que muita, mas muita gente não gosta desses acepipes mas ninguém proíbe que sejam produzidos por um simples motivo: Come quem quer e quando quer. Por que com a peça tem que ser diferente?

Por que ridicularizar  religiões de matriz Africana algo tão comum em nossa sociedade não causa a mesma grita que mexer com Jesus, símbolo da fé Judaico - Cristã?  Por que aceitamos ver o Islã ser desonrado em suas crenças a todo momento não apenas aqui em Terras Brasilis mas no mundo todo e não nos movemos? Será que a fé Cristã é tão superior assim que a fé Budista? Será mesmo que crentes são melhores que macumbeiros e vamos ser sinceros, se o termo "macumbeiro" já encerra em si uma afronta as religiões de matriz Africana, porque insistimos em usa-lo de forma natural?

Gritamos contra o óbvio porque é fácil e calamos contra o que é apenas sugerido porque muitas vezes não entendemos o contexto. Achamos o fim do mundo ridicularizar Jesus mas aceitamos que nossos irmãos (e veja, uso irmãos porque a minha fé e Cristã e creio que todos somos filhos de um mesmo Pai e se isso é verdade somos todos irmãos independente de aceitarmos isso ou não), seja massacrado por crer diferente e crer inclusive que Jesus poderia voltar como travesti a este planeta. Ok, eu não creio nisso em hipótese alguma mas é apenas a minha crença e eu posso estar errado, ou não?

Peço a Deus que nos perdoe por tanta intolerância, tanta maldade, tanto ódio e que ele nos revista de seu amor, sua compaixão e nos faça imitadores de seu caráter que é e sempre foi de amor, mesmo com aqueles que não o aceitaram.

É isso.

Ouvindo: VPC




terça-feira, 31 de julho de 2018

Neymar, e o Comercial Infeliz



Sou Santista com orgulho mas admito que meu time teve dois gênios da bola que infelizmente são pessoas absolutamente desprezíveis quanto a postura pessoal fora das quatro linhas. Pelé sempre falou muito e nada fez. Se arvorou a vida toda de defensor das crianças mas não há sequer uma nota de rodapé que possa se acrescentar a sua biografia no que diz respeito a fazer algo de efetivo em defesa delas. Sempre dando palpites equivocados sobre futebol conseguiu virar motivo de piada mundial com os mesmos e não é levado mais a sério a muito tempo.

Neymar, a quem confesso tentei gostar e até defender se mostra ainda mais inábil ao se posicionar perante o mundo. Um malandro da bola sempre pronto a tentar ludibriar a arbitragem e a aos outros jogadores, não tem maturidade para ter o status de astro do esporte que tentam colocar em seus ombros de qualquer forma. Claro que seu talento é inegável, mas Neymar  é alguém para se ter vergonha alheia devido a sua postura nada profissional que deixa em segundo plano seu talento.

Neymar teve na última copa do mundo a grande chance de mostrar a que veio. Não tinha a obrigação de ganhar a copa, mas de forma alguma precisa sair dela como o grande palhaço sem graça que saiu. Seu cabelo de diversas cores e formas foi o porta estandarte que mostrou ao mundo sua real intenção: Mostrar que era o grande capitão da maior seleção presente ali, o intocável, o diferenciado. Sim, Neymar era diferenciado, mas jamais deveria se achar intocável. Acontece que quando um jogador tem uma  entourage tão grande e absurda em sua volta, um grupo que não tem nenhuma função além de faze-lo sentir-se especial inflando seu ego quando deveria faze-lo sentir-se útil e parte integrante de um sistema. O problema, amigos, é Neymar pensou ele mesmo ser o sistema e que todos os demais eram apenas peças prontas para rodar por ele.

E ai veio a derrocada que todos já sabem. O Brasil perdeu, mas muito mais que isso, Neymar desmoronou, perdeu, se ferrou falando o legítimo português. Em um primeiro momento, se calou e deveria ter continuado calado. Seu silêncio para além do ditado que revela aquiescência no que se fez, seria como um bálsamo curando supostas feridas causadas pelo fracasso.

