quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

como falar de Deus com sua filha(o) adolescente


Isso não é um manual. é apenas uma fração de minha experiência como pai de uma adolescente que tem dificuldades em crer e se interessar por Jesus e seu amor.

Antes de mais nada, não adianta tentar "vender" um Jesus castrador. Até porque ele não o é. Jesus é amor, é bondade, compreensão e claro justiça também. Mas a justiça de Jesus não se dá por vingança, mas como consequência de nossos atos. Adolescentes são rebeldes por definição, eu fui um e não era rebelde, era tresloucado mesmo (e ainda sou). Então,  ficar batendo na tecla que os erros de hoje, de ontem e os que ele cometerá amanhã, serão punidos severamente, não vai ajudar, a menos que seu objetivo seja coloca-lo bem longe de Cristo.

Seja exemplo. Este ponto é fundamental. Se você nem sequer tenta ter um relacionamento com Cristo, não adianta ficar falando e falando sobre como isso é bom. Adolescentes copiam modelos, pois ainda estão construindo a sua própria forma de viver. Se você fala uma coisa e faz outra, no minimo, parecerá um pateta para seu filho ao falar de Deus. E ele estará certo em ter esta percepção. Filhos  adolescentes não são trouxas e ainda tem a mania de achar que nós pais, é que somos ao contar suas histórias da carochinha para fazer isto ou aquilo que sabem que não fariam se falassem a verdade, portanto, falar "A" e fazer "B" só vai piorar.

Você tem que ter em mente que seu filho só fará o que você pedir se você confiar nele. Se ele ou ela ( no meu caso ela), não confiarem 110% em você, de nada adiantará o blá, blá, blá Cristão. Se houver a construção da confiança, se você for o modelo a ser seguido e se você mostrar que é um modelo porque é Cristão, tudo ficará mais fácil.

Outra ponto importante é buscar a ajuda do "Chefe" Se você quer falar de Jesus e não está ao menos tentando se conectar pessoalmente a ele, fica difícil viu? Jesus pode sim lhe colocar palavras apropriadas para falar com sua cria e isso será de grande valia. A palavra de Deus, a Bíblia, é rica em conselhos e também existem muitos livros de autores contemporâneos que foram  inspirados por Deus para falar sobre este tema. Vale a busca.

Na minha experiência, o ponto principal é não força-los a nada, mas sim induzi-los. Ou ainda melhor, estimula-los. Querer que seu filho frequente a igreja A, B, ou C é de uma bobagem atroz. Muito melhor é o estimulo que visa que ele se relacione com Cristo diretamente. Se houver uma bosca por parte de sua cria pela figura do Salvador, automaticamente ele buscará conhece-lo e buscando conhece-lo ele encontrará todas as respostas para uma vida Cristã plena e que agrade ao Senhor.

Esses estímulos, ao meu ver, devem ser dados levando em conta a personalidade de seu filho. Minha filha, como eu, é extremamente musical. Estou sempre lhe mostrando musicas novas, falando de música e de como Deus a utiliza em seu plano de salvação, este assunto a fascina e ganhando sua atenção posso introduzir melhor a ideia de um Deus Salvador e mostrar a ideia que um Deus mal humorado e repressor não é factível e nem viável.

Comunicar-se de forma adequada com seu filho e fundamental para protege-lo deste mundo cada vez mais louco em que vivemos. Introduzir a mensagem que o Filho de Deus tem para cada um de nós em sua vida se faz urgente. Somos responsáveis perante Deus pela vida de nossos filhos, pois eles são seres a quem Deus nos presenteou para que os educássemos para seguir em seus caminhos. Quando negligenciamos esta tarefa ao qual fomos incumbidos, estamos virando as cosas não só a ao nosso dever, mas diretamente a Deus, que nos confiou de forma solene o futuro de seus filhos, pois antes de ser um filho nosso, nossas crias são filhos de Deus, o que torna nossa missão de importância máxima!

É isso

Ouvindo: Os Arrais

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Walmart, ou a tortura de comprar. (Ao menos no Brasil)


Vivo uma relação de amor e ódio com o Walmart. No Brasil, nem de longe é a rede mais barata para se comprar, embora viva apregoando isso (como todas alias apregoam),, mas fato é que ela não é a mais barata. Seu mix de produtos também não é o que se pode falar de excepcional, sendo apenas correto. Mas por um único motivo, gosto do Walmart. Explico:

Gosto da história do fundador, gosto da política que nos EUA eles levam a ferro e fogo do menor preço, que segundo alguns analistas econômicos ajudou, sobretudo nos anos Reagan, a segurar a inflação nas terras do Tio Sam. Outro aspecto que me fascina é o tamanho gigante da operação, que faz do Walmart sempre ser listado entre as 10 maiores cias globais, quase todo ano em primeiro ou segundo.

No Brasil, entretanto, a coisa não anda. Ou o fato de eu gostar deles faz com que eles me odeiem. Mas o atendimento é frouxo demais!!!! Toda vez que vou a unidade de Osasco, que fica no Super Shopping, só passo raiva. É só desilusão!!! Qual o problema? Comigo? É a incompetência  na gestão da unidade citada? É o padrão de atendimento que no Brasil é baixo mesmo??? Francamente, me sinto ultrajado com o último acontecimento em que involuntariamente fui protagonista neste mercado, ao qual relatarei.

Fui comprar um ventilador. Gastei cinco minutos para decidir o modelo. Gastei mais 5 para passar no caixa e pagar. Ai a tortura começou. E foi com requintes de imbecilidade poucas vezes vistos.

Após a compra, é necessário que se vá ao atendimento ao cliente para que se emita a nota fiscal que será a garantia do equipamento. Diga-se de passagem, sem a garantia,  fica-se desamparado caso haja algum problema. Veja, estou escrevendo este post em pleno Veja, estou escrevendo este post em pleno Verão e o Verão aqui em São Paulo esta Senegalês, embora eu nunca tenha estado no Senegal, posso afirmar que se lá é mais quente, a morte é o melhor lenitivo para quele povo.

Pois bem,verão, todos querem comprar um ventilador que está na promoção, ou um ar condicionado, ou tvs, ou qualquer outra coisa que precise de nota fiscal. Resultado? 1 hora para se emitir uma nota fiscal. Por conta de ter muita gente? Não!!!! Por conta de ter apenas um atendente fazendo este trabalho. Uma fila com umas 20 pessoas e uma alma caridosa ( foi assim que a vi, pois dada a bagunça se ninguém fizesse, ficaria por isto mesmo). Uma pessoa??? Como assim???

Claro que me indignei e solicitei a presença do Gerente responsável. Inacreditavelmente, ouvi a seguinte resposta: "Ele está amoçando, o senhor terá que esperar uma hora" O sangue subiu. Trabalho com o público o tempo todo e meu trabalho é de excelência, ofereço, todos os dias atendimentos irretocáveis, seja no horário comercial, seja depois se for preciso. Já chorei, literalmente com vontade de ir ao banheiro, sentado em uma mesa, sentindo minha bexiga pressionada ao limite da exaustão, o xixi praticamente escorrendo para não levantar de uma negociação. Já quase desmaiei de fome, para não deixar um cliente esperando. Já fui para casa após começar uma negociação as 17:00 e finaliza-la as 3:00 da manhã. Não me importo, meus clientes são meus patrões. No Walmart, o pensamento não deveria ser diferente, mas  por algum motivo, é!

Claro que não aceitei a resposta e sai ensandecido pela loja procurando pelo gerente, perguntando a todos os funcionários, não pelo gerente, mas onde era o refeitório da unidade, pois ia invadi-lo e tirar o gerente de seu almoço pelo pescoço, quando surge o indigitado. Era melhor que nunca tivesse aparecido.

Barba ridiculamente por fazer, mal vestido, com a camisa amassada, parecendo um Zé Ninguém. Sem ofensas aos Josés e nem a Ninguém (essa foi boa!!!), mas o cara estava em "petição de miséria", como diria minha avó e se identificando como gerente de unidade da maior rede  de supermercados do mundo!!!! É isso que eles tem a oferecer ao Brasil???? é isso que merecemos??? Um completo panaca incompetente que jogou a culpa de ter um funcionário na IBM, empresa que segundo ele cuida do sistema do Walmart  e tinha deixado havia uma semana, repito, uma semana, o mercado sem terminais de atendimento ao cliente, sendo que apenas um estava disponível. Desculpa, mas se eu sou o gerente, já tinha assassinado uns dois da IBM e uns quatro do meu suporte de informática que não pressionaram a macacada da IBM (se é que de fato esse problema é deles). A coisa mais imbecil que um gerente pode fazer é culpar outra pessoa ou outra empresa, pela sua ineficiência. Ele teria me contentado com um pedido formal de desculpas, com uma reprimenda a sua funcionária e a promessa que iria treina-la melhor. Não, preferiu culpar a IBM, que não tinha nenhum funcionário para se defender ali Patético, para dizer o  minimo.

Já tive vários outros atritos com o mercado. Desculpe, não vou chama-los de Supercenter, porque a administração é de mercearia de bairro, não existe porque dar um ar superlativo ao que não o é. São caixas que querem que você selecione na maquina se é débito ou crédito, porque estão conversando com as La, Le, Li, Lo, Lu patinadoras (quem tem mais ou menos a minha idade vai entender quem não vai no youtube e digita o la, lé, li, lo, lu patinadora e se não for retardado vai sacar do que eu falo), é o balcão de frios com um atendimento que emula a Sibéria de tão impessoal, incompetente e desolador, entre tantos outros problemas que um gerenciamento minimamente responsável e profissional resolveria.

Por que continuo indo lá? As razões que deram início a este post são alguns motivos mas o principal é que trabalho em um produto ao lado deles e sempre preciso comprar algo ali. Coisas de mercearia mas que sempre geram um dissabor. Vou a loja preparado para sair irritado. Uma pena.

Walmart, vamos ficar de olho nesta unidade e melhorar as coisas por lá??? Que tal???

É isso.

Ouvindo: Whitney Houston


sábado, 3 de janeiro de 2015

Whitney Houston Um Coração Adorador


Olha que lindo!



Pois é. Lindo demais, eu o vejo sempre e sempre me emociono. Mas fato é que Whitney Houston, minha Whitney, minha interprete popular favorita, e eu disse popular, morreu de overdose. Em um quarto de hotel. Sozinha, foi encontrada em uma banheira.  Aos 48 anos, uma vida toda ainda pela frente. Como assim??? Não é ela ai no vídeo cantando que ama ao Senhor? Sim é.

Não sou tolo de querer filosofar sobre os últimos minutos de vida de Whitney e na verdade eles nem me interessam, nem me interessa o fato de ela ter sido viciada em drogas, álcool ou sei lá mais o que, pois o que me interessa nela é sua obra, sua arte, tanto a secular como o capítulo que com brilhantismo ela escreveu na música Gospel Americana e mundial.

Eu creio que o amor que dedicamos a Deus independe de nossas falhas. Ele existe apesar delas. Creio que quanto mais nos entregamos a Ele, menos falhas temos e mais o nosso amor é moldado para ser como ele quer que seja, mas infelizmente muitas vezes, não nos entregamos, não colocamos a vida no Altar de Cristo para ser sacrificada em favor Dele e assim esvaziamo-nos de nós mesmos para que ele tome posse de nosso ser. Isso como discurso é lindo, mas como prática, pode levar uma vida toda E Whitney, não teve este tempo.

Quando falamos em louvor logo vem a nossa cabeça aquela pessoa certinha, coxinha, incapaz de elevar a voz e gritar, ou falar um palavrão, ou mesmo  reclamar da vida. Pois é, Whitney, após esta música, no fim do show pode ou não ter enfileirado uma carreira bem gorda e aspirado sozinha ou com os convidados de seu camarim. Porque ela era falha, assim como eu e você também o somos e não vamos nos escusar de nossos pequenos erros diários pois para Deus eles são tão sérios quanto as carreiras que Whitney cheirou, ou as pedras que fumou, para Deus ela era uma filha querida assim como somos eu e você. Uma filha querida que se drogava e no fundo do seu ser, devia sentir a dor e a vergonha que uma condição desta geralmente traz e ser julgada como durante toda sua carreira ela foi pela maioria, não ajudou muito em sua recuperação como podemos notar pelo seu trágico fim.

Whitney tinha em minha opinião ( e minha opinião não passa disso: minha opinião) um verdadeiro coração que buscava adorar a Deus. Ela não precisava de forma alguma cantar Gospel Music pra se afirmar como artista de ponta que sempre foi. Isso era totalmente descartável se assim ela quisesse, mas ela sempre, até o fim da vida cantou canções de louvor, fazendo duetos com Cece Winans, entre outros grandes do Gospel e se neste vídeo ela com enfase ali perto do final engata um "Obrigado  Senhor" atrás do outro de forma apaixonada, é porque ela bem sabia tudo o que tinha a agradece-lo.

Infelizmente o seu coração adorador não foi maior do que seu amor pelas drogas e outros penduricalhos que o mundo oferece, mas quando sua voz se erguia em louvor, quando ela fechava os olhos e pedia por Suas bençãos, por seu perdão e proclamava o seu amor, não o fazia como muitos cantrores do Gospel, tanto da Gringa como nacionais (estes, melhor nem comentar, pois é tanta falsidade que escorre pelos poros de forma quase palpável), mas o fazia com o coração quebrantado, uma condição que pode durar a vida toda, alguns anos, algumas horas ou mesmo os simples minutos que embalam uma canção, mas quando ela fazia era nítida a sua entrega e eu louco a Deus por Whitney ter se disposto a proclamar  suas palavras em seus concertos.

Sim, ela era uma drogada e para um fã como eu, que só vê o que de melhor uma de suas artistas favoritas tinha, é triste admitir, mas é também motivo de orgulho para este fã poder constatar em momentos como este que postei no início, que ela tinha ainda que por breves momentos a chama do amor de Cristo em seu coração e isto a impulsionava a cantar maravilhas como esta em louvor ao seu Deus.

É isso.

Ouvindo: Whitney Houston

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Giordano Bruno e um Feliz 2015


Giordano Bruno, nascido Felippo Bruno, até tornar-se um religioso da ordem Dominicana, e adotar o "Giordano", é um de meus personagens históricos favoritos. Se, por volta de 1560,70 eu desse a ele um feliz 2015, ele certamente me responderia efusivamente algo como  "para você também, meu rapaz". Giordano era um visionário, Em 2015 vivemos cercados por parasitas que querem que o mundo acabe em barranco para que tenham onde se encostar.

Giordano era um teólogo, não um cientista, mas pessoas como ele não se encaixam em rótulos e ele formulou a teoria do "Universo Infinito". Ora, qualquer um que saiba minimamente de história, sabe que viver na Europa, na época em que ele viveu e falar em Universo Infinito, afirmar que o Sol não era o centro do Universo e sim apenas mais uma estrela e que a Terra era só mais um insignificante planeta e demonstrar tudo isso de forma elegante era um passaporte para os tribunais da Santa Inquisição Católica e em consequência, ser morto de forma bem pouco agradável (se é que existe alguma forma elegante de morrer).

Adicione-se a isso o fato de que Bruno questionava como religioso, o Marianismo (culto a  Maria. E se você tropeçou no termo, pare de ler meus posts, não suporto ignorantes desinformados), mas enfim, questionou também a Trindade, o Papa, Don e Ravel, a escolha de Felipão para técnico da seleção Brasileira entre outros tudos.  Bruno era um contestador, algo que falta a nossa sociedade, um livre pensador, um termo que acho que já caiu tanto em desuso pela falta deles, pelo estado de submissão intelectual ao qual estamos sujeitos, onde um establishment exerce um controle tirano sobre o que deve ser pensado, e como e também, sobre o que deve ser dito, veiculado e como tudo isso deve ser absorvido pela massa de incultos ávidos por novos emoticons para embelezar suas conversas nas redes sociais. No fundo, como sociedade é nisso que estamos nos tornando: Um grupo de infelizes seres que buscam nos emoticons fornecidos pelas redes sociais a base sustentável de nossos dias lamentáveis e vazios.

