domingo, 7 de dezembro de 2014

A Coca Cola e o teatro do Natal, o teatro dos hipócritas


Antes de mais nada, ouça esta canção. Não seja preguiçoso, vá buscar a tradução também. Não sou babá dos trouxas que vem ler o meu blog, então se quiser saber a tradução vá buscar. Se não, entenda o post de forma incompleta.



Jimmy Durante gravou-a de forma estupenda. Uma interpretação que beira o teatral é verdade mas ele era antes de mais nada um ator. O estofo da canção está nos  backs vocals muito bem escritos e melhor ainda interpretados e no arranjo, um primor. Jimmy  se diverte ao cantar e pronto: Tá ai algo bacana de se ouvir, pra sair assobiando.



Não é uma música natalina, diga-se de passagem. é apenas uma linda música.

E é exatamente ai que começa o teatro do Natal, o teatro dos hipócritas. Chega esta época do ano e as pessoas começam a viver o tal "clima do Natal", ainda que aqui em terras tapuias o clima seja Senegalês, na maioria dos lugares, os tontos habitantes exigem o figurino "pinheiros, algodão imitando neve, Papai Noel vestido com roupas que podem leva-lo a morrer desidratado" entre outras bobagens que não levam a nada mas fazem por algum curioso motivo as pessoas se sentirem, ou acharem que se sentem, mais felizes.

Ai mesmo a mais sovina das pessoas quer fazer sua "caridade" de Natal. Escolhe um desvalido qualquer e taca-lhe presentes, com se a pessoa só comesse e vestisse em Dezembro. Convida parentes que faz questão de ver longe durante todo o ano só pra esfregar em sua cara a linda e farta ceia que para a ocasião. La fora no entanto pessoas passam fome e cavocam ávidas os lixos das casas que parecem mais abastadas em busca de sobras para si. Enquanto dentro dessas casas a conversa segue solta, os amigos secretos, as citações patéticas acerca do nascimento de Jesus que nem nesta data nasceu e do quanto a paz que ele traz é necessária em nossos corações. Há! Façam-me um favor.

Via de regra se sai falando mal da ceia, da roupa das pessoas, dos modos daquele parente mais "buscapé", da rabanada, do diabo a quatro enfim. Ninguém esta preocupado com mais nada além do fato de que em sua torpe visão gastou mais dinheiro que devia com o presente do amigo secreto e ganhou uma bosta de presente. Sempre todos acham que foram injustiçados.

Gente que nunca vai a igreja faz questão de ir aos Cultos natalinos ou as Missas especiais de Natal, porque é aniversário de Jesus. Jesus é eterno e atemporal, idiotas! E mesmo quando veio a Terra e se fez homem como eu e você, ele não nasceu em 25 de Dezembro. então, vamos para de uma vez por todas com esta imbecilidade sem tamanho.

Neve, aniversário que não se comemora na data correta, falsa felicidade entre outras falsidades, tudo isso faz do Natal uma festa deprimente e sem sentido, uma festa que envergonharia o seu suposto principal convidado. Que eu creio que ele nem se anime a ir até porque não é convidado para estar entre os convivas, pois se convidado fosse de fato, as festas de Natal não seriam o festival modorrento e deprimente que acabam se tornando com o passar dos minutos.

E ai vem a Coca Cola. Nenhuma empresa colabora mais para o festival de hipocrisia natalina que ela. Seus comerciais que se pretendem emocionais mas são apenas recheados de falsidade, que fazem a hipocrisia se tornar algo quase palpável, ao  ponto de poder ser tocada, de materializar o elefante na sala que ela se torna nas festas natalinas, se superou este ano ao utilizar a música acima.

O comercial clama para que entremos no tal espirito do Natal ao fazer alguém feliz, e mostra imagens como um mendigo padrão Americano é claro sendo ajudado entre outras. Só no Natal Coca Cola? Niguém vai comprar mais Coca Cola por este motivo, por conta deste comercial. Compra-se Coca Cola porque ela é gostosa, muito gostosa. E na verdade o comercial nem é feito para vender Coca Cola exatamente busca apenas fortalecer a marca e suas supostas "crenças' e "valores" e é ai que o bicho pega.

Porque tentar evidenciar valores que não existem em uma empresa cuja única preocupação é com o faturamento do próximo trimestre e o impacto que isso terá em suas ações quando ele for anunciado, não faz a tal empresa ter efetivamente esses valores. Mesmo ações efetivas que talvez beneficiem pontualmente uma ou outra comunidade, não fazem de uma empresa como a Coca Cola a rainha da sustentabilidade e do engajamento social e comunitário. Faz dela apenas uma empresa patética que ajuda de forma muito modesta e muito aquém do poderia realmente apenas para parecer que se preocupa. Tomo Coca Cola porque Pepsi é ruim, não porque fico comovido com seus comerciais quase sempre idiotas de tão assemelhados a uma nota de 3 reais que são.

Ano após ano espero que eles mudem de rota e lancem um comercial baseado na verdade, na alegria e nada acontece. Este ano porém, ao utilizar uma canção tão legal de forma tão torpe, me enojei da Coca Cola e meu protesto será passar mais uma temporada de 40 dias sem toma-la.

É isso

Ouvindo: Jimmy Durante

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

The Voice Brasil, uma tremenda bobagem


Como disse Leonardo Gonçalves em seu blog e eu assino embaixo, música  é algo que não  se faz sozinho nem um contra o outro, mas unidos e reunidos e só este argumento é mais que suficiente para desqualificar programas como The Voice Brasil, EUA, Bolívia, Honduras, ou qualquer outro país que tenha a franquia como atração.

No entanto este ano decidi assistir o programa e ver que bicho dava. Tirante os comentários cretinos de Claudia Leite que não entende nada de música, e a apatia de Daniel, outro que nada entende mas ao menos se preserva, o programa é tão indigente como qualquer outro desta espécie pode ser. Não tem o Simon pra demolir os candidatos de forma impecavelmente técnica? é uma porcaria e pronto, qualquer um que seja.

Acontece que esta edição do programa está deixando, noite após noite, os melhores pelo caminho. Dar ao público que notoriamente entende tanto de música quanto entendem de pilotagem de F1 , o poder de decidir quem fica no programa rende apenas uma coisa: A eliminação dos melhores e a perpetuação dos piores. Uma tal de Nono sei lá das quantas que tem 17 anos e experiência proporcional a sua idade é a queridinha do público. Não sabe cantar, tem expressividade 0 mas é novinha e bonita, então deve ganhar a patifaria que se tornou este programa.

Não me importo com nenhum dos competidores alias, mas me revolto com a saída de Deena Love. O Brasil hoje, não tem um artista do seu gabarito. Não por se vestir de Drag Queen, mas por ter o domínio de cena que tem, um inquestionável talento para a música e por ser um interprete ímpar que é, Deena deveria ter ido mais a frente na competição e na minha opinião ganho o certame. Mas Lulu Santos em um show de incoerência depois de passar alguns minutos dizendo exatamente que o melhor candidato era Deena o desqualifica. Vai entender...

Lulu alias é o único a quem se pode imputar conhecimento para ocupar a carreira que ocupa. Os outros três são apenas piadas de mal gosto "julgando' de forma incoerente e com total falta de conhecimento. Eu parei de assistir ontem após mais um show de falta de conhecimento tanto do público (este mais que previsível), quanto dos jurados.

Fato é que The Voice Brasil se revelou o que eu já imaginava que seria: Uma tremenda bobagem!!!

É isso.

Ouvindo: Maria Callas


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Andressa Urach, o hidrogel e a estupidez cada vez mais galopante no mundo


Claro que me compadeço de Andressa Urach. Por evidente que é, também não precisaria dizer que não desejo sua morte, mas vou dizer: Não desejo sua morte. Desejo ao contrário que se recupere, que saia do estado grave em que se encontra em uma UTI, respirando por aparelhos e volte ser a mesma mulher linda de antes, já que ser linda é tudo que ela sabe fazer e como qualquer jovem, precisa se sustentar.

Mas apesar de não ser nada burra, Andressa é uma anta. Daquelas bem antas mesmo, sem reparos, sem meio termo. Anta e pronto. Só isso explica deixar que alguém aplicasse em seu corpo 200ml de hidrogel quando o máximo permitido e recomendável para procedimentos reparadores e não estéticos são 2 ou 3ml e detalhe, ela aplicou 200ml em cada coxa, no total foram 400ml de pura loucura e falta de noção seja dela seja de quem se dispôs aplicar.

Michael Jackson tomava Propofol, um anestésico, para dormir. Seu Médico Conrad Murray foi condenado por homicídio. Mas ao menos, era médico. Questionável o seu caráter sem dúvida, mas tinha um diploma. Quem foi o profissional que aplicou em Andressa uma dose tão massiva deste produto que agora a deixou entre a vida e a morte? Um médico também? Não creio. Em Terras Brasilis, qualquer imbecil consegue de uma forma ou de outra mais uma penca de imbecis para cair em suas mãos e passar por um procedimento arriscado e louco como este. Andressa, repito, não é burra, apenas mais uma anta desesperada em busca de uma notoriedade que ela mesmo sabe estava já a se esvair.

E se esvaia e se esvairá de qualquer forma, morrendo ela ou não, por apenas um motivo: Não há o que Andressa possa oferecer a quem quer que seja além de escândalos envolvendo seu nome a de algum  famoso, barracos de proporções homéricas motivados por questões que sempre passarão ou por sua bunda ou por sua suas falas sem sentido. Nada que seja realmente útil existe em Andressa para que ela possa usar para manter-se em evidência. Se morrer, é preferível que a enterrem de bruços, para que ninguém erre a entrada do velório.

Aplicar uma substância, seja ela qual for, em seu próprio corpo a uma razão de 200x mais do que o recomendável é loucura, insanidade, ma também não deixa de ser uma aposta arriscada, daquelas que se ganham quebram a banca. O problema é que até hoje nunca vi um cassino, qualquer um que seja, perder. Ninguém quebra a banca. A banca sempre quebra as pessoas. Esta é a verdade cristalina. Mas a estupidez cada vez mais galopante no mundo em que habitamos hoje não permite que conclusões cristalinas, que transbordam obviedade sejam levadas a termo, sendo antes substituídas por absurdos, bobagens que em nome de um título o de "celeb do momento", faz com que pessoas percam a noção de uma forma tão sem cerimônia que só resta após tudo isso a perplexidade.

E eu realmente me sinto perplexo quando vejo uma pessoa jovem e obviamente bonita tão próxima da morte por nada. Por literalmente nada. Não existe um motivo plausível, um único motivo que seja que tente sequer justificar o porque de tamanho disparate como o que Andressa cometeu. Apenas a estupidez cada vez mais galopante que vem disfarçada em forma de holofotes que se acendem no rosto de meninas que não são nada mais que usadas como massa de manobra de empresários que ganham coma notoriedade sempre passageira, efêmera e nunca real e duradoura que conferem a estas moças, pobres moças.

Só resta agora as pessoas de bom coração e algum bom senso que se reúnam em preces sinceras pela vida de Andressa. já que não há porque desejar sua morte, uma vez que nem um efeito "pedagógico" por assim dizer, ela teria. Na realidade mais e mais meninas em busca de algo chamado FAMA, continuarão a se submeter a aplicações de hidrogel, alcoolgel, bostagel e o que mais houver e prometer algo que não cumprirá. Triste.

É isso.

Ouvindo: Os Arrais

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Chaves - Frenesi sobre o nada


Caraca, vou aqui ouvindo meu The Bill Gaither Trio, lendo e-mails, vendo noticias, pensando na vida e a cada dois minutos tropeço em alguma coisa nova sobre a morte de Roberto Bolanos, o Chaves, o chato. Por que é disso que se trata, Chaves nunca passou de um programa chato. Mal produzido, mal encenado, em muitos momentos insuportável. Um humor ruim e indigente. Algo que não vale a vista. Simples assim.

Reconheço que virou mito. O personagem, ou melhor, os personagens são maiores que seus interpretes que na verdade sempre foram de uma personalidade e comportamento tão rasos que olha-los  nos olhos era muito difícil. Afinal, tirante Don Ramon, Bolanos, Florinda, Maria Antonieta e sobretudo Carlos Villagran  sempre estiveram metidos em brigas horrendas sobre a paternidade e sobretudo direitos autorais de dos personagens que compunham o programa. Ficaram décadas sem se falar, e no dia da morte de tanto Maria Antonieta quando Villagran tiveram o desplante de dizer que tinham perdido "um amigo" "Gentalha, Gentalha, Gentalha!!!"

Não discuto aqui a qualidade dos programas que já disse no primeiro paragrafo serem um lixo em minha opinião porque sei que minha opinião neste caso vai contra a de pelo menos 1 Bilhão de pessoas no resto do mundo e embora eu esteja cagando e andando para a opinião das pessoas,  sou voto mais que vencido. O que me incomoda neste frenesi sobre o nada em que se tornou a morte de Bolanos é ver parte da imprensa querer justificar as desavenças monstro que existiam como se fossem brigas de crianças como a da vila do Chaves, nada sério, quando houveram processos de parte a parte, bate boca, discussões em torno de DINHEIRO, enfim, tudo o que os personagens "ingênuos" ja mais fariam.

Outra coisa que incomoda bastante é que os textos de Bolanos chamado tanto no México (e la até da pra entender pela indigência literária) quanto no Brasil (país que produziu alguns dos melhores escritores do mundo) de Chespirito, ou pequeno Shakespeare, o que dado a baboseira que escrevia, se configura uma imbecilidade sem tamanho. Bolanos era tão ruim como qualquer redator da TV Record que escreve o que deve ser dito nos programas da emissora.

Os atores que estão vivos não tem pudor em viajar por toda America Latina fazendo shows, querendo e vivendo dos caraminguás que arrecadam  ao se sujeitarem a viver incansavelmente os mesmos personagens por vezes seguidas, anos seguidos, uma vida toda, reduzindo-se  assim cada um ao personagem que lhe deu certa notoriedade e gritando ao mundo o quão incapaz são de fazerem outra coisa. Bolanos, ao menos, caiu fora desta patifaria, aceitando que o tempo  havia passado e o melhor a fazer era conformar-se com isso. Foi nobre, consigo mesmo e sobretudo com seu personagem, se recusando a faze-lo soar imbecil a cada ida inútil ao SBT ou as tvs de Peru, Venezuela e quetais.

Bolanos morreu e com ele sua morte o mito sobre seu personagem se eternizou. Gerações após gerações conheceram Chaves e sua turma, uma chatice inenarrável mas que ganha força muito maior agora com sua morte. As pessoas tem direito de gostar. Eu não gosto. Mas e dai? Chaves não precisa de mim para ser o que é e sempre será. Isso, Isso, Isso. Seu sucesso jamais poderá ser atribuído a algo feito de  forma " sem querer querendo" foi planejado, foi minunciosamente planejado. E funcionou. Bom para ele. Péssimo para quem gosta de programas de qualidade, ou seja, quase ninguém. O mundo perdeu Roberto Bolanos e este mesmo mundo ganhou Chaves como figura mitológica e eterna. Pipipipipipipipipipi.

É isso.

Ouvindo: The Bill Ghaiter Trio

domingo, 30 de novembro de 2014

Tim Maia, o filme mais 4 4 6 que já assisti na vida


Tim Maia, o gênio, chamava tudo que era ruim de 4 4 6. Por que para ele era pior que 5. A sua cinebiografia é o filme mais 4 4 6 que já assisti. Pobre, sem direção, sem eira nem beira, sem razão nem porque. Serve apenas para conspurcar a memória do síndico, do chefão do Soul, do maior artista popular que o Brasil já teve. é uma porcaria inominável. duas horas e vinte minutos de um suplício interminável, de histórias mal contadas, deixadas pela metade, de personagens muito mal construídos, enfim, um horror.

O livro em que o filme se baseia é fantástico. "Vale Tudo - O Som e Fúria de Tim Maia", de autoria de Nelson Mota, é sem dúvida alguma uma das melhores e mais completas biografias já escritas no Brasil. Divertido, leve, informativo e dendo até em alguns momentos, o livro é fabuloso enquanto o filme é simplesmente patético.

Salva-se apenas Robson Nunes, um bom ator sub aproveitado em seu talento que aparece muito menos do que merece. Fez um Tim Maia correto, sem invencionices, sem histrionismos desnecessários, sendo apenas um ator a interpretar um personagem de forma correta. Já Babu Santana obviamente não é um ator, é uma piada ambulante que consegue fazer uma caricatura grosseira e sem sutileza alguma de Sebastião Rodrigues Maia. Uma caricatura ainda sim precisa ter um pé na verossimilhança e o que vemos no filme é um corpo gordo e negro rodando como uma barata a qual alguém jogou uma dose massiva porém não letal de Baygon ou SBP, e ficou cambaleante e sem rumo pelo set de filmagem. Dá pena. Não dele, mas de mim que me sujeitei a ver tal atuação(?).

A relação de Tim com os Mutantes? Esqueça. Para o filme ela nunca existiu.  Sua passagem por Londres? é quase uma uma nota de rodapé no filme antes tudo o que ela de fato significou para a vida de Tim. Sua passagem pelos estados unidos? Ridiculamente contada, sem guardar semelhança alguma com o relato do livro. Uma bosta!

