sábado, 18 de outubro de 2025

Vale Tudo Acabou. Ainda Bem!

 

Novelas por definição salvo exceções, são sempre a mesma coisa e nisso reside o grande barato delas. Ou são de época contando de forma distorcida algum período da vida brasileira, ou são "urbanas" e sempre tem a mocinha cotadinha, a vilã malvadona, adultérios a dar com pau (hahahahahaha) entre outros ingredientes manjados. E são esses ingredientes repetidos trama após trama que por muitos e muitos anos, décadas, grudaram os brasileiros na frente da TV.

Porém, ouve ao menos uma vez que eu me lembre, algo que saiu dessa caixa confortável e chacoalhou o Brasil com discussões sobre ética, honestidade, limites morais e mais. Sim, tinha a mocinha (Regina Duarte a Bolsonarista louca que não era bme mocinha já) e tinha a vilã das vilãs interpretada de forma magnifíca por Beatriz Segal. Foi a melhor novela que uma TV brasileira já produziu. Chama-se Vale Tudo.

O tempo passou, as pessoas foram se desinteressando pela formula cansativa das novelas e a audiência foi caindo cada vez mais. Nada mais natural diante de novas tecnologias e novas formas de consumir conteúdos voltados ao entretenimento. Diante de um público cada vez mais arisco a novelas e de roteiros cada vez mais pífios, o que fez a TV Globo? Achou uma boa idéia investir em "remakes" ou seja, recontar antigas novelas que foram sucesso no passado.

Entre erros calamitosos e erros menos terríveis ainda que erros, ontem chegou ao fim o erro mais colossal que se tem notícia na TV brasileira em todos os tempos, o remake de Vale Tudo. Gilberto Braga já falecido, Leonor Basseres e Aguinaldo Silva foram vítimas de um assassinato de sua obra. Essa Vale Tudo escrita por Manuela Dias não vale 10 e uma cocada, uma obra zumbi que nem honrou a original e nem se fez melhor que ela, ou seja, uma obra baseada em algo muito bom, ficou terrivelmente ruim exatamente por se afastar completamente da versão original. Não foi um remake, não foi também um reboot, foi algo tão incompreensíl e tolo que merecia ter os originais jogados em uma fogueira gigante par que nunca mais pudessem ser utilizados.

Manuela escreveu algo tão ruim, mas tão ruim, que faltam palavras para definir o grau ruindade a que a obra foi reduzida. Raquel a heroína foi rebaixada a pouco mais que um personagem secundário que tatuaou o nome da filha de forma grotesca no peito, algo tão brega e sem sentido que fica difícil entender a razão para tanto. Fora que quando começou a esbarrar com pessoas de quem Maria de Fátima queria esconde-la, era inexplicável como essas pessoas não associavam o nome nome tatuado a pessoa.  Esse é apenas um exe,plo rasao de como o texto era parvo e infeliz.

Maria de Fátima, no final da novela, simplesmente resolveu dar para adoção o filho de um bilionário (Cesár, seu ex capacho/algoz) que lhe garantiria uma vida para lá de confortável. atitude absolutamente inexplicável como tantas outras. Odete viva? Marco Aurélio sem conseguir fugir? Esses 2 desfechos tacanhos e absurdos mostram o grau de estupidez monumental de Manuela. Agravidez sem barriga de Maria de Fátima? Solange Cherry vinculada ao grupo dos black blocks? Consuelo ser promovida de secretária a diretora sem nenhuma razão aparente? Um filho que a Odete original poderia colocar em qualquer clinica no Brasil ou no mundo e foi mantido em uma casa qualquer no mesmo Estado onde todos moravam ou seja muito fácil de ser achado? São erros e mais erros e mais erros e furos e mais furos narrativos que fizeram dessa versão de Vale Tudo a coisa mais imbecil que a Globo já produziu. Nunca o termo "Globolixo/' fez tanto sentido.

Nem me atrevo a me perguntar se a Globo pode produzir algo pior, pois basta dar esta tarefa a Manuela Dias e algo ainda mais abestalhado certamente ira surgir. Vale Tudo acabou. Ainda bem. Odete não morreu, mas a novela, que respirava por aparelhos, sim. Nem merece enterro digno. Joguem os originais ao mar e que lá repousem pela eternidade.

É isso.

