domingo, 29 de junho de 2025

Bernardo, Bianca e a Alegria

 

A vida, sempre tão corrida, doída e cheia de armadilhas as vezes  se mostra leve, serena e feliz, curiosamente feliz. Ontem, com a chegada em nossa casa dessa duplinha que veio para ficar, a felicidade se multiplicou e tomos todos os ambientes de nossa humilde residência. Desde que Mel se foi, deixando uma saudade que será eterna mas vai se tranasformando em boa lembrança, aquela que não dói, aoi contrário acalma, não tinhamos a companhia de um gatinho. Agora temos e temos em dobro.

Bernando e Bianca vieram de uma feira de adoção e nem podia ser diferente, p0ois não acreditamos em comprar bichinhos quando tantos e tantos precisam de amor e carinho e podem ser adotados. A felicidade é indiscritível e nos mostra que adotar além de um ato de responsabilidade social é também algo repleto de amor. 

A felicidade de acolher esses bichinhos lindos que precisam de um lar é tão grande quanto a que eles sentem quando percebem que foram acolhidos e terão amor e atenção pelo resto de suas vidas. Eles retribuem nosso amor de forma incondicional e sincera. Sim, é possível sentir a sinceridade dessed bichinhos que não jogam, não tomam atitudes programadas para criar reações pensadas com antecedência e nem tem agenda pré definida. Eles no dão amor na mesma medida que recebem e não raro em medida ainda maior.

Eu que sempre tenho dificuldade em expressar sentimentos me sinto neste momento completo, feliz, com o coração pleno de uma  alegria que envolve todas as fibras do meu corpo e me faz querer ser uma pessoa melhor. Difícil eu ser melhor, mas não custa nada tentar não é mesmo? A vida é tão curta para que ao menos não se tente ser feliz e fazer feliz.

Bernando e Bianca, tal qual os ratinhos do desenho animado que inspiraram seus nomes, terão uma vida cheia de aventuras (aventuras de gatos, bem entendido) e serão, muito bem tratados, protegidos e amados. O amor estará sempre presente nessa relação que hora começa. Sempre estarei pronto a fazer feliz esses 2 filhotinhos que logo se tornarão  2 adolescentes e depois 2 gatos adultos. Os amarei em cada fase de suas vidas e sempre estarei pronto para estar com eles no que for preciso. Eu agora sou tutor (pai) do Bernardo e da Bianca.

É  isso.

Ouvindo: Dawkins&Dawkins


domingo, 22 de junho de 2025

Mingau De Fubá

 

Eu ando comendo muito mingau de fubá. Não aquele bonitão que é como uma lamina no prato, todo bem feito. O que eu faço é uma massa desforme, sem graça, mas gostoso. Ao menos, para o meu paladar é muito gostoso. N verdade, mais importante que ser gostoso ele é carregado de memórias afetivas, recheado de lembranças da minha mãe. Eu cresci comendo este mingau feito pelas mãos dela que muitas vezes fazia porç]ões duplas e comia comigo. Hoje eu sei que faltava as vezes grana pra gente comer outra coisa então a gente comia o tal mingau, mas ela fazia de uma forma que parecia ser um dia especial, um momento mágico comer o tal mingau. E de certa forma, era.

Hoje, quando encosto a barriga no fogão e faço o tal mingau sempre é na esperança de reviver momentos, ainda que em forma de lembranças que foram vividos ao lado de minha mãe, momentos de uma infância tímida e introspectiva vivida entre livros e amigos imaginários que tinham as formas mais esquisitas possíveis. Fico ali mexendo com a colher de pau o fubá, o leite e o açúcar e as lembranças me inundam. São bons momentos ainda que encharcados de uma melanolia que embora tão minha parceira de vida fica mais latente em momentos como esse.

É interessante como uma comida pode despertar tão profundas lembranças que ficam por  muito tempo guardadas em lugares de díficil acesso de minha mente talvez porque eu não queira que elas apareçam de forma palpável com frequência.  Lembranças de um garotinho que quase sempre brincava sozinho, via tv sozinho e tinha como companhia mais frequente os personagens dos livros que lia. Fiquei amigo de Sancho Pança, de João Grande, de toda coleção "Para Gostar de Ler" e de toda coleção "Vagalume". 

Sempre fui mais feliz (nas raras vezes em que fui efetivamente feliz), sozinho, matutando comigo mesmo sobre as questões que me eram caras para entender o mundo ao meu redor do que acompanhado, pois sempre que acompanhado estava, me sentia só entre tantos. Assim como ainda hoje me sinto. Só, ainda que rodeado de pessoas. Só, ainda que falando para várias pessoas ao mesmo tempo. Só, ainda que acompanhado.

Na últrima semana devo ter comido mingau de fubá ao menos umas 4, 5 vezes. É muito. E além de muito, não é por falta de comida melhor, ou comida qualquer que seja. É para que a saudade de minha ,ãe pare de gritar um pouco, para que eu me revisite menino e talvez me decifr adulto, antes que velho eu me torne um enigma indecifrável para mim e para os que perto de mim estão. Estou engordando de novo e comer tanto mingau assim vai me fazwer engordar ainda mais. Minha mãe me censuraria ainda que soubesse que tem a ver com o desejo de dela me lembrar.

Eu me lembro vividamente de um dia eu, minha mãe e Fernanda, minha irmã que se foi, tão cedo se foi, comendo mingau e os 3 riam à solta. Foi um dia feliz, muito feliz. A felicidade no final das contas pode estar escondida em um prato de mingua de fubá e ultimamente eu tenho desesperadamente tentado a encontrar.

É isso.

Ouvindo: Fernanda Brum

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Ele Canta, Eu Danço (Can't Help Falling In Love)


Ontem eu dancei. Literalmente, no final da tarde, eu dancei. Na verdade, ja era noite, entre 19:30 e 20 horas, eu dancei. Uma dança tímida, como tímido eu sou, mas eu dancei com alegria e prazer. Enquanto um corretor cantava com seu microfone e sua caixa amplificadora, eu dancei. 

A música veio nesses arranjos próprios para karaoke e o corretor, não por acaso um descendente de Coreanos,cantava com uma curiosa sinceridade, como se quisesse ganhar algum prêmio desses que campeonatos de karaoke na Liberdade, bairro oriental de SP, distribui. 

Por mais que a cena pareça bizarra, pois se passou em um plantão de vendas nos Jardins, bairro nobre de SP, (não exatamente no plantão, mas no espaço destinado aos corretores, uma casa anexa) e corretores não sejam dados a arroubos artísticos, confesso que um rasgo de emoção genuína e muito forte atingiu meu peito. Ver um corretor, ja entrado em anos, cantando de forma tão desinibida, Can't Help Falling In  Love do Elvis, me fez ter vontade além de dançar, de chorar, porque quando alguém se entrega a arte, seja ela na expressão que for, e eu posso presenciar isso acontrecer, eu me entrego junto.

Eu por muitas vezes  canto, muitas mesmo. As vezes canto no trem e no metrô indo para casa, canto enquanto dirijo, canto no chuveiro. Mas dançar... A arte da dança para mim é a mais poderosa das expressões artístiscas e eu não sei que não sei cantar, sei menos ainda dançar, porém em determinados momentos como ontem, em que a emoção me toma, não me resta alternativa além de me entregar e de forma desajeitada mexer meu corpo tentando acompanhar o ritmo da música executada e o corretor que ali se entregava ao canto me fez automaticameqnte ceder a vontade de me expressar também.

Ontem o corretor cantou e eu dancei. Elvis teve sua memória honrada por um cantor que embora amador, o interpretou com amor e por um dançarino que apesar de desajeitado e travado buscou dentro de si toda emoção que havia e por poucos minutos relaxou e esqueceu todos os pensamentos que rondam sua cabeçaem busca de intrusão. 

A música e a dança tem o poder de emocionar onde menos se espera. A arte pode embelezar a vida mesmo que interpretada por amadores, pois muitas vezes os amadores são os que a amam acima de tudo e por ela vivem, por ela, a arte,  cometem até desatinos. A arte, nos mantém vivos e para mim isso é motivo suficiente para que ela exista e possa ser expressa de toda e qualquer forma, mesmo que seja em uma casa anexa a um plantão de vendas imobiliárias lotada de corretores.  