Giordano Bruno morreu na  fogueira da Inquisição. Queria eu ter o estofo intelectual, a inteligência nata, a cultura e sobretudo a coragem para morrer por uma(s) ideia que valesse a pena. Quem me dera conseguir formular de forma elegante como disse acima algum enunciado que mudasse radicalmente o mundo e me fizesse cair nas (des)graças do poder estabelecido. Ser perseguido, criticado, ofendido, por pensar de forma diferente. Não ser um gordo conformado tomador de Coca Cola vendo um esporte que nem é nativo de seu País (Futebol Americano) e vibrando com jogadas esdruxulas, violentas que levarão grande parte dos jogadores a terem demência no futuro por conta das pancadas no cocuruto.

Não, Giordano Bruno, não teria tempo para essas frivolidades. Não perderia seu precioso raciocínio pensando em como vender um imóvel que jamais será investimento de verdade a um incauto que jamais será de verdade um investidor. Bruno se hoje vivesse, estaria concentrado em mudar o status político e religioso estabelecido, veria sua teoria ser solenemente aceita e difundida e melhorada e ao invés de se orgulhar e olhar nos olhos dos seus ignorantes perseguidores e dizer " Eu bem que disse!", começaria imediatamente a trabalhar na próxima ideia revolucionária. Bruno não era um frívolo tolo. Eu sou. Mas mesmo assim o admiro e de certa forma cultuo a forma com que viveu sua breve porém prolífica vida.

Finalmente chegamos em 2015 e diversos tolos passaram o ano vestidos de branco para atrair sei lá o que. Muitos fizeram as suas resoluções que em menos de uma semana se irão como as brumas se vão por mais densas que pareçam ser. Aceitamos tudo isso, com uma estupidez bovina. Achamos graça de um mundo que caminha para o caos absoluto. James Lovelock, uma das mentes mais brilhantes vivas e ativas hoje em dia em nosso planeta diz que 6 bilhões de pessoas morrerão vitimas das mudanças climáticas. Não estamos nem ai. Queremos nossos SUV'S, queremos lava-los uma vez por semana e não aceitamos lavagem a seco. Queremos morar em grandes casas, aptos, queremos uma redoma que de segurança apenas para  nós mesmo e os nossos. Não compartilhamos nada. Seja ideias, seja ideais (esses ninguém mais tem), tempo, amor, carinho, dinheiro (compartilhar dinheiro? vai por o post a perder com uma afirmação tola dessas???) não compartilhamos nada, pois tudo tem que ser para nós mesmos em uma sociedade que cada vez mais se orgulha do nível de egoísmo ao qual está chegando.

2015 está ai. Desejo tudo de bom para você que está lendo, mas não creio que muitas coisas boas acontecerão. Não estou me tornando um pessimista amargo, nada disso, muito pelo contrário, mantenho meu otimismo, mas o temperei com uma dose de realismo para este ano. Em um mundo em que não existem personas sequer parecidas com a de Giordano Bruno e se houvessem muito provavelmente seriam sufocadas, só nos restas ver mais 365 dias passando ante nossos olhos e torcer para conseguirmos chegar ao fim deles de forma ao menos, integra. Tudo de bom, tudo de paz e sobretudo que Deus, nosso Pai de amor, habite em nosso coração e que nos lembremos dia a dia que para isso, temos que permitir que ele se mude, pois Deus não é um integrante do MST  que toma posse do que não lhe pertence. Opa, isso me deu uma ideia para outro post, mas tenho 364 dias para escreve-lo.

É isso.

Ouvindo: Lulu Santos, Léo Jaime.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Êxodo: Deuses e Reis


Tudo é grandioso em Êxodo: Deuses e Rei. A reconstrução de Memphis, o Nilo, sempre ele, grandioso, pano de fundo perfeito para as megalomanias  dos Faraós que dominaram aquele lugar, enfim, é um  filme grandioso.

Por outro lado, o filme se apequena pelas atuações. Cris Bale só sabe fazer o Batman, pois seu Moisés, assim como o Noé de Russel Crowe  é um sujeito opaco, ensimesmado, sem garra, sem vontade de fazer acontecer, que tem que ser empurrado o tempo todo por uma representação de Deus ( e ai, reside a grande sacada do filme, simplesmente um achado), que nada mais é que um menino. Ramses, interpretado por um preguiçoso Aaron Paul,  nem opaco consegue ser, é uma caricatura pálida e sem correspondência histórica alguma de quem foi de fato o personagem real. Menção honrosa deve ser feita ao sempre espetacular John Turturro, no papel de Seti, pai de Ramses. Turturro, seja qual for o papel que lhe caia na mão, sempre dá uma dimensão maior, muito maior do que se espera. Ele podia ali, escolher apenas se divertir, mas nas poucas cenas em que aparece, faz você enteder todas as motivações por trás do Faraós apenas com um gestual que embora contido é cheio de simbolismos e com um olhar que paira acima dos simples mortais. Você quase, eu repito, quase, crê estar diante de um deus.

Não cabe, ao meu ver, ficar equiparando o relato bíblico com o filme, afinal não se trata de um panfleto cristão e sim diversão rápida e descompromissada e só um asno pensaria diferente, mas cabe sim dizer que o filme não chega agredir a fé de ninguém e não parece haver ofensa calculada a este ou aquele credo, assiste-se a Êxodus na medida exata que se deve assistir a um filme não cristão. Divertindo-se o tempo todo.

Ridley Scott, um diretor quase sempre excepcional e quando não, muito bom, não obstante (adoro usar, "não obstante" mas nem sempre dá, agora deu) ao elenco indigente que teve em mãos, seguiu em frente ao retratar uma sociedade que era governada por humanos que se achavam divindades e como tal se comportavam. Mesmo apático, Ramses tem uma altivez impressionante para enfrentar as pragas enviadas por Deus para assolar seu País, não exita em assassinar tanto Hebreus como integrantes de seu próprio povo. Pragas, que da forma cadenciada que foram mostradas e comicamente comentadas por um dos membros do alto escalão da corte de Ramses, enchem de terror e angústia a sala de cinema ainda mais se forem equipadas com um 3d descente e um som adequado,  (em Osasco é claro que isso não existe, logo me ferrei e só pude imaginar como seria)  e mostram que um diretor que presta e no caso de Scott ele é bem mais que isso, faz toda a diferença em um filme.

Scott tem ainda duas sacadas a serem comentadas. A primeira já mencionei que é a forma como escolheu representar a Deus, como um menino. Um menino que enfrenta e obviamente vence em argumentos, o General Moisés, que em princípio não entende o propósito Divino ao constituir um exército que de fato se propõe a enfrentar as divisões de Memphis. Pobre Moisés este do filme. Além de opaco, passa o filme todo mostrando que é um pouco burro. outra sacada fantástica, para mim a melhor der todo o filme, foi não ter mostrado aquelas colunas de água tão clichê em toda representação que se propõe a falar da travessia do Mar Vermelho. Scott faz o povo atravessar na maré baixa que se torna ainda mais baixa até que o caminho fique seco. O que acontece depois vá ver o filme pois não sou fábrica de spoilers, mas chega a ser comovente em certa medida.

Scott também acerta ao dar uma real dimensão do amor e da amizade que uniam, apesar de todas as evidentes diferenças a Moisés e Ramses, acerta também ao mostrar que vaidade e desejo de poder sempre serão na visão estritamente humana muito mais importantes que as duas primeiras características citadas e ao seguir este caminho, imprime ainda que a contragosto dos atores que são dois preguiçosos, uma profundidade ao filme e uma dimensão humana onde dse fala de Deus e Reis que torna o filme em um grande barato.

Êxodo é, no final das contas, diversão de primeira que não agride como já disse a fé de ninguém, não busca ser um manual arqueológico, não quer ser um telecurso de história, contentando-se em ser apenas o que é, um grande filme para se assistir comendo muita pipoca e tomando muita Coca junto.

Uma hora após sair do cinema você já terá esquecido de grande parte do conteúdo do filme e por este motivo, a menos que você seja um solitário que passa as noites com um gato no colo, não vai despertar polemicas vazias e nem debates acalorados. é entretenimento do bom. Nada além disso.