Acontece que Neymar não tem feridas e isso ficou claro com seu patético comercial patrocinado pela Gilette do grupo Procter & Gamble. Se aproveitando do próprio fracasso e sem vergonha alguma de com ele faturar em torno de 7 milhões de dinheiros americanos, este jogadorzinho de bosta revelou a sua estatura moral,a estatura de um Leprechau e o descaramento da mesma figura. Neymar não teve vergonha de se envergonha e se enlamear na própria perfídia. Quis convencer a quem que é um menino? Aos 26 anos? Cresça, garoto! Você é um homem! OK que sei pai, age como seu tutor o tempo todo respondendo por você, agindo por você, jogando  você em uma barafunda  sem fim e vergonhosa. Até quando, Neymar, teremos que ver ações infelizes de sua parte sendo justificadas agora não só por seu pai, mas por grandes corporações  dispostas a faturar alto com sua imagem?

Neymar, seu comercial foi um tiro no pé! Uma vergonha alheia que nem o Monty Python ou o Saturday Nigth Live poderiam produzir. Você se apequenou muito mais mais do que já estava pequeno e espero sinceramente que tenha chegado ao fundo do poço. Ter dinheiro, namorar uma mulher tão linda quanto fútil, estar cercado de "parças" que apenas o bajulam por medo de dizer verdades e perder privilégios é algo muito triste, degradante até. Será que um dia você aprenderá a se portar como homem?

É isso

Ouvindo: Misfits

Jesus, A Novela Escrita Por Satanás



É evidente que não poderia se esperar outra coisa de uma novela veiculada no canal dos mercadores da fé alheia no caso a TV Record além de um folhetim recheados de erros claramente intencionais que buscam de forma absolutamente despudorada deturpar fatos e acontecimentos de um dos períodos mais iluminados da história da humanidade, o nascimento do Messias, o momento em que o Verbo se fez carne, a ocasião em que  o "Eu Sou" enviou seu filho a este planeta para remir os pecados de todos os que quiserem ser remidos e lavados no sangue do Cordeiro. o Diabo não gosta disso, é evidente e usa de todo o seu poder de propaganda para distorcer os acontecimentos, mas ontem, alguns limites foram rompidos.

Vou falar aqui apenas do capítulo de ontem. uma verdadeira aberração histórica e principalmente um soco na cara dos que professam a fé Cristã e não vendem sua fé por conta de uma diversão barata. Antes de mais nada, já deixo claro que é absurdo para mim o conceito de se fazer uma novela, uma obra aberta por definição, tendo como base a vida do Messias. Alguns dirão, mas houveram filmes sobre sua vida, peças teatrais, enfim, várias expressões artísticas trouxeram a  história do Salvador a baila. Nada mais verdadeiro e ainda sim, 99% do que se produziu foi lixo, sempre privilegiando o ponto de vista de determinado grupo patrocinador da obra. Sim, algumas poucas obras de fato representaram o ponto de vista bíblico de maneira correta, isso é fato.

Acontece que a obra que esta sendo aqui debatida é de um sem sentido total, talvez o maior entre todas as obras já feitas, e o capítulo de ontem fala exatamente sobre os dias que antecederam o nascimento do Mestre. Na visão distorcida da novela José e Maria viraram um casal próspero nos meses que antecederam a vinda do Senhor Jesus ao mundo, já que José viajou com grande antecedência para Belém. E viajou para Belém, não para que se cumprisse a profecia de que ele viria da Casa de Davi, mas porque a suposta irmã de sua mãe Maria havia se mudado para Belém  com seu marido Zebedeu. Zebedeu ajuda José a contra gosto da própria irmã de Maria e eles são alojados no estábulo da família. Como assim???? E a irmã de Maria ainda fala: "Lhes farei uma cama com todo conforto" 1 Epistola de Satã Cap 4, vers. 3. É brincadeira??? A Biblia afirma:

“pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2 Cor 8,9).

Jesus nasceu em pobreza, sendo rico se fez pobre e desvirtuar essa premissa é algo claramente Satânico. José viajou a Belém e não havia uma estalagem sequer que os pudesse receber e por este motivo sua mulher foi conduzida a uma manjedoura, junto a bois, vacas, ovelhas, entre excrementos desses animais e tudo o mais que se possa imaginar. Cama confortável??? Coloca o Salvador em uma "cama confortável" é o mesmo que dizer que tudo o  mais é mentira a seu respeito, pois se não é verdade que sendo rico se fez pobre e nasceu ele em uma cama confortável, o que mais seria verdade nessa história toda?

Jesus, nosso Salvador e remissor jamais deveria ser vilipendiado dessa forma, porém contribuem para isso a falta de conhecimento bíblico que assola a comunidade cristã nos dias de hoje. Jesus, a novela, não é de forma alguma entretenimento, é doutrinação maligna da pior espécie e ontem foi o último capítulo que me permiti assistir. Espero que essa sucessão de histórias sem sentido que desfilam noite após noite aos poucos sejam desmascaradas aos olhos de quem as assistem e que a novela seja um fracasso. Nada além disso. Desvirtuar o Rei que se fez pobre em favor de nós e querer dar a ele um conforto inexistente na hora do seu nascimento pode parecer inofensivo, mas como toda contrafação é algo extremamente ardiloso e malévolo.

É isso
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Ouvindo: Maranatha Music!


sexta-feira, 27 de julho de 2018

Paulo Gorgulho, Quem Diria?!



Paulo Gorgulho, o eterno José Leôncio de "Pantanal', patacoada brejeira da extinta Rede Manchete que mesmerizou milhões de expectadores  em frente a TV apenas por sair do padrão global de fazer novelas  e por trazer a baila um outro personagem,  - Juma Marrua, o único que prestou em toda carreira de Cristiana Oliveira, vem a três noites consecutivas me surpreendendo.

Ok, verdade seja dita, Gorgulho é um bom ator, sempre foi, mas com uma ressalva: Precisa ter um personagem realmente bom para desenvolver. Como o Capitão Galdino que interpretou no Cinema por exemplo,  em "O Cangaceiro" ou mesmo Ataliba Timbó de "Fera Ferida". Ou seja, personagens bons, atuações idem. Atores assim me irritam. Não conseguem extrair de personagens ruins boas atuações, atuações memoráveis. Em suma, existe uma limitação óbvia ai que separa atores apenas "ok' de atores de verdade.

E quem diria? Paulo Gorgulho vem surpreendendo, e muito positivamente no único programa que não pretendia assistir na TV este ano. A caótica e com diálogos de rolar no tapetinho na sala de tanto rir por rasos e bobocas que são, novela "Jesus". "Jesus", além do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo virou personagem central de uma novela da rede de ladrões da fé alheia, Record. Comandada pelos salafrários da Fé da IURD,  a novela em questão já vem mostrando sutilmente a que veio. Deturpar, confundir e ser anátema sobre a história de Cristo sem a menor dor na consciência.

Personagens claramente saídos da cabeça do próprio Satã povoam a novela e dão um norte absolutamente  infeliz a um texto que jamais deveria virar novela antes de mais nada. Cria-se na cabeça do expectador uma fábula dentro da realidade o que é o mínimo, perturbador. Enfim, a ideia nem era descer a borduna na novela, uma vez que haverá muito tempo para isso, mas é impossível não fazer este parêntese quando se fala de  algo tão sem sentido.

Mesmo com toda esta questão de "dramaturgia" ruim e endemoniada em questão, confesso que assisto a novela desde o primeiro dia e espero ansiosamente não por Maria, uma adolescente de comportamento claramente dúbio e questionável para dizer o mínimo que se arvora de paladina da verdade e tem um pai e uma mãe confusos para dizer o mínimo e muito menos por José, um imberbe pré saído da adolescência que não combina de forma alguma com o entendimento de historiadores e teólogos sérios que apontam para um José  maduro e já viúvo  com filhosinclusive.

Eu espero ansiosamente é por Herodes. Paulo Gorgulho da um show!!! Não caiu na caricatura fácil que arrastaria a maioria dos atores. Dá mostras da insanidade de Herodes sem no entanto o fazer parecer um louco em tempo integral. Seu Herodes tem camadas, nuances, tem profundidade, realidade acima de tudo. Sabe que é um derrotado mas com a melhor derrota possível.



Herodes não é um personagem de encher os olhos, ao contrário, pode ser bem aborrecido. Paulo Gorgulho se superou ou vem se superando (acho difícil uma derrapada a esta altura), de forma magnifica e merece todos os aplausos e loas dirigidas aos atores que realmente sabem o que fazem ante as câmeras.. Enquanto ele estiver na trama, a mesma terá a minha audiência. Em uma novela escrita  com o Demônio soprando no ouvindo da autora, ao menos um personagem, e é claro, um personagem do mal, tem brilhado por puro talento e este personagem é Herodes!

Bravo, Paulo Gorgulho!


É isso.

Ouvindo: Jars Of  Clay

domingo, 22 de julho de 2018

Jornalismo Esportivo Como Metáfora De Um Mundo Que Já Acabou



Juca Kfouri, notório jornalista esportivo brasileiro e defensor incansável de Lula noticiou hoje em seu blog que o São Paulo 'humilhou" o Corinthians. Como assim? Eu sei, pois estou na Terra e não em Marte, que o São Paulo venceu o Corinthians ontem em confronto válido pelo campeonato brasileiro, mas mesmo lendo a coluna de Juca (algo que já foi mais prazeroso) me pergunto onde e porque o termo "humilhou" se encaixa.

Ora, se dois times jogam uma partida de futebol seja ela profissional ou não, sempre teremos três possíveis resultados: Vitória do time A, empate, ou vitória do time B.  Se o time A ou B ganham, seja por um 1x0 ou por 7x0, são inúmeros os fatores que definem o resultado seja ele qual for. Pode ser uma superioridade técnica absurda, pode ser interferência da arbitragem, pode ser falha individual, enfim, a lista é grande  e fatores podem ser combinados.

De qualquer maneira um time ganha outro perde ou há empate. Agora, se um time ganha do outro ele humilhou o adversário? Este termo realmente cabe? Em um ambiente onde torcedores mais parecem vândalos disfarçados de seres humanos e onde basta um simples motivo banal para que a guerra se arme, cabe mesmo uma chamada de matéria em um dos sites mais importantes e de maior trafego de pessoas do Brasil, (no caso o UOL, onde o site de Juca esta hospedado)? E para que? Apenas para ressaltar que um time foi melhor que o outro?

Importante lembrar que Juca não é o único que se porta desta maneira. A grande maioria dos jornalistas esportivos usa de termos jocosos e desnecessários para se referir a jogadores, times, federações, confederações, enfim, a qualquer coisa que for o objeto de sua matéria, como se o consumidor de noticias esportivas só lê algum artigo se ele for escrito nesta linguagem, que além de não ser contundente é via de regra desrespeitosa.

Tudo isso faz do jornalismo esportivo, ao menos o brasileiro uma metáfora perfeita de um mundo que já acabou e desgovernado descarrilha rumo ao caos mais absoluto. Mesas redondas cercadas de deselegância com as do canal Fox, onde os Jornalistas parecem inalar alguma solução a base de testosterona antes de entrar no ar a fim de ver quem será o mais valentão e mal educado a impor sua opinião na base da coerção emocional e que vez ou outra parece que vai descambar para a física.

Abriu-se mão a tempos da arte de antes de mais nada informar, pois o jornalismo esportivo brasileiro é puramente opinativo, não cabe de forma alguma informar antes e deixar o leitor/espectador formar suas próprias opiniões, isso é fora de questão, pois o importante é fazer valer a opinião seja do jornalista, seja do canal ou jornal para o qual ele trabalha empurrando goela a baixo dos incautos que ainda tentam se informar através destes meios.

O mundo acabou faz tempo, só esqueceram de nos avisar, ou melhor, nos escondem a noticia por medo da barbárie que virá de uma forma ou de outra. Jornalistas esportivos no Brasil via de regra tem o comportamento que se espera de quem vive em uma sociedade de caótica que não entende que um jogo de futebol é apenas isso, um jogo de futebol, e que ganhar ou perder e eventualmente empatar faz parte.

Precisamos de mais informação e menos opinião e se a opinião vier, que venha de forma sensata, livre de rancores, de agressões desnecessárias e sem direcionar a massa ao ódio. Simples assim.

É isso

Ouvindo: Os Arrais