A vida é linda e a arte é a grande responsável por esta beleza

É isso.

Ouvindo: Elvis Presley

domingo, 8 de junho de 2025

Os Sinais São Indiscretos

 

Guerras, terremotos, maremotos, tufões, inundações, incêndios florestais. Cada vez mais e mais catástrofes, cada vez mais um povo que busca matar outro povo por territórios, cada vez mais a incredulidade se torna mais e mais latente e o único culto que se presta é aquele que tem a si mesmo como centro da adoração.

O planeta esta gritando por um freio na destruição perpetrada a ele por seus próprios habitantes. Em busca de uma prosperidade cada vez mais ilusória, de uma riqueza que cada vez mais se concentra na mão de poucos privilegiados, ele, o planta segue sendo sistematicamente destruído e se aproximando cada vez mais rapidamente de um ponto onde não haverá retorno.

E em meio  toda essa tragédia que fica cada dia mais palpável e real a grade maioria de nós agora quer terceirizar a solução de toda essa bagunça para a tal inteligência artificial, como se não fosse ela nada mais que um compilado de tudo o que nós seres humanos já pensamos, escrevemos,  vivemos, ansiamos, imaginamos. Ou seja um programa de computados programado para decodificar o que nem codificado está vem tornando-se a tábua de salvação  em que grande parte da humanidade se apoia sem perceber que tudo ali pertence a todos nós e poderia ser utilizado de formas outras que permitissem que ao invés de terceirar o nosso próprio pensamento, o estimulasse a achar soluções concretas.

Neste contexto não acreditar em Deus como criador de tudo e em sua palavra que previu de forma inconteste que chegaríamos a tal situação acaba sendo um ato de desinteligência real. O mundo, tal qual ele  foi criado esta deteriorando-se a olhos vistos tão somente por conta da soberba e ganância humana e os sinais de que tudo o que foi previsto na palavra de Deus esta se materializando como verdade pura e visível são cada vez mis indiscretos. 

A fome de muitos em detrimento do enorme desperdício que poucos abastados geram é ultrajante. O padrão de vida Californiano, opulento, esbanjador, em oposição a fome escancarada na África e em tantos outros lugares deveria revirar nosso estomago a cada refeição que fazemos mas de tão descarado já parece natural e normalizou-se acreditar que a culpa pela fome é daqueles que a enfrentam, não dos poderosos que oprimem a quem tem necessidades básicas como comer.

Os sinais são indiscretos e no meu caso, a minha vontade insana de ser o melhor coordenador imobiliário que existe é sem dúvida alguma o maior sinal que poderia haver para minha própria apreciação e entendimento de que o mundo está por um fio. Enquanto vendo apartamentos luxuriantes  com valores quase obscenos, a menos de 600mts do plantão de venda em que me aboleto diariamente existe uma ocupação  em um edifício que atende a pessoas que por não teremos como comprar seus próprios imóveis e sequer alugar um se viram forçados a invadir um edifício antes abandonado e fazer dele o seu lar, relegando estas pessoas a uma vida que transita entre o limite da dignidade e a derrota pessoal.

Os sinais são indiscreto, o fim virá, o mundo, tal qual ele se encontra hoje e no processo de deterioração avançado que ele sofre, não tem muito mais tempo. Os sinais, são realmente indiscretos.

É isso.

Ouvindo: Leonardo Gonçalves.

sábado, 7 de junho de 2025

Sobre Ela(s)

 

Tinha ela que i a igreja todo Sábado mas gostava mesmo era de ouvir Pearl Jam. E a gente trocava ideias  sobre a música dos caras, sobre "Even Flow" ser ou não melhor que "Jeremy" (claro que é!) e se Jeremy "unplugged" sequer deveria ser levada em conta. A gente falava sobre salvação e danação eterna e sobre a diferença entre botas e galochas. E creiam, a cosa de 35 anos atrás a gente discutia se Marte seria colonizado um dia e se essa ideia, a da colonização, ia contra a outra ideia, a de que existe um Deus no céu que a tudo criou.