Ouvindo: Requiem, mais especificamnte Confutatis Maledictis

domingo, 28 de setembro de 2025

Eu Me Vi Na Estação Pinheiros Da CPTM

 

Foi como se eu tivesse saído de dentro de mim mesmo. Mas não, eu não pairei sobre minha figura, eu me vi do nada ao lado de mim e confesso me afastei um pouco para poder me observar melhor. Fique rindo (de nervoso), tenso como nunca tinha ficado antes e pude entender porque as pessoas tem medo ou não gostam de mim, ou ambas as coisas. Eu me vi. E preferia não ter visto nada.

Eu estava, para variar, de fone de ouvidos e eu ouvia Heather and Kirsten. Eu não apenas ouvia. Eu cantava, não obstante minha voz não ser das melhores para ser ouvida cantando o que quer que seja, eu cantava e em um volume que eu ouvia perfeitamente. 

Ok, ao menos a pronúncia do inglês estava correta, mas ainda sim, quem quer ficar ouvindo um homem cantado as 22:10 na estação de trem musicas do início dos anos 90 que são não são old fashion também não são o supra sumo da modernidade musical? Para piorar, eu me vi balançando os braços de forma frenética e um tanto quanto assustadora para quem passava em volta, tanto que as pessoas estavam meio que desviando o caminho na plataforma.

Eu vi um homem de 52 anos que se sente com 30 mas com o físico beirando os 65, cheio de dores físicas, de cicatrizes emocionais de hematomas causados pela vida mas que de alguma forma busca sobreviver a tudo isso se agarrando ao seu trabalho e a sua vontade de fazer a vida dar certo ainda que já tenha certamente vivido mais tempo até aqui do que lhe falta viver.

Um homem que se preocupa com o bem estar da sua família e ainda que não tenha conquistado tudo o que gostaria não se ressente ou apieda-se de si mesmo mas sente muitas vezes uma raiva surda por tantas e tantas rasteiras que sofreu. Um homem que no afã de ajudar foi várias vezes mal interpretado, que sentiu na pele a incompreensão com quem e diferente apenas por ser, não por ter uma agenda dentro desta diferença.

Um homem que canta desenfreadamente porque a música lhe é o único caminho de redenção e mais que redenção é o qe lhe acalma, diminui a ansiedade, o aperto dentro do peito que as vezes parece ter dentro dele uma marreta que desfere golpes potentes e certeiros que vão minando suas forças internas. Eu pude ver que eu canto para estar vivo, não porque qualquer outro motivo.

Eu me olhei e vi que sim, sou uma figura patética, que não gosta da companhia de outras pessoas, que ama ficar sozinho, que sofre com o barulho do mundo a sua volta, que sente dores excruciantes que não pode revelar e ainda sim precisa lutar para sobreviver.

Quando eu me vi naquela noite, eu senti dó de mim. Eu vi que eu era e sou só. Que minhas questões não são entendidas ou compartilhadas por outras pessoas  que me resta viver com essa solidão com a ´nica arma que tenho. A música.

É isso.

Ouvindo: Heather and Kirsten

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Marcas Pelo Meu Corpo

 

A despeito da insulina que tomo todos os dias e pelo ainda insipiente (a vista de outros) porém, excruciante (para mim) controle alimentar que venho fazendo, minha Diabétes da sinais que não vai ceder tão fácil se é que irá. Os sinais mais visiveis dessa minha afirmação est]ao em meu corpo e nas marcas que a  doença produz. Feridas que tão rapidamente como surgem, somem, mas deixam uma cicatriz para lembrar que um dia apareceram e me lembrar da morte que se aproxima inevitavelmente.

A morte faz parte do jogo da vida sendo obviamente o ato final e tiudo bem quanto a isso, mas eu mesmo contra todas as evidências, gosto de viver. Ainda que seja uma vida solitária e meio sem graça, gosto de acordar e me sentir vivo. Olhar em volta e ver Graziela, Vitória, os gatos, a vida pulsando enfim. Gosto de ligar para Rafaela e saber que ela esta bem e que Isaac continua crescendo.  

Gosto de selecionar as músicas que vou ouvindo durante o trajeto até o trabalho, de ver as poessoas na rua, no trem, no mêtro, chegar no plantão, enfim, eu gosto do sentimento de que a vida eta correndo mesmo que as vezes ela acelere sem eu pedir ou dê freadas bruscas sem avisar. A vida, é uma dádiva e por mais que hajam intercorrências desagradáveis, ainda é a vida.

Mas as marcas cada vez mais frequentes me lembram da finitude inevitável. Me lembram que em algum mo,ento eu vopu parar de respirar e que antes disso talvez haja alguma dor e sofrimento por conta da decadência corporal. Talvezeu  não chegue ao fim da jornada da forma que sempre imaginei  e meu corpo se transforme em uma massa disforme ao ponto de eu ter vergonha de ser visto.

