quarta-feira, 23 de agosto de 2023

A vida é Para Frente

 

A vida é uma jornada que não permite retornos. Ela se dá sempre para frente e mesmo que as vezes ela pareça estagnada, é para frente que ela avança. Jamais retrocede e permite mudanças no que foi feito, no que foi vivido anteriormente. A vida mira sempre o que esta por vir.

Do momento em que nascemos e conforme vamos avançando, a vida nos leva para a frente e par a morte. Sim, a morte. A morte nos recebe porque a vida nos levou até ela. Pode ser uma jornada longa, pode ser breve, pode ser emocionante ou um tédio abissal, tudo depende do que fazemos com o tempo que temos, mas a vida nos leva a morte de forma definitiva e inescapável. Morrer é o ato final de uma vida que pode ter sido linda ou extremamente aborrecida.

Eu reflito sobre a vida enquanto aguardo a morte. Sobre a minha vida especificamente e sobre a vida como um todo. Sobre as oportunidades que tive e deixei passar, as que aproveitei, as que nem percebi e sobre meus diversos e muitos erros. Erros para com pessoas, erros comigo mesmo, erros, erros, erros. Dizem algumas pessoas que nossos erros não nos definem e sim a capacidade de ser bom, de ter um bom coração, ser ajudador, "do bem".

Particularmente acho que tudo nos define nessa jornada. Erros, acertos, fracassos e sucessos, tudo acaba definindo quem somos e como somos percebidos. As pessoas, mesmo as mais próximas de cada um, não tem todos os elementos para julgar a vida do outro mas é evidente que o fazem mesmo assim, afinal, o que seria a vida sem de verz em quando emitirmos opiniões que não nos cabem sobre a vida de outrem? Não devemos, mas fazemos. Todos nós. E tudo bem.

Mas nesta caminha sempre para a frente que é a vida eu me pego e me perco em questionamentos diversos sobre quem sou e o que eu fiz até aqui. Existem tantas formas de responder a isso e as respostas variam tanto, sempre ao sabor da perspectiva de quem me enxerga que posso ser vilão, herói, anjo, demônio ou absolutamente indiferente. Na maioria das vezes, creio que para outros, sou completamente indiferente, uma vez que não interfiro na vida de ninguém e talvez seja esta a diferença entre deixar ou mão um legado.

E talvez esse seja o ponto central de viver. O legado que deixamos ou não. A forma como seremos lembrados se que é seremos. O que criamos ou se não criamos, como vivemos e impactamos a vida de outros, tudo isso é parte de um legado que poucos estão dispostos a construir e que a maioria nem sequer elabora ser necessário, legado, o que construímos, o que deixamos, enfim, tudo entra nesta conta que pode ser positiva ou negativa.

Sinceramente não sei qual legado deixarei se é que deixarei algum. Não sei por quanto tempo minha jornada ainda vai durar. Não tenho medo de morrer, tenho medo de não deixar nada para ser lembrado. Nada de bom. Viver só vale a pena, ao menos para mim, se houver algo em mim que se possa perpetuar para outros, que possa inspirar, alegrar, ser lembrado com carinho. Fora isso, de que valeu caminhar anos rumo a um destino certo onde tudo se encerra?

É isso.

Ouvindo: Wes Hampton

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