Cauã Raymond preguiçoso como Fábio que era Paraguaio mas foi retratado com um sotaque Carioca bestial e pior, como membro da Banda Vitória Régia, algo que nunca ocorreu. Nunca. A narração recurso neste filme absolutamente desnecessário, dada a riqueza da historia que se tinha em mãos, feita em um tom entre o debochado e o desinteressado, não parece de forma alguma feito por um amigo, mas por um observador distraído que não tinha real interesse na história que contava.

Alinne Morais não é atriz, isto é evidente. Mas não precisava atuar como se realmente estivesse sob efeito de substâncias entorpecentes o tempo todo, já que era a personagem e não ela a se drogar. Umas interpretação digna de nota. 0 a bem da verdade mas 0 também é uma nota afinal de contas.

A malandragem, o sem cerimônia de Tim, nada disso esta persente no filme,  que na verdade mostra Tim mais como um refém de si mesmo do que como um espirito livre que sempre foi. Ao final, ainda tenho que escutar um imbecil que saia do cinema comentar com a imbecil de sua consorte, ou com azar,  que " Um talento como aquele desperdiçado precocemente era muito triste. Talento desperdiçado??? E suas músicas? E seu legado? Foram frutos do que? De seu não talento???

Acontece que um comentário como este é nada mais do que a síntese do que este horrível filme conseguiu: Fazer  um gênio parecer vítima de seu próprio talento e de sua incapacidade de ser alguém. Nada mais falso. Tim Maia foi alguém de quem não podia se esperar nada além de um carrocel de ser ele mesmo. E talvez este tenha sido seu maior mal.

Pra finalizar o momento "rolar de rir" pertence a Malu Magalhães e sua patética performance como Nara Leão. Ri de me mijar ante a incompetência de Malu e a imbecilidade da cena.

É isso.

Ouvindo: Tim Maia

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Cores & Valores, o Novo do Racionais MC's


Musicas curtas. No caso dos racionais, significa discurso concentrado, não condensado.  Apenas um reparo antes de falar bem, porque o trabalho é fantástico sem sombra de dúvida, mas poderia passar sem a auto indulgente "A Praça". Desnecessária, apenas isso. Mas a auto indulgência é algo de que ninguém escapa em algum momento na vida. Então, ta tudo certo.

As músicas são menores a sonoridade definitivamente é outra, mas duas coisas ficam claras e são as que importam:  Primeiro, se os caras decidissem fazer MPB por exemplo, fariam com qualidade indiscutível. São músicos antes de mais nada, são bom no que fazem. Segundo, a raiva, matéria prima de suas canções e do jeito de ser dos Racionais, continua lá, intacta. Uma raiva necessária para se fazer o que eles fazem. Uma raiva que não é canalizada a uma ou outra pessoa, mas a todo um sistema que oprime os pobres em geral, porque quem ainda acha que Racionais é música de preto, não entendeu nada do que ouviu. Os caras são música de pobre. Música da periferia, música de quem ainda com toda a pretensa melhora na qualidade de vida da população propalada pelos Petralhas, ainda vive no limite da pobreza e provavelmente viverá até o fim da vida. Excluídos Futebol Clube.

Uma das vantagens deste álbum surpreendente em grande medida, é que o tempo menor de duração das faixas não deixa espaço para o discurso que por vezes se tornava obtuso em  trabalhos anteriores, pois músicas com 11 minutos, como por exemplo "Eu to ouvindo alguém me chamar", vamos convir não tem tanto o que falar, ali pelo sétimo minuto ela já acabou mas se arrasta. E não dá pra ser "bonzinho" com os caras e falar que é só bacana e pronto. Como qualquer artista os Racionais tem virtudes e defeitos.

De longe a melhor faixa é "Quanto Vale o Show" Silvio Santos perguntando  o título da música e ao fundo o tema de "Rocky" formam uma cama sonora perfeita para o discurso verborrágico porém muito bem feito (música curta = objetividade) de Brown. Brown, alias que esta no seu auge vocal. Não que seja ele um virtuose, nada disso, a crueza e os vacilos vocais que ainda acontecem são parte determinante de sua "persona" musical. Determinante e necessária. O Rap não é lugar de cantores, Eminem é uma piada vocal por exemplo, mas para raivosos que usam o mic sem medo, que dão seu recado, que atraem a admiração por quem são, que não diferenciam o cantor da pessoa. Brown é assim. Que bom.