E teve outra "ela". Essa gostava só de música cristã, mas não era menos interessante por conta disso. Colonizar marte não passava pela cabeça dela, mas a gente sempre dividia uma Banana Split (ela ficava com a banana em si pois detesto banana) e o tempo que durava esse rolê "gastronômico"  era preenchido com conversas sobre o futuro que parecia tão distante e hoje já passou por mim, por nós e é apenas o passado se repetindo indefinidamente tentando me enganar prometendo novidades que não me atraem. Depois dela, nunca mais tomei uma Banana Split.

Já ela era cinéfila e nossa história só funcionava quando no saguão de uma sala escura comprando pipocas e posteriormente entrando no escurinho. e víamos o filme. E nossas conversas posteriores giravam sobre a tal película até que a próxima viesse. E nesse intervalo, ficávamos sem assuntos e vivíamos  cada um sua vida com suas pequenas bobagens comezinhas, com suas trivialidades que jamais dariam um filme. Gostávamos de filmes porque falando sobre eles de alguma forma nos tornávamos parte daquele enredo.

Depois, ainda houve ela que me deu Rafaela e sobre ela é tudo o que tenho a dizer. Sou grato, pois me deu Rafaela.

Ela me ensinou a gostar de FRIENDS ao ponto de achar que é a melhor série de todos os tempos. Conversas no meio da madrugada sobre assuntos aleatórios, uma visão de mundo muito similar, uma falta de pudor ao gargalhar e ao chorar e explosões de fúria que "homéricas" simplesmente não é uma expressão que as defina.

Entre todas  elas aconteceram muitas outras elas, (muitas no caso não é força de expressão), centenas delas, que passaram e não foram relevantes independentes do tempo em que ficaram. Com essas  "elas", não há historias ou fatos relevantes a serem contados, apenas fragmentos de memórias geralmente ligados a sexo e como ele pode ser perigoso, ou divertido, ou uma chatice sem tamanho. Depende.

E no final, existe ela, a minha Graziela, que de tudo o que houve, que há e que há de acontecer, me ensinou o que é amar, o que é amor. E no final das contas, é isso que importa. É só isso mesmo que importa.

P.S Se tem salto, bota. Se não tem, galocha é. e se estou errado nessa definição, tanto faz, foda-se!

É isso.

Ouvindo: Pearl Jam

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Neymar, Que Tal Você e Seu Pai Irem Se Foder?

 

Neymar sempre foi uma mentira, um chiste, uma piada de mal gosto. Jamais foi um jogador realmente contundente, consistente, preocupado em honrar a camisa do time que estava vestindo, seja o Santos, Barcelona, PSG ou mesmo a seleção Brasileira. O lance de Neymar sempre foi acumular malotes e mais malotes de dinheiro, se comportar como um popstar, causar polemicas ainda que vazias e claro simular que apanhava em campo muito mais do que de fato apanhava. Em suma, Neymar sempre foi uma fraude.

O Santos lucrou muito pouco ou quase nada com sua venda pois o pai de Neymar, um sujeito desprezível, deplorável que para o Santos só fez mal e para o para a carreira do filho fez ainda pior, conseguiu reduzir os ganhos do alvinegro  maximizar os seus próprios ganhos a níveis obscenos.  E ainda sim esse seria dos males o menor, pois Neymar se evadiu para o exterior e o Santos teria a chance de tentar se reconstruir, se reerguer.

Como é sabido, deu tudo errado para o Santos desde então e ate para a série B caímos. Administrações erráticas para se dizer o mínimo que levaram o time a uma bancarrota que jamais deveria pertencer ao time que teve Pelé (outro bobão que em nada ajudou o time), e do nada nos vimos implorando pela volta de Neymar, vendido como "salvador da pátria".

Acontece que "menino" Ney (forma não carinhosa e sim jocosa de se referir a um adulto de comportamento infantilizado), também não pode dizer que teve sucesso em seu périplo por Europa e Arábias.  Custou caro, acumulou fortuna por onde passou, mas nunca apresentou um futebol que de fato fizesse  valer a pena o valor nele investido e correspondesse as expectativas de cada novo time que ia. Neymar, como já disse, sempre uma fraude.

