sábado, 28 de março de 2015

Algumas coisas são engraçadas em Deus.


Sim, engraçadas. Pensei nisso ao ouvir esta música aqui:



Pode trocar engraçada por difíceis de entender sem fé se você preferir, mas enfim, algumas coisas realmente me fazem pensar sobre o caráter de Deus e como ele é perfeito, ainda mais quando contrastado com minha total imperfeição. Veja, não sou teólogo e nem tenho tal pretensão de ser, mas saber que "Deus registra e sabe tudo o que comigo vai" mas ainda sim faz questão de que eu "lhe conte tudo", é um paradoxo que só a fé pode me fazer aceitar. E se eu sou capaz de aceitar este paradoxo, sou capaz de mudar minha vida.

Deus não pode mudar a minha vida sem a minha permissão, mesmo sabendo exatamente onde mexer para que ela seja  transformada a perfeição. Deus é "companheiro infalível no viver", diz esta canção, e eu acredito nisso. Mas é engraçado que a sua companhia só pode ser percebida quando eu  permito que comigo ele ande. é como se ele andasse do outro lado da rua, me observando e protegendo e esperando o meu sinal para atravessar e caminhar ao meu lado e isso é outra coisa engraçada em Deus. Ele é meu companheiro, mas isso só é percebido em minha vida de forma real e vívida quando eu me torno companheiro Dele.  Deus ser meu companheiro é a parte que a ele cabe, a minha é ser eu o seu companheiro e se não faço isso simplesmente não adianta.

Quando Deus espera que eu lhe conte tudo mesmo sabendo o que comigo vai, ele não espera uma confissão, mas um relato do meu dia. Tal qual uma pessoa que me ama, ele quer que eu partilhe com Ele como as coisas se desenrolaram, se é que elas se desenrolaram, e precisa disso, pois este relato é uma anuência, mais que isso, uma explicita permissão para que Ele faça ajustes na jornada, na minha jornada. Se eu estou em silêncio, é uma mostra que estou satisfeito com minha condição, ou se não estou satisfeito, também, não estou afim de mudar, já que não busco Nele uma troca de idéias que levaria a tal mudança.

"Meus desacertos, incertezas, muitas culpas, são percebidas, pelo coração do Pai" E talvez ai resida o lance mais engraçado desta relação. Deus enviou o seu Filho para morrer Por mim. Esta morte me livra de qualquer culpa, qualquer ônus mas mesmo assim falando de mim, vivo uma vida regada de culpas e incertezas, porque não aceito tirar o peso desta culpa de meus ombros aceitando-o de forma incondicional. É engraçado,ou seria se não fosse tristemente trágico esta condição porque  tudo esta a um simples dobrar de joelhos. Viver uma vida plena ao lado dele depende apenas de uma aceitação simples, uma renúncia a uma vida de dor para torna-la uma vida profícua, onde a alegria e a liberdade de estar sob seus cuidado me bastariam.

O mais engraçado de tudo é que Deus, sendo quem ele é, tenha tanta piedade de alguém como eu e permita que eu continue todas as manhãs acordando pra mais um dia onde irei desagrada-lo de todas as formas possíveis. E ainda sim ele só me ama. É engraçado sim. Mas é lindo também.

É isso.

Ouvindo: Regina Mota e Ronaldo Fagundes

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