Após de 12 anos sem um álbum de inéditas os Racionais voltam em grande estilo, reafirmam o status de maiorais do Rap  Brasileiro e continuam os mesmo caras. Não precisam da Globo, nem de qualquer grande mídia. Tem a seu favor uma legião de adoradores, prontos a comprar seu trabalho a ir em seus shows e divulgar o grande grupo que de fato eles são.

Salve, Racionais, vida longa aos caras que fazem música de gente grande em um país onde gente sem talento faz apenas porcaria em cima de porcaria.

É isso.

Ouvindo: Cores & Valores, Racionais MC's

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Dupla Identidade. Ou de como Bruno Gagliasso é estupendo e Luana Piovani uma mula.


Claro,cristalino como água (não a do volume morto da Cantareira, mas a que vem das nascentes nos Andes por exemplo) é o fato que Glória Perez não sabe escrever nada que preste. Nem novela, nem minissérie, nem anúncio de margarina e creio eu, nem instruções para a sua diarista. Fato é que Glória da Chateação Perez resolveu escrever uma série sobre um Serial Killer a tal de "Dupla Identidade"

Chupou argumentos de 989 séries gringas diferentes para escrever algo tosco e pueril, mas cometeu desta vez um acerto ao entregar o personal principal a Bruno Gagliasso. Bruno não é apenas um ator, é um ator estupendo. Lindo de viver (eu deveria ter vergonha de dizer que o cara é lindo??? se devia, não tenho), foge fácil do esteriótipo de "rostinho bonito" para ser um dos melhores de sua geração ainda que lhe faltem bons papéis no cinema e teatro. Na TV no entanto,  Bruno reina soberano. Mesmo diálogos tacanhos como os que Glória escreve ( as vezes parece que ela se esforça para escrever de forma atabalhoada e sem ritmo, só pode ser fruto de esforço hercúleo tanta ruindade), são nas mãos de Bruno trabalhados de forma a ficarem palatáveis, honestos e críveis, porque por mais que estejamos falando de ficção, se ela não for crível, minimamente crível, não merece ser assistida.

Mas Glória é daquelas que dá uma no cravo e 348 na ferradura. Se de um lado temos Gagliasso, de outro temos a "atriz" Luana Piovani. Luana é uma piada de mal gosto. Jamais foi e obviamente jamais será uma atriz. Tem momentos de doidivanas em suas aparições públicas ou nas fotos que publica com seus brinquedos eróticos ao fundo,tudo é claro em nome da publicidade em torno do seu nome, já que pelos dotes dramáticos ela jamais será reconhecida. Junte-se a ela Marcelo Novais outro asno, que agora claramente é cada dia mais um "burro velho" no pior sentido da palavra, e pronto, Gagliasso está ferrado e mal pago e tem que levar a série nas costas.

Ok, ele leva. Mas é cansativo assistir a série, ainda mais para mim que não a assisto no horário original e sim durante a semana na internet, ver Bruno fazer esforços excruciantes para deixar a série minimamente "assistível" enquanto Piovane e Novais estão cagando e andando com suas atuações (eu disse atuações???? kkkkkk) precárias. A produção curiosamente também não é das melhores e erros de continuidade já vi aos borbotões ( o que em uma série sobre Serial Killers pode ser devastador) e ainda sim Gagliasso está lá, firme e forte, lutando contra tudo e contra todos, tornando seu personagem de falar que poderiam cair facilmente na declamação pura e simples de tão mal escritas em um personagem complexo, cheio de nuances que com simples olhares, trejeitos mínimos o tornam tão sedutor quanto convém a um SK.

Bruno entendeu que se o Diabo está nos detalhes, no tipo de papel que ele esta a encenar ele está no detalhe do detalhe ainda mais com parceiros em cena tão medíocres. Vale aqui ressaltar no entanto que Débora Falabela está estupenda fazendo a namorada do maluco em um registro absolutamente correto, fugindo até aqui de todas as armadilhas que poderiam pega-la pelo caminho fazendo seu papel cair no ridículo.

Enfim, "Dupla Identidade" é uma daquelas séries que poderiam ser bacanas se não fossem escritas pela dançarina de Gafieira mas tem em Bruno Gagliasso e  só nele um único motivo para ser vista e talvez seja este um motivo mais que suficiente. Bom, da pra dizer também que é legal assistir para dar risada de Piovane e Novaes, dois atores que jamais o foram.

É isso.

Ouvindo: Pato Fu