quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Aguinaldo Silva perdeu a mão com seu panfleto gay chamado Império


Se eu tivesse a minha disposição o "prime time" (to chique hoje, ou melhor trouxa e abestado) da maior rede de TV aberta do Brasil, uma das maiores do mundo, eu também teria muito a dizer. Aguinaldo Silva, que é o Mestre dos Magos das novelas Brasileiras, faz uso do que tem a disposição de forma notável.  Escreve neste dias um panfleto homossexual que embora elegante e com diálogos palatáveis, não passa disso, um panfleto homossexual.

E Aguinaldo o faz com maestria no sentido que seu panfleto vem embalado como uma sub história dentro de uma história maior que como convém a toda novela é recheada de traições, reviravoltas, mocinhas e bandidos de caráter dúbio. Tudo que o populacho gosta e considera vital em uma trama de novela das 21:00. Atores bons, texto afiado, tudo conspira para que Império seja o sucesso que aparentemente já é, mas o que importa aqui é a tal subtrama.

Aguinaldo em Império dividiu o mundo em dois: Os que são bacanas, representados pelos homossexuais, bissexuais, ou os que simpatizam e acolhem ostensivamente seu estilo de vida (e no caso, não basta apenas aceitar como normal, ser respeitoso, cortês, agir dentro da normalidade civilizada. Tem que apoiar, gritar para o mundo que ser homossexual é que é bacana) e os que não fazem nada disso e logo, são pessoas que representam o atraso, o que o mundo tem de pior, a sua escória intolerante e infeliz que um dia aprenderá que ser gay é que é o que importa, nada mais.

Aguinaldo fantasia que a sociedade carioca, um estado conhecido exatamente pela sua pluralidade acima da média, é regida pelo que lê no blog de um jornalista que além de homossexual, persegue seus próprios pares pois sua sede de vingança é maior do que qualquer traço de objetividade e racionalidade que possa haver. E esta mesma sociedade simplesmente vira as costas para o seu Cerimonialista mais badalado apenas pela revelação de sua homossexualidade ou melhor bissexualidade. Veja, o ramo de festas, e aqui não vai nenhum julgamento apenas uma afirmação baseada em fatos reais, é constituído por uma parcela considerável de homossexuais. E na verdade, ninguém se importa, pois o que interessa é a qualidade do serviço prestado.

Mas no caso de Império, o personagem de Cláudio Bolgari, o tal cerimonialista, teve uma cidade inteira lhe virando as costas. Sua mulher, que aceita suas escapadas de forma natural, foi perseguida em supermercados, em festas, e sofreu um acidente automobilístico por conta dessas perseguições.

O seu namorado, se é que podemos classifica-lo assim, não por preconceito, mas pela dubieza de ambos os personagens, foi impedido de animar uma festa infantil porque as dondocas donas da festa o acusaram de pedofilia. Ora, Aguinaldo, o mundo não odeia os homossexuais, o mundo talvez não vá tolerar a vitimização deles que você promove.

Pois no fundo, é disso que se trata. Na visão de Aguinaldo, homossexuais são seres cômicos, tragicômicos, ou pura e simplesmente infelizes. mesmo a tal Xana, personagem ao qual o bom ator Ailton Graça ainda não achou o tom, dado não a complexidade do mesmo, mas principalmente ao comportamento tatibitate de seu escritor para com ele, consegue ser solar, sendo muitas vezes uma caricatura barata de alguém que poderia explicar o porque alguns homens se vestem de mulher de forma leve e atrair a simpatia do público pelo motivo certo.

Aguinaldo prefere ser didático como no capítulo de ontem, quando explico de forma "detalhada", ou quase, o porque o personagem não era pedófilo sendo basicamente porque "ele prefere homens mais velhos". Ora, se é pra ser se é pra mergulhar que seja no profundo, qjuando é no raso só se bate a cabeça no chão, Aguinaldo.

Aguinaldo, enfim, escreve duas novelas paralelas. A trama pelo poder na empresa em que pra variar ninguém trabalha, o ocupados que estão com suas "vendettas" e intrigas é digna de nota, como a muito não se via, ao passo que a outra, a que contém seus didáticos ensinamentos sobre como é legal ser homossexual é apenas entediante na medida que não aprofunda os personagens em suas motivações, angustias e mesmo alegrias que toda pessoa, independente da opção sexual, tem. Aguinaldo construiu até agora, um bando de caricaturas que dizem coisas como a frase de Téo Pereira em uma suposta audiência, que parecia mais o recreio de um ginásio qualquer com alunos folgadinhos e mal educados. Ele disse algo como: " Não existe cura para a homossexualidade". Ok, concordo. Mas  tirante os sectários que graças ao bom Deus são minoria em nossa sociedade, quem não concorda com isso? Perdeu uma chance de ouro, colocando um bordão repisado e nada além disso.

Aguinaldo, perdeu a mão e isso pode lhe custar a novela como um todo.

É isso

Ouvindo: David Bowie

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