A marca registrada de "De Vento Em Popa" (Vencedores Por Cristo, Brasil, 1977), é a simplicidade. São músicas simples, interpretações concisas, sem nenhuma espécie de firulas, (melismas? o que é isso? se perguntariam, Aristeu, Guilherme e cia bela e não adianta: só o Leonardo Gonçalves fez e faz isso no Brasil com competência, outros que tentam são momentos de humor em seus respectivos trabalhos), instrumental absolutamente competente e principalmente emoção na medida certa.
Na verdade é um álbum de quem entende de música e principalmente de quem entende que música Cristã não é feita pra ser um veículo de exaltação de quem canta, mas da mensagem que é cantada e que se essa mensagem for levada de forma a exaltar mais a quem canta ou toca do que o objeto central da mesma, já era!
"De Vento em Popa"virou referência sem ser lançado para tanto. O grande barato deste trabalho é que se percebe que ele saiu as ruas apenas para exaltar ao nome de Jesus. Percebe a não vaidade dos intérpretes, dos instrumentistas, dos compositores. Os arranjos são o que cada música pede para se fazer entender de forma bela e coesa. Não existem excessos e não é porque essa patota não poderia da-los, mas porque entenderam que eles jogaria o trabalho a vala comum dos álbuns feitos para impressionar tão comum desde aqueles idos 1977.
Porque é fato que desde aquela época e antes até, muito do que se produziu no meio Cristão foi apenas para impressionar o ouvinte sobre como o artista era melhor que seu "concorrente" que lançava outro álbum para desmenti-lo. Temos em De Vento... uma incrível e abençoada conjunção de falta de ego, humildade e conhecimento técnico e sobretudo artistico que faz com que seja muito difícil superar algum dia o resultado conseguido com este abençoado álbum.
É relevante mencionar que o Ministério Vencedores Por Cristo sempre teve como característica ser um ministério focado na discrição de seus componentes e na obsessão por fazer trabalhos de qualidade em detrimento a parte comercial, tanto que nunca ouve nenhum de seus trabalhos ( e foram muitos) que possa ser considerado um campeão de vendas que faria a alegria de gravadoras como o são Aline Barros, Cassiane, Matos Nascimento e tantos outros, que nunca, ou ao menos até hoje, conseguiram lançar um trabalho que fosse, que se parecesse minimamente com De vento..., não cabe aqui é claro julgamento pessoal de cada um dos citados ou de outros que nem citei, mas é uma questão eminentemente técnica que faz com que o MVPC seja desde sua fundação referência de qualidade.
Eu tinha aproximadamente uns cinco anos quando ouvi pela primeira vez este álbum e acreditem ou não me senti profundamente impactado pela canção título e por "Vai Caminhando", outra canção simplesmente perfeita que faz parte deste perfeito álbum. A capa então, é de uma simplicidade e um acerto que poucas vezes vi até hoje. Em um mundo em que artistas via de regra adoram fotos cada vez maiores de seus rostos nas capas ( super criativo!) ou então imagens incompreensíveis e sem correspondência alguma com o que é proposto no trabalho, a capa de De Vento... é simplesmente genial, um mar imenso e um veleiro fotografado do alto, magnífico!
Esta para ser concebido em meu entender um trabalho tão bom quanto "De Vento Em Popa".
É isso.
Ouvindo: De Vento em Popa, é claro
2 comentários:
Poxa!!! É tão bom ler o seu Blog, me interar, e conhecer coisas que sozinha não conseguiria... E vc escreve tão bem, colocando tanto prazer no assunto, que me faz sentir uma aluna em plena sala de aula. Que bom que vc existe!!!! Eu e minha filha Vivi, dormimos ouvindo essa música... Que Deus te abençoe... Bj grande
Eu amo Vencedores por Cristo. Nunca ouvi este álbum em específico, mas meu pai tem alguns discos deles até hoje, o Louvor I, II, IV e VII, e também o Se Eu Fosse Contar, que eu ouço até hoje. Este disco marcou a minha vida. Quando eu era mais novo, as músicas deles sempre me passavam a impressão de serem de um grupo diferente dos outros, que saíam viajando pra todos os lugares, cantando até mesmo no meio de uma praça se estivessem com vontade.
Eu pensava nisso só de brincadeira, mas qual não foi a minha surpresa ao ler na internet que eles realmente faziam este tipo de coisa, pelo menos no início, nas décadas de 1960 e 1970. É o contrário da maioria dos cantores evangélicos, que estão mais interessados no cachê que vão receber quando fazem um show do que em qualquer outra coisa.
Mas eu concordo com o que foi dito, o VPC tem músicas simples, mas de altíssima qualidade.
Gostei de visitar o seu blog, um abraço
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