Eu vivi até aqui uma vida de altos e baixo creio que como a maioria das pessoas. Mas não pensava muito no fim ou ao menos não como tenho pensado. Tenho pensado na morte não como meu fim, mas se ela me trará algum tipo de perpetuação através de algum legado que eu poderia/deveria  deixar. Não veho legado que eu possa hoje deixar e a construção de um leva tempo, de sorte que muito provavelmente eu serei como areia da praia jogada ao vento que instantâneamente não  se vê mais e muito menos se localiza.

Se no fim da jornada me restar um corpo marcado pelas dores e cicatrizes de uma doença que se comporta de forma agressiva e me limita de diversas maneiras, mas o que levarei comigo é o lado bom da vida que vivi, os livros que li, as músicas que escutei, e sobre tudo as pessoas que amei. Tudo isso fez a vida valer a pena, fez minha história não ser irrelevante, ao menos ´para mim mesmo e no fim das contas, é isso que importa.

É isso.

Ouvindo: Carpenters

domingo, 24 de agosto de 2025

Dores Não Acolhidas

 

Fato é que vivemos em um mundo de dores não acolhidas.  Um mundo onde somos todos refratários ao sentimento do outro porque nosso tempo é muito curto para ser desperdiçado com o choro de outra pessoa, com o consolo que alguém precise, com as demandas emocionais que não partam de nós mesmos. Olhamos estarrecidos as pessoas que se permitem sofrer e deixcar claro esse sofrimento como se todos tivessem a obrigação de ser forte o tempo todo e desabar ante a triste fosse sinal de fraqueza.

Com o advento das redes (anti) sociais, é proibido ficar triste, é proibido ter qualquer sentimento não "instagramável" pois o que conta é o raio de Sol brilhanto sobre nossas cabeças ainda que seja um Sol cenográfico, um Sol que não brilha de verdade, apenas parece brilhar. 

Eu quero ter direito de sentir minhas dores. Quero ter o direito de mesmo sem o acolhimento que talcvez minorasse o sofrimento, sofrer. Quero ainda que calado, gritar da minha tristeza quando precisar. Quero ser sombrio quando eu quiser, sem ter a obrigação de parecer solar, porque ninguém que é solitário como eu, é solar. A solidão te coloca em um patamar onde todos os dias são nublados ainda que o Sol esteja brilhando e ainda que as pessoas estejam rindo ao seu redor. A solidão esta se,mpre no centro do solitário e o entorno pouco importa.

Para mim é mais que normal não sentir-me acolhido pois o acolhimento não foi feito para pessoas como eu, pouco simpáticas. Eu me viro comigo mesmo e minhas emoções e ainda que as vezes as dores pareçam maiores do que minha vontade de suportá-las, me resta seguir aceitando que é assim que a vida é, ou ao menos é assim que ela se apresenta para mim.

Não reivindico que quem quer que seja me ouça, não existe tal obrigação no mundo, mas acho que existe a obrigação do respeito, da empatia minima com quem sofre ainda que não se queira o envolvimento positivo, não se deve ter a interferência negativa, quando falamos da dor alheia sem conhecimento de causa, baseado apenas em nossas percepções que na maioria das vezes não equivocadas.

Eu quero viver com minhas dores. Prefiro claro, não as tê-las, mas se preciso for quero senti-las e se ninguém me acolher, tudo bem, que apenas não me julgue. Sem julgamentos, já serei feliz mesmo em meio as dores.

É isso.

Ouvindo: Rebeca St James


sábado, 16 de agosto de 2025

Chorem Por Gaza

 

Chorem pelas crianças que morrem de fome e pelos adultos que também morrem de fome. Chorem pelos hospitais destruídos, pela água escassa e contaminada, chorem pela falta de infra estrutura básica. Chorem por mães que choram por seus filhos e por filhos que chiram, por seus pais mortos em combate que na maioria das vezes nem queriam fazer parte.

Chorem por governantes que não se preoucpam com seu povo, seus governados. Chorem pelo tuneis subterrâneos e secretos que servem apenas para destruição e dor.  Chorem pela falta de energia elétrica, chorem por não haver diálogo, por uma história tão triste quanto real estar sendo escrita neste exato momento.

