segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Igualdade


Se somos livres, somos iguais. é simples demais o conceito. O que nos torna iguais é exatamente o fato de sermos livres. Livres para pensar, para agir, para tomar nossa próprias decisões. A igualdade é um valor atrelado totalmente a liberdade. Povos que não tem liberdade em sua plenitude não conseguem manter suas sociedades em um panorama igualitário, cria castas onde os que estão mais próximos ao poder tendem a ter uma vida muito melhor do que aquele que é alijado desta possibilidade.

Atrelamos normalmente a igualdade a questão social e nada é mais falso que isso. Sou igual ao meu próximo quando entendo que ele tem liberdade de proceder, pensar e viver da forma que melhor lhe aprouver e isso não pode ser um fator de afastamento entre eu e ele. A tolerância com as diferentes forma de pensar e se expressar é o adubo da igualdade e a igualdade que importa não é como eu disse a financeira, pois esta jamais será alcançada, mas aquela em que eu aceito que meu próximo seja diametralmente oposto a mim e ainda assim eu o entenda e aceite como meu igual.

Uma sociedade que aceita o livre fluxo de ideias e permite a expressão das mesmas sem censurar. Ainda que estas idéias possam ser consideradas ofensivas ao que convencionamos chamar de "moral e bons costumes" ou aos ditames de qualquer tipo de fé, porque se eu não entendo que minha forma de viver minha vida ou a fé que eu pratico não são superiores aos dos que pensam de forma diametralmente oposta eu rejeito neste exato momento a ideia de uma sociedade baseada na igualdade, já que tenho para mim que sou melhor do que aquele que não vive e pensa como eu.

O próximo passo quando se vive desta forma é  automático: Tenta-se suprimir seja pelo diálogo no início, seja pela coerção logo em seguida, suprimir o direito de se pensar e agir de forma A, B ou C, pois estas formas não estão em sintonia com as idéias vigentes. Ou seja, o diferente, tão aceito quando se tem noção da importância da igualdade se torna um perigo, um alvo a ser abatido.

Devemos como cidadãos em minha opinião buscar a construção de uma sociedade calcada na igualdade onde ricos e pobres não tenham que usar elevadores diferentes, não tenham tratamento diferenciados apenas pelo status social. Isso de fato não importa pois é infantil achar que é o dinheiro que causa a desigualdade. Não é. É a incapacidade de ver o meu semelhante como alguém que tem os mesmos direitos e deveres diante do governo estabelecido e tem também os mesmo direitos e deveres nas relações interpessoais. A falta do vil metal não pode de forma alguma diminuir alguém  e muito menos a diferença de sua cor de pele pode faze-lo diferente.

Não basta criminalizar práticas repulsivas como o racismo ou o Riquinho Rico que do alto do seu carrão ofende e humilha ao mais humilde. é necessário que se faça, mas não é o bastante. Precisamos de ações pedagógicas que ensinem  as nossas crianças que somos todos iguais e isso é bom e ser igual contempla todas as diferenças periféricas  que possamos ter, pois no fundo ´pe disso que se trata: Temos todos a mesma essência humana, mas devido a nossos aprendizados, nossas crenças pessoais, nossos valores, enfim a nossa vida e a forma que a encaramos acabamos pensando de formas diferentes e isso não tem a menor importância.

O deus que eu creio, o dinheiro que eu possuo, o status social, nada enfim,  deve interferir na igualdade que devemos ter entre todas as pessoas que compõe a sociedade. Se somos todos filhos do mesmo deus, ou se viemos todos da mesma sopa primal que deu origem as espécies não importa. Importa para mim crer em um Deus, o meus Deus, da cultura Judaico-Cristã e aceitar que existem outros que Nele não creem, ao contrário zombam da minha crença. Devo zombar também do fato de ele não crer ja que é tão arraigada em mim esta crença? Ao meu ver isso é o que incita o ódio e não precisamos disso.  Se alguém não crê no que eu creio, ainda sim ele é meu igual pois é livre para crer em que quiser assim como eu também o sou.

Se não buscarmos uma sociedade onde a igualdade seja um bem tão valioso quando a liberdade, não teremos uma sociedade justa. Ao contrário, nos dividiremos entre melhores e piores, entre negros e brancos, entre ricos e pobres, entre cultos e incultos, patrões e proletariado e todas estas divisões servem apenas para fomentar o ódio entre as pessoas, a insensatez, o gueto para aqueles que são minoria pensante, a morte da sociedade justa e o triunfo final de um modelo de sociedade em que manda quem pode e obedece quem tem juízo.

É isso que queremos para nossos filhos e netos?

É isso.

Ouvindo: Milad

Nenhum comentário: