quinta-feira, 26 de março de 2015

Jorge Loredo morreu. Que bosta de mundo!


O mundo é efetivamente uma bosta. Morreu Jorge Loredo. Conhecido no Brasil basicamente por seu personagem "Zé Bonitinho" Loredo era muito mais que isso. Era um ator, um verdadeiro ator. Sucumbiu a idade e as doenças que ela traz. Loredo morreu, foi-se mais um dos poucos verdadeiramente geniais que tínhamos em nosso pais. Eles estão acabando e pior, não estão  está havendo reposição.

Loredo teve sua última participação em um filme no excepcional "O Palhaço" de Selton Mello. Quase uma ponta, mas tão construída e tão bem executada que merecia indicações a todos os prêmios de melhor ator disponíveis. Não estamos falando de um ator que se agigantava no palco e transformava uma cena coletiva em um quase monologo visual, nada disso, Loredo era generoso em cena, brilhava e fazia brilhar, em "Chega de Saudade", um bom filme da irregular " Laís Bodansky, Loredo  brilhou outra vez em um papel pequeno, mas defendido com um brilhantismo tão grande e ainda houve o bônus de ve-lo ao lado de Leonardo Villar, outra lenda de nossa dramaturgia que como Loredo jaz em algum canto esquecido, porque assim é nosso país, um país onde ex Big Brother vale alguma coisa, grandes atores e atrizes, não.

Ficar citando a filmografia de Loredo além de pedantismo puro transformaria este post em mais um daqueles em que eu  acabo demonstrando como sou culto e legal e não é disso que se trata. Quero aqui apenas dizer da dor da perda de uma parte da cultura nacional que se foi hoje e de como isso impacta em minha vida. Ver grandes astros tendo seu brilho apagado pela morte coloca sob perspectiva o destino da cultura de nosso país, que rola ladeira abaixo em velocidade crescente e ao sofrer um baque como este fica ainda mais frágil.

Não reconhecer a importância de Jorge Loredo para a cultura de nosso país é torna-lo um país menor então, na falta  de palavras melhores que definam este maravilhoso ator que nos deixou, apenas registro aqui que sempre fui um fã incondicional de seu trabalho, inclusive do famoso que mais dialogava com as massas, Zé Bonitinho.

É isso.

Ouvindo: Luís Miguel

quarta-feira, 25 de março de 2015

James Brown - A música nunca parou



Não culpo de forma alguma o ator Chadwick Boseman  por não ter uma atuação a altura de seu personagem, no caso James Brown. Nenhum ator teria. Para ser James Brown de forma crível e arrebatadora, com toda sua intensidade, fúria e sobretudo genialidade teria que nascer um ator e isso não diminui o talento de nenhum ator disponível, apenas James está acima de tudo isso.

Chadwick na verdade faz o que pode em um filme mal dirigido, mal montado e de roteiro capenga que não te faz entrar na vida do "Padrinho do Soul" em momento algum. Da forma em que foi concebido e principalmente editado o expectador é convidado a ser um observador de vários "coitos interrompidos" pois quando o filme parece querer decolar a ação é remetida para alguma situação desinteressante que nada tem a ver com o que estava acontecendo. Não se trata de forma alguma de narrativa fragmentada, o diretor é burro demais para isso, se trata de cinema ruim mesmo. James Brown não merecia passar esta vergonha. Parece que foi combinado com o diretor da biografia do Tim Maia, uma espécie de aposta para ver quem vilipendiaria mais a memória de um astro do seu país.

Esquecendo os aspectos técnicos  que fazem o filme ser aborrecido, é possível cavar as camadas de tédio e perceber que James tinha um traço em comum com os gênios, quer sejam eles musicais ou de qualquer outra área onde a arte se sobreponha  e seja a habilidade principal para fazer com que a pessoa  viva em seu próprio mundo e faça próprias regras. Chatos acharão isso o cúmulo, pessoas sensíveis entenderão que não poderia ser de outra forma, ou James não sobreviveria. James era gênio e aos gênios é permitido ser como quiserem ser e ele levou isso ao paroxismo mais extremo que se poderia levar.

Pessoas geniais como James tendem a ser egoístas e ao mesmo tempo tem a capacidade de forma absolutamente inesperada e natural de praticar gestos da mais absoluta generosidade. São violentos e ternos ao mesmo tempo, são contradições, paradoxos tão absolutos que ou se ama ou se odeia sem meio termo. Por mais universal que seja a música de James, no sentido de alcançar a qualquer pessoa de qualquer extrato seja intelectual ou social, sua personalidade é o seu maior problema, pois sempre estão prontos para a guerra, para o enfrentamento e princialmente sempre tem razão ainda que estejam calamitosamente errados. Veja na cabeça de pessoas geniais se ela é capaz de criar pérolas da perfeição musical como  "Papa's Got a Brand New Bag" porque ela precisaria pagar impostos por exemplo? Ou, em sabendo dirigir, perder tempo tirando uma carteira de habilitação. Tendo a concordar com James e os outros geniais, pois certas habilidades que pouquíssimos privilegiados no mundo tem, deveriam isenta-lo da maioria da burocracia chata que rege a vida dos adultos ditos "normais"

Pessoas como James não precisam dormir peladas para criar factóides como Leonardo Peladão Noturno, mas quando querem criar algum pegam sua escopeta e saem atirando a esmo por ai. Muito mais cool  e cheio de atitude né não? A grande maioria dos músicos são dominados pelas gravadoras, artistas reais com James fazem com que estas verdadeiras prostitutas curvem-se aos seus pés e rendam-lhe louvores. Poucos são assim e ainda bem por isto. O mundo não sobreviveria a dez James Brown, a verdade é esta.

Enfim, o filme é risível mas vale a vista pelos números musicais e pela tentativa desesperada de Chadwick de tentar dar vida a um personagem tão cheio de facetas que foi reduzido por um  eterno. Conquistou esta condição unica e exclusivamente por seu talento. Merecia coisa melhor. A verdade é esta.

É isso.

Ouvindo: James Brown

O cantor Leonardo só dorme pelado


Antes de mais nada Leonardo não é cantor, é um imbecil que se diz artista mas não presta nem para  limpar com a sua língua as botinas de gente que é artista de verdade. é um lixo, um retrato do Brasil que não serve pra nada. Um horror!!! Isso posto, e desculpem a economia nos adjetivos escrotos, mas não tenho saco pra falar de Leonardo como artista que inexiste, vamos a "noticia".

Saiu na "Revista Ti Ti Ti, este Bastião do jornalismo investigativo, como chamada de Capa, em letras grandes com o sorriso de Leonardo emoldurado em um rosto tão cheio de Photoshop que da medo (incrível como um cara que já rompeu os 50 quer parecer ter 20), a tal "noticia": "Leonardo só dorme pelado e garante ser este  o seu segredo de saúde". Jura??? Enquanto Michael Jackson dormia em uma quarto absolutamente asséptico  e em alguns momentos até envolto em uma bolha de ar, Leonardo dorme pelado e garante que isso faz bem para a saúde. Cuidado, Leonardo, como dizia minha avó, vai acabar constipado.

Na verdade, imbecilidade a parte, porque dizer que  dormir pelado é segredo de saúde é nada mais que imbecilidade, quase beirando a insanidade, fico  pensando o que me espanta mais, se é Leonardo dar esta a declaração ou se é a tal revista reproduzi-la como se fosse realmente notícia. Revistas, sejam elas quais forem, precisam de jornalistas responsáveis não? Como alguém aceita se responsabilizar por esta pocilga chamada "ti ti ti"? Será que alguém que sentou a bunda em um banco de faculdade durante 4, 5 anos, sei lá no intuito de aprender o que é ser um jornalista depois de formado não se sente envergonhado em escrever algo deste tipo? E o Editor desta pessoa??? Realmente achou que isto era matéria? Que merecia chamada de capa? E Leonardo? Não se constrange com algo tão absurdo? Tudo bem nãos e constranger com as musicas abjetas que interpreta, afinal é seu ganha pão, mas algo assim faz  parte do circo para mante-lo em evidência? A esta altura da vida ele ainda precisa de coisas ridículas com estas???

E, para piorar a chamada diz que existem  ainda revelações bombásticas a serem lidas por quem se dispor a comprar a revista. Claro que não comprei e prefiro ter  minhas mãos decepadas a ter uma revista deste tipo nelas, mas é inevitável ficar matutando sobre o que seriam estas tais revelações bombásticas...  Chega a ser absurdo que pessoas se disponham a comprar uma revista que traga este tipo de coisa impressa, mas é tão legítimo publicar algo assim como ridicularizar o Islã ou os Adventistas do Sétimo Dia. A imprensa precisa de liberdade para escrever ainda que seja algo nojento e sem sentido como isso, só assim a democracia se fortalece e sempre podemos, nós os pensantes ridicularizar sem dó tanto quem declara, quanto quem publica, quanto quem se dispõe a pagar para ler estas coisas sem sentido.

Na verdade cabe aqui até um agradecimento a Leonardo. Se como cantor ele é deplorável (eu disse cantor??? que fanfarão eu sou), ao menos de sua boca acaba de ficar provado que podem sair palavras bem divertidas que proporcionam momentos de diversão para pessoas que tem mais de dois neurônios, o que definitivamente não é o caso de Leonardo e seus por assim dizer, fãs. Claro que não creio que alguém que se declare fã de Leonardo seja completamente livre de algum retardo mental em algum grau, mas por levarem a sério a declaração de seu "ídolo" talvez  esta notícia possa ter consequências nefastas para a saúde pública, uma vez que estamos em pleno outono e pessoas dormindo nuas a noite possam se constipar com mais facilidade, levando a uma epidemia de gripe inesperada. Obrigado, Leonardo!

Leonardo é motivo de chacota como artista e agora também como pensador. Acontece que "artistas" como ele só existem porque em Terras Brasilis  quanto pior, melhor.

É isso

Ouvindo: Sixpence None The Richer, uma banda que certamente Leonardo peladão noturno e seus fãs mal conseguiriam pronunciar o nome.

terça-feira, 24 de março de 2015

Se a Globo tem Babilônia, a Record ataca de "Os Dez Mandamentos"



Acabo de ver o trailer. Gravações  em Atacama, no Chile, no Egito, no Mar Vermelho, Monte Sinai.  Pós produção das cenas em "Hollywood",(o que não quer dizer muita coisa, já que existem dúzias de estúdios  de pós produção por lá, alguns poucos excelentes a maioria igual ao que se tem em Terras Brasilis). O trailer em si é uma patetice de dar dó. Mal editado e revelando atores que não são nem segundo escalão, são verdadeiros esquecidos da TV, Teatro e Cinema nacional.

A Record é tosca. O argumento de suas novelas poderia  ser um "arjumento". Falar em novela religiosa é a quintessência da tolice. Desde quando fatos bíblicos podem ser romanceados? Narrar em forma de documentário, ou mesmo um filme que tenderá a ser histórico com alguma traminha paralela é uma coisa, agora querer sustentar uma novela por seis, sete meses, falando dos Dez Mandamentos beira a insanidade.

Não há linguiça suficiente para se encher por este período todo e personagens irreais e absolutamente sem credibilidade alguma serão criados. Histórias vitais serão suprimidas enquanto coisas sem sentido serão colocadas  a exaustão apenas para render belos closes e diálogos infelizes. Como em toda novela, o público definirá o destino de alguns personagens via pesquisas de opinião. Opa!, Eu disse como em toda novela??? Sim, eu disse. E ai, é que ferrou.

Estamos falando de uma emissora que se pretende Cristã, ta certo produção? Se é isso mesmo, como Cristãos simplesmente mercantilizam a sua fé de forma tão rasteira e barata? Veja, a Rede Globo utilizar "Babilônia" como nome de sua novela é nada mais que esperado, afinal é uma empresa pagã, dirigida por pessoas idem e que tem autores especializados em fazer paganismo de qualidade ruim parece que apenas para irritar Satanás, mas seja qual for o motivo a qualidade é chinfrim. Então, uma empresa como essa utilizar este tipo de arma para tentar alavancar a sua audiência, é o seu natural.

Agora, uma empresa que se diz Cristã, deveria sim, investir em um núcleo que tratasse as coisas de Deus e de sua palavra não como uma forma de ganhar audiência e consequentemente dinheiro batendo de frente com uma emissora pagã, mas sim produzindo programação que agradasse ao Deus que diz servir. Uma empresa que entra em "guerra" comercial com oponentes que nada tem a ver com seu escopo declarado de atuação não é séria e se utiliza do nome de Deus apenas para promover suas obras horríveis sobre todos os aspectos não  a audiência de que é verdadeiramente Cristão. Muito menos uma emissora que tem uma novela de nome "Babilônia" e cujo as locações poderiam se dar em Sodoma e Gomorra, mas ali as coisas não estão sendo feitas em nome de Deus e sim com a aprovação de seu oponente, o Diabo, simples assim.

Sinto vergonha ao ver pessoas não Cristãs ridicularizarem  com razão uma novela que se pretende Cristã e que nunca passarás de um folhetim tosco e sem sentido, escrito para deleite sabe-se lá de quem. Claro que entre assistir a um ou outro, prefiro assistir as reprises de "Trato Feito", ou "Os Reis da Barganha" ou ainda "Cake Boss". Qualquer opção não imbecilizante é melhor do que este antagonismo sem sentido e deplorável que Pagãos de um lado e pretensos Cristãos do outro, fizeram questão de implantar de forma lamentável na TV aberta.

Cruz Credo!!!!

É isso

Ouvindo: Sandi Patty

sábado, 21 de março de 2015

Sobre a novela Babilônia, o beijo das velhinhas e a hipocrisia deslavada dos crentes (ou da maioria deles)


Nathalia Timberg e Fernanda Montenegro se beijando agrada a Deus? Ao menos o Deus das religiões de matriz Judaico - Cristã? Não, é evidente que não. Waldemiro Santiago fazendo pessoas de pateta e tomando o seu dinheiro em busca de uma prosperidade jamais pregada na palavra deste mesmo Deus conhecida como Bíblia o agrada? Certamente não.

Dois homens se beijando seja em novelas, seja na vida real agrada ao coração do Pai? Nem precisa de resposta esta pergunta, pois sua palavra deixa claro que não. Casais Cristãos héteros cometendo adultério deixa este mesmo Deus feliz?

Na verdade existem milhares, milhões de exemplo sobre o que agrada ou não a Deus e ficaria horas, dias, meses ou anos escrevendo sobre isso e faltaria ainda coisas a serem ditas. A Direita Cristã radical do meu Brasil varonil resolveu meter as caras na rua e pedir o boicote da novela "Babilônia" por entender que ela é feita sob medida para destruir a família brasileira. Eu também peço o mesmo boicote, mas por motivo diferente. Creio que seu texto até aqui é de gritar de ruim e não merece ser assistido além da atuação caricata e completamente fora do tom de Adriana Esteves. Pra mim basta. Quanto a defesa da família, se um chefe de núcleo familiar não consegue determinar o que adentra a sua sala a noite com os seus reunidos, não acho que seja uma associação qualquer ela que seja que vá conseguir defende-lo.

Babilônia, a novela, agride o senso de família do povo brasileiro? Creio eu, que em um cenário onde os núcleos familiares estão cada vez mais fragmentados, uma novela tosca e parca em recursos dramáticos reais consiga mesmerizar uma família em frente a TV da forma que esses pequenos crentes fascistóides querem crer. As pessoas, em especial os jovens tem outras ocupações e outros programas para fazer e assistir, mostra disso são os dados que mostram como a audiências das novelas tem rolado ladeira abaixo, sendo "Babilônia" inclusive, a quem um dos índices de audiência na estréia mais baixo de todos os tempos. O beijo gay afinal foi o por menos pessoas que o Cão pretendia que fosse. O tal boicote no fim das contas vai virar piada.

"Babilônia se pretende densa mas por trás de sua pretensa densidade se esconde um texto roto, personagens com nuances zero, atuações bem desenxabidas pra falar a verdade e viverá basicamente de polêmicas. Lhe falta na verdade estofo, um texto que prenda, uma edição que faça  a audiência sentir vertigens, lhe falta, enfim, emoção. A direita hipócrita e travestida de Cristã defensora da moral e bons costumes,  grita e esperneia de forma teatral e ineficaz, pois melhor faria se simplesmente silenciasse e simplesmente ignorasse uma obra tão ruim de se assistir.

Bem fariam também os Crentes se diversificassem a programação de seus canais. A Record, maior rede controlada por Cristãos, ou pessoas que se dizem ser Cristãs do pais, tem uma programação que faz Satanás Corar de vergonha quando pérolas como "A Fazenda" estão no ar, ou quando Marcelo Rezende entra gritando levando a morte e a destruição para a TV de quem o assiste. Quando não é isso, são pregações massantes que visam expulsar o Demônio de seus próprios dominios ( as igrejas onde são gravadas tal pregações), ou que visam tomar dinheiro dos que frequentam seus cultos.

Waldemiro Santiago é um caso tão perdido que comentar é perda de tempo. Silas Malafaia deixou a muito de ser um pregador sério para radicalizar o discurso homofóbico e mercantilizar tudo o que possa ser monetizado e vendido por sua editora/gravadora/lojas de badulaques gospel. R.R Soares está mais ocupado com a expansão de seus canais do que com a saúde espiritual de sua igreja. Deus aprova tudo isso? Se não, quem somos nós Cristãos para exigir boicote de novela quando a programação que entregamos é via de regra lamentável? Só porque não tem beijo gay e adultério é melhor que a da Rede Esgosto (Globo)? E os artistas Cristãos que brigam tanto com a  Medusa do mal mas se degladiam para participar do seu Festival Promessas? Promessa de lucro  né? Somos um povo muito louco na maioria das vezes, a verdade é esta.

É muito fácil ver o erro quando ele é gigantesco como um beijo de suas senhoras nada compostas, mas é muito mais complicado aponta-lo quando é cometido em nosso arraial, de forma velada, escondida do olhar da multidão. Somos ótimos para ser casca de Banana para o escorregão do outro, quando nós mesmos caímos amaldiçoamos a mesma casca e ainda invocamos ao Criador como nosso escudo e defesa de nossos próprios erros.

Nossa hipocrisia se acentua a cada vez que gritamos contra os erros seculares e não aceitamos o nosso próprio erro sequer como algo a ser modificado com a ajuda de Deus. Triste isso., porém verdadeiro. Até quando?

É isso.

Ouvindo: Pregador Luo

sexta-feira, 20 de março de 2015

Eu Corretor de imóveis, eu Lampião sem bando, Eu Antônio Conselheiro, eu um débil mental funcional.


Sim, quanto mais messiânico no discurso, nas atitudes, na crença desmedida melhor. Aqui não cabem pessoas sem fé, sem uma visão absolutamente crente no mundo em que vivemos. Não se trata apenas de positivismo não. Nada disso. Tem que ir além, tem, que ter fé e fé cega. Fé no discurso, no mercado, acreditar que quanto pior melhor e quanto melhor, melhor ainda. Não existem nuvens escuras para o verdadeiro Corretor de Imóveis. Chuva então, to fora. Cai no quintal dos outros e na Cantareira, onde está precisando. No meu mundo, só o Sol brilhando, com força, deixando tudo lindo. Ser corretor é isso. Não me venha com seu realismo demolidor. Eu tenho o meu próprio realismo e nele, todo dia é dia de vender.

Se eu vendo todo dia? Claro que não. Se eu vendo toda semana? Não também. Se eu vendo todo mês? Um pelo outro, sim. E a conta é essa. Um pelo outro. No minimo 12 unidades no ano, é assim que tem que ser e pra ser assim tem que acreditar. Todo dia, toda hora, todo minuto. Sem cessar, sem fraquejar, fé cega, faca amolada. E o brilho cego da paixão. Não é assim que Bituca diz? É assim que eu acredito.

Eu sou messiânico sou quase "Sebastião", sou o "O Quinto Império"  (e meu amigo, se não entendeu as referências, não está a altura do texto, pare de ler) eu acredito, eu espero eu corro atrás, minha profissão é uma missão,  e no entanto sou um líder de mim mesmo,  de ninguém mais sou um profeta que  profetiza apenas para mim mesmo, me lixando para quem se dispõe a me escutar. Cago pra quem é besta o suficiente pra me ouvir, minhas idéias são minhas e cabem apenas no meu espectro de atuação. Não quero seguidores, nem admiradores, apenas que me deixem fazer meu trabalho em paz.

Eu amo ser Corretor. amo! SEMPRE será parte de mim. Amo, tenho devoção, respeito, necessidade de ser. Não quero ser gerente, supervisor, coordenador e muito menos incorporador, este ser insensível que vive pra foder com os corretores. Não, meu negócio é barriga no balcão, conversa com cliente, olho no olho, catequizando-o, discursando de forma inflamada, sendo um evangelista ensandecido que mais que vender, precisa convencer.

Por que se meu cliente comprar apenas por comprar, eu falhei. Ele tem que saber que fez um bom negócio, ele tem que estar feliz, ele tem que me amar por ter vendido a ele, ele tem que se apaixonar por minhas palavras, tem que me indicar amigos, parentes, oferecer um altar em sua casa com minha foto e frutas frescas e sempre que passar por este altar emocionado mandar um beijo para a minha foto, afinal, eu o conduzi ao melhor negócio que ele podia fazer naquele momento. Eu sou um "Borboleta Azul" da corretagem.  E não, não vou explicar mais esta referência, mas se estou falando de messianismo, talvez os termos entre aspas se refiram a movimentos messiânicos não? Ou literatura especifica sobre o tema talvez? Enfim, eu amo minha profissão com um amor tão puro, que ganhar dinheiro é quase que uma conspurcação da mesma, quase que tolda a aura de beleza que envolve o ato de vender, faz com que uma nuvem pouse no fim do evento da venda, afinal a porra do vil metal se meteu entre eu e meus clientes.

Eu sou um Lampião sem bando, eu sou um Antonio Conselheiro, peregrino, que faz da corretagem minha segunda religião, um líder que se basta por si só, eu sou um louco delirante que nem quer saber quem entrou porta a dentro do plantão, desde que eu consiga vender para ele. Se não vender, quero que ele seja feliz longe de mim. Eu sou a personificação da vontade de vender.

É isso.

Ouvindo: Rebecca St James

quarta-feira, 18 de março de 2015

Gays na igreja. Seja ela qual for.


Evidente ser uma ideia minha e apenas minha, mas para mim, uma igreja ideal não diria para os gays que os ama mas odeia o seu pecado ou coisas do tipo. Uma igreja ideal os acolheria de forma integral. Celebraria casamentos, os batizaria, apresentaria seus filhos perante Deus quando eles os adotassem, enfim, seriam cidadão de primeira classe no templo onde fossem ao invés de serem relegados aos bancos do fundo, encobertos pelo nosso desprezo velado e pela má vontade em te-los ali. Deus os ama e isso basta para que a casa que é Dele em última instância aceite quem quer que seja, independente de orientação sexual.

Esse medo que a maioria tem dos homossexuais, por diferentes que são, por terem comportamentos que diferem totalmente dos que não são, ao menos aos olhos dos heterossexuais, faz com que a segregação seja palavra de ordem e não só em igrejas. Criamos nossos filhos para acharem o homossexualismo algo sujo e as pessoas que vivem este estilo de vida, se é que se pode chamar de "estilo de vida" são vistas como ameaças, a verdade é esta. Será que são mesmo?

Alegamos antes de  mais nada que homossexuais são mais promíscuos que a média e a sua inserção em um ambiente "Cristão" poderia levar ambiente a deterioração. Nada mais falso. A promiscuidade existe em todos os grupos da sociedade sejam héteros ou homo e isso é visível a qualquer pessoa que queira ver evidentemente. Pessoas heteras tendem apenas a serem mais discretas quando optam por comportamentos promíscuos, este é o fato. Homossexuais são mais desabridos, sem tantas máscaras e isso incomoda.

De qualquer forma somos capazes de expressar amor e perdão a uma pessoa "normal" que erra, seja o erro que for, pois em um ambiente onde a palavra de Deus é a regra, devemos ser assim, amorosos e perdoadores. Porém, quando falamos sobre homossexuais tendemos a sermos extremamente justos, esquecendo que o amor precede a justiça e aplicando-a de forma implacável e fazendo com que o "infrator" seja exemplo para as outras pessoas da comunidade.

Nem vale a pena falar que Jesus andou com todo tipo de gente quando esteve na Terra pois isto é mais que sabido por todos e não é capaz de servir como exemplo de compaixão pois o homossexualismo ao invés de ser visto como mais um pecado entre tantos que cometemos é visto como uma abominação especial, categoria "AAA" que não pode de forma alguma ser tolerada.

Esquecemos que julgar as pessoas por fácil que é, mascara a realidade de que se não erramos por sermos homossexuais, erramos por sermos adúlteros, ou ladrões, ou incapazes de perdoar e amar, enfim, erramos o tempo todo e nem por isto cabeças são pedidas em bandejas de prata todo final de semana durante os cultos, ao contrário, quanto mais proeminente é o pecador da vez, mais tentamos ocultar o seu erro e atenua-lo até praticamente eximi-lo através de argumentos que são criados sob medida para perdoar a quem erra mas sempre conseguiu construir uma imagem "exemplar" junto a comunidade. Aos homossexuais no entanto esta reservada a danação em vida, pois nõa merecem nada além disso.

Para além da promiscuidade costuma-se alegar que a Bíblia condena de forma categórica o homossexualismo. Ok, é verdade de certa forma mas vamos então tratar com a mesma régua outros pecados que de forma categórica a Palavra de Deus tem repulsa? Que tal? Não dá, né? Pra tudo achamos o condão do perdão mas para o homossexualismo apenas dizemos que Deus ama o pecador e odeia o pecado. Cara, que frase perfeita. Perfeita e  comoda.  Nos exime de sequer tentarmos entender ao "pecador" uma vez que seu pecado é odiado por Deus. Obrigado, Deus, por me amar apesar de todos os meus pecados e obrigado ainda mais por eu ter a opção "correta" de ser heterossexual.  Quanto aos que pensam e agem diferente, continue odiando o pecado deles, eles que se lasquem.

A igreja, seja de qual denominação for, precisa abrir suas portas para quem se comporta diferente da maioria. Precisa amar genuinamente, incluir e ao invés de falar em cura, falar em amor, em aceitação. Se não formos capazes de sentar lado a lado com um casal de orientação sexual diferente da nossa em nossos bancos macios de igreja e não formos capaz de após o culto convida-los para conosco almoçar e partilhar uma tarde de estudo e alegria Cristã, o que estamos fazendo na igreja? Buscando um espelho que reflita apenas pessoas certinhas e iguais a nós mesmos? Queremos que nossos filhos sejam pessoas sem um amor completo que contemple os que pensam e agem diferente? Até quando nós Cristãos vamos empurrar para baixo do nosso tapete os homossexuais que sim, existem em nosso meio e levam uma vida de privação e medo de exposição apenas para não nos incomodarem?

A opção sexual de cada um é algo que compete apenas a cada um. E é com Deus que cada um de nós vai se ver no dia final não apenas se formos gays, mas por qualquer outro delito que cometermos. Quando entendermos e aceitarmos que é assim que as coisas são, talvez, e eu disse talvez, as portas de nossas igrejas não terão um detector de opção sexual que segrega quem de nós pensa diferente.

É isso.

Ouvindo: Sierra