Chorem porque no fundo ninguém realmente se importa com tudo isso, porque pessoas continuarão a morrer de fome, de sede, de cansaço e porque perderam a vontade de continuarem vivos. Chorem porque os caminhões de alimentos  e demais ajuuda humanitária são interceptados por terroristas sem alma e sem coração que em sua sanha de vingança e destruição expõe seus patrícios a uma morte que não lhes era devida.

Chorem pelos Judeus que atacados contra atacaram de forma massiva e agora criminosa. Chorem pelos parentes, filhos, irmãos pais e mães que morreram no bestial ataque do Hamas e nos que estão ainda vivos como zumbis, reféns de uma situação que não estava no roteiro de suas vidas e como um "caco" lhes foi adicionado. Chorem pelos demais mortos em ataques e os mortos que vieram após os contra ataques e chorem também pelos que ainda morrerão.

Chorem por Donald Trump, este louco sanguinário que apoia os senhores da guerra e quer transformar Gaza erm "resort". Chorem pela lógica capitalista que embota o pensamento humanitário e faz com tudo pareça natural, normal, ainda que nada do que acontece em Gaza possa ser considerado normal ou justificado. Chorem pela indiferença do resto do mundo queparece ter "problemas" muito mais sérios para se ocupar do que a morte de crianças por não terem o que comer.

Por fim, chorem por cada um de vocês que leem e pór mim que escrevo. O que fazemos afinal de contas além de demonstrar uma indignação padrão que é esperada daqueles que tem um minímo de alma e coração? Não deveríamos ir além dessa postura? As embaixadas Americanas e Israelenses pelo mundo afora não deveriam ser avo de protestos diários?  O Hamas, esse aglomerado de gente sem noção e sem amor não deveria ser condenado beementemente todos os dias, todas as horas?  Seus métodos não deveriam ser combatidos e seus líderes presos? Porque aceitamos de forma resignada tudo isso? 

E sim, a palavra é "Aceitamos" porque quem não aceita, se insurge. Onde está a insureição a essa ordem estabelecida, esse status quo imutável a anos que não dá indícios de mudança? Até quando seremos coniventes? Choremos todos por nossa passiva conivência, por nossa falta der atitude. Choremos, choremos, choremos.

É isso.

Ouvindo: Marisa Monte com a espetacular Vilarejo 

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Heleninha Roitman De Novo


Comparar Heleninha Roitman com minha mãe é desonesto com a pobre dona Alexandrina.  é fugir da realidade, é esconder que  Heleninha na verdade é igualzinha a mim, ou eu sou igualzinho a ela com a diferença única que sou abstêmio. No mais, tamo junto, Heleninha! Somos sabotadores de nós mesmos como poucos conseguem ser no mundo. Não que isso seja algo a se  comemorar, mas é assim que é.

Heleninha  bebe se esta triste e bebe se esta feliz. Bebe porque choveu e porque o Sol não para de brilhar e quecer em demasia. Heleninha só é feliz, se tem uma garrafa de whisky atracada a seu corpo (vai, gordinha!) e eu só sou feliz se digo coisas idiotas que vão me posicionar como tal e assim sendo, pouco confiável. Heleninha bebe, eu falo.

A forma com que cada um se sabota pode ser diferente mas tem o mesmo efeito final, o mesmo resultado destruidor e pouco positivo que faz com que  a auto estima chegue a níveis cada vez mais baixos e a tristeza de ser como se é nunca pare de subir. Mas não importa, ela precisa da bebida eu preciso de minnhas palavras, meus dizeres, minhas falas. Ambos se embriagam e colhem os frutos de sua bebedeira e verborragia respectivamente.  E esses frutos estão sempre podres, impróprios para consumo.

Heleninha tem sua tia e seu irmão a apoiá-la e eu tenho apenas o espelho e o espelho nunca é um bom juiz, muito menos um bom conselheiro. Heleninha tem apoio terapeutico e eu a invejo por ter esse suporte, já que o máximo que tenho sãpo meus livros que formaram meu erráticio carater e que fornecem subsidios que se não são os melhores, asão os que tenho a disposição para que eu possa interpretar da melhor forma e tentar chegar a um consenso sobre mim mesmo que não me faça ver muito pior do que sou.

Heleninha é um personagem  de ficção, eu sou real. Ela é quase o meu CHAT GPT  quando quero entender meus comportamentos Mmas tal qual o chat ela comete erros crassos em suas informações e eu fico na mão tendo que  tentar utilizar os pedaços que fazem sentido e se encaixam em meu comportamento e os que ao contrário não me servem como parametros, ainda que a falta de parametros confiáveis de comportamento seja o que melhor poderia me definir, uma vez que coportamento e confiável não são palavras que podem ser usdadas na mesma frase para me descrever.

Eu vejo Heleninha chafurdando na bebida e sinto inveja. Inveja porque o meu infortunio  sempre se dá sóbrio, nunca e amortecido pelo álcool ou outra substância entorpecente que poderia me tirar do ar por algum tempo e me fazer esquecer da vida como ela é de fato ainda que por alguns segundos. Por mais que Heleninha se embriague e em sua embriaguez tgente achar algum sentido para a sua vida, o m,áximo que ela consegue sção tombos e roxos pelo corpo, além de suas lágrimas molhando o seu rosto e regando a triteza que lhe corrói. 

Não fico roxo pois não caio e não choro pela total incapacidade de chorar por mim mesmo e por minhas questões, mas a cada novo deslize, a cada nova palavra mal colocada que se vira contra mim, a cada momento em que ao invés de calar eu falei, eu sinto minha vida acaba. Minha vida já acabou inúmeras vezes e recomeçou outras tantas e nesse rasgar-se e remendar-se infinito, tritinho e silencioso, talvez nasça um dia alguém que se curou ou talvez morra alguém que não aguentou mais ou morra alguém cansado de tanto tentar renenerar-se.

Heleninha, por enquanto estamos juntos.

É isso.

Ouvindo: Beatles




domingo, 3 de agosto de 2025

Vale Tudo Só Vale Por Heleninha

 

Eu só assisto Vale Tudo, quando assisto, na esperança que Heleninha Roitman entre em cena. Podem criticar Paola Oliveira pela sua interpretaçãpo de Heleninha, mas eu acho de verdade que nas imperfeições que esta interpretação contém é que reside a beleza  que faz Paola brilhar. Talvecz se fosse uma interpretação daquelas irrepreensíveis, não kme tocasse tão fundo, talvez esses pequenos exageros e até histrionismos construam uma Heleninha mais próxima do que é uma pessoa dependente do álcool. Talvez as suas falhas interpretativas sejam seu grande trunfo por mais doido que isso pareça.

Heleninha é exatamente como minha mãe foi. Tudo lhe é motivo para encher o caneco. A vida é tão pesada para ela que só resta o refúgio da garrafa cheia tornando-se vazia a cada gole, ficando mais leve enquanto o mundo parece rodar em uma rotação muito particular onde as vozes dos outros ao redor já não soam acusadoras ou repreensivas pois mal são ouvidas. Onde a música é mais alta e a risada mais estridente e as cores mais vibrantes que realmente são. Assim era minha mãe quando bebia e assim é a Heleninha de Paola. Alguém que grita por ajuda e só recebe julgamentos e frases rasas até mesmo de sua analista que graças ao bom Deus aparece bem pouco pois quando aparece só fala abobrinhas.

Eu torço para ela entrar em cena seja sóbria, seja bebada porque ela lembra minha mãe e vou dormir com suas lembranças em minha mente. Na escuridão do meu quarto quase ouço sua voz, a voz de quando eu era criança e ela tentava m agradar de alguma forma, seja me levando a algum lugar que eu gostava ou quando ela foi me ver ser Pedro em uma peça de teatro da igreja. Eu seria apenas um figurante mas ela foi assistir a um ensaio e sei lá qual foi sua intervenção que acabei virando protagonosta e ela fez questão de sentar na primeira fila. Foi um bom dia.

Como Heleninha ela era ligada as artes e também ao esporte. Eu acho que ela aprovaria a atuação de Paola pois dona Alexandrina sempre me disse que a soma das nossas imperfeições podia ser usada para nos fazer absolutamente imperfeitos ou para ajudar a moldar umma personalidade boa caso a gente trabalhasse essas imperfeições de modo a se transformarem em tentativas de perfeição segundo suas palavras. Ela tinha pesamentos confusos assim como eu tenho, mas eu sempre admirei suas palavras e as ouvia com atenção.

Vale tudo é talvez o remake mais idiota que já vi na vida. Péssimamente escrito e com atuações de dar raiva,k não presta para nada além de causar irritação profunda em quem tem mais de 2 neurônios. Sua autora certamente tem sérios problemas  para processar o texto original e escreve coisas absurdas e sem sentidos, mas Heleninha estranhamente se salva, muito provavelmente por um apego pessoal meu. Gosto de Heleninha afinal de contas. Ela lembra minha mçae, minha infância e isso já é suficiente para as vezes eu sentar em frente a TV e ver Vale Tudo.

É isso.

Ouvindo: Love, Coma