Pois bem. Eis que Marcelo Teixeira, cuja a família sempre tratou o Santos como propriedade particular de volta ao poder resolveu postar suas fichas e o dinheiro que deveria ser do Santos em Neymar. Sabendo e sua índole mercenária, sabendo que seu pai quer destruir o que sobrou do Santos para arrematá-lo como uma SAF em um futuro próximo e sabendo que pai  filho só tem cifrões a vista, ainda sim contratou Neymar, jogador sempre lesionado para sugar o nada que restou nos cofres do Santos. Fácil para ele pois quando seu mandato terminar a conta desta aventura ficará ara o mandatário seguinte.

Quanto a nós torcedores que amamos o nosso Peixão somos obrigados a ver um time medíocre que perde amistoso para o RB Leipzig de forma vergonhosa, humilhante e aguardar um praticamente retorno a Série B no ano que vem, enquanto Neymar  estará em  algum lugar distante, seja engando outro time  incauto, seja desfrutando seu patrimônio construído a custa de tanta enganação.

Diante de um quadro horroroso como esse só posso pedr com total gentileza pois sou educado para que tanto o "menino" Ney, quanto seu pai vão ambos para  puta que os pariu e que se fodam!

É isso.

Ouvindo: Capital Inicial

quinta-feira, 29 de maio de 2025

Sempre é Uma Luta

 

Sim a Coca Cola e um vício em minha vida e provavelmente vai me matar. Sou diabético, deveria passar longe dela, mesmo na versão 0, mas eu a consumo como se não houvesse amanhã. Não posso falar nada sobre quem bebe bebidas alcoólicas ou é viciado em cocaína, maconha, crack ou qualquer outra coisa ou substância. Meu vício é real e mensurável.

Não é que eu tenha deixado de lado a tentativa de me livrar dele. É muito fácil para quem me vê tomando quantidades insanas de coca cola jugar  situação e me dizer que sou um retardado ou uma pessoa sem amor próprio ou várias outras coisas que escuto. Porém, a verdade é que a Coca Cola é a única substância que me da real prazer na vida. Comer não é um ato completo sem ela para mim.

Não, eu não busco esquecer nada ao tomar Coca Cola, eu busco o prazer instantâneo que  o choque do liquido  preto  com minha língua provoca. Se eu tomar 200 copos por dia, nas 200 vezes esse prazer é idêntico e real. é algo que me acalma, me faz realmente feliz. Na minha vida desenxabida e sem graça, a Coca Cola tem papel fundamental pois o tempo que dura um copo cheio dela em minha mão é um tempo em que a vida faz mais sentido.

Eu posso sem dúvida alguma ficar 1, 2, 3 meses sem tomar Coca Cola. Mas isso me relegaria a uma existência infeliz. Não me importo que as pessoas ao lerem isso me achem vazio ou raso, sei que não sou. Mas o fato é que a Coca Cola é sem dúvida alguma algo que potencializa a minha felicidade, a minha alegria. 

Se eu ouvir Bach por exemplo, sou feliz as pampas, mas se eu ouvir Bach com um copo de Coca Cola, elevo essa felicidade a uma potência assustadoramente mais alta. Se eu fecho uma venda imobiliária que sinceramente é um prazer maior que o prazer que o sexo me traz, se eu comemorar com uma Coca Cola, a venda toma outra dimensão.

Acontece que ainda sim, eu gostaria de me livrar dela. Gostaria de acordar na madrugada e não tomar Coca Cola e sim água. Gostaria de me sentar de frente para o mar sem pensar que uma Coca Cola faria o seu azul mais azul e o Sol mais brilhante. Seria muito bom não tomar Coca Cola porque eu não quero, não porque me forço a não querer. Mas sou fraco e me rendo ao seu gosto e quando não a tenho por perto preciso saber que logo terei.

É uma luta e por mais que pareça para muitos uma luta sem sentido e pequena, cada um sabe as batalhas que trava  cada um sabe onde suas dores são mais fortes. Eu só queria dormir e acordar isento dessa vontade que me faz no fundo no fundo ser tão viciado como qualquer um que precisa de outras formas de prazer ou de escape.

Essa luta, aos 52 anos eu sinto que perdi e que só me resta tentar conter os danos dessa derrota bebendo menos. Se vou conseguir? Sei lá!

É isso.

Ouvindo: Guardian