É isso.

Ouvindo: Heritage Singers

domingo, 28 de dezembro de 2014

Na Pista, pela vitória, pelo triunfo


É, eu to na pista. Pela vitória, pelo triunfo. Já venci e triunfei lindamente e já perdi e fracassei fragorosamente. A vida é assim afinal. Ganho, perco, fico no 0x0 e dai? O que importa é o foco e meu foco é a vitória, o trinfo. Se for diferente, complica. Pra quem vem de onde eu vim, pra quem viveu o que eu vivi (e vivo), não tem outra alternativa.

Não escolhi a corretagem, ela me escolheu. O que alguém que não terminou o ensino fundamental poderia fazer além de aprender as funções básicas de uma HP 12c, treinar um discurso de vendedor, colocar uma gravata que combine com a camisa e a calça, um sapato limpinho um sorriso ( feito no dentista) e ir pra cima de clientes normalmente muito mais "estudados" porém muito mais "defasados" intelectualmente  que eu? Eu só podia ser corretor. Mas não deixo de ser maloqueiro, com  orgulho!

Pela vitória, pelo triunfo, o moleque da ZL adora tomar o dinheiro dos playba  de Alphaville e volta e meia essa porra de diferenças de classes vem a tona, quando um cliente bestalhão acha que dirigir um carrão, ou assinar um checão faz dele melhor que eu ou qualquer outro, eu me obrigado a lembrar quem eu sou. Boto um Emicida como trilha sonora mental e vou pra cima. Afinal, eu também quero um Din, também quero glória e fama,  um carrão é bom e eu gosto, mas sem perder de vista quem eu sou. Vitória e triunfo apenas para me satisfazer, não para me crescer em cima dos manos. Jamais.

Pego o carro, vou a ZL, vou ao Pira, onde cresci, vou a Vila do Sapo, vejo meus manos, minha coletividade, na beira do Rio Tietê, vendo os aviões trazerem os riquinhos que pousam em Cumbica, mas e dai?  A gravata, as poucas boas maneiras aprendidas de forma forçada, por pura convivência social, - Há!, moleque!!! Quando a fúria vem, ela vem concentrada! Vender apê caro não me faz comprador de apê caro. Eu quero mais é tirar medalha dos canalha sem aura boa. Eu quero ver os neguim, meus parça vivendo bem. Criando os filhos, sendo pessoas de bem, mesmo que qualquer "verme" resolva ligar o giroscópio da viatura só porque a cor da pele a noite fica mais difícil de visualizar e é mais fácil dar uns "tecos' no neguinho que deveria estar em casa evitando confusão.

Não traio minhas convicções em busca de minhas ambições, que como todos eu também tenho. Só que se eu errar, fudeu! Porque sou exemplo, para filha, para moleques que andam com ela, porque sou e sempre serei da periferia e me orgulho disso, mas a vitória, o triunfo, pra quem é de onde eu sou, pra quem veio de onde eu vim, não é se encher de cordões de ouro, não é dirigir uma caranga tunada, que é isso moleque??? Nossa glória é ser do bem, é ser digno, é ser descente. Trampar, buscar fazer o seu caminho, ser lúcido, fugir da encrenca, essa é nossa vitória, nosso triunfo.

O jogo é sujo e a pista é enorme, a pista é muito grande. Onde você vai colar afinal? Vai diluir sua moral? Vai envergonhar sua coroa? Vai fazer seu pai, aquele truta trabalhador ter vergonha de por a cara na rua? Vai esquecer que a rua é nóis mano? Vixi!!! E ai vai fazer o que? se entupir de grana, colocar  "uns pano" invocado e pagar de bambambã? Sai fora tio, para de panguar. O rei não vai virar humilde percebe?

Não vendo imóveis porque tenho talento, vendo porque tenho que comer. Só por este motivo. E tenho dar de comer também. Então, o que me resta além de ser alguém que busca a vitória e o triunfo? O que me resta além de mostrar pra esses otário que se acham que ninguém tem que se achar, tem que ser. A real é que a gente tem que ser, não se achar.

Obrigado a Emicida por ter composto  "Triunfo" A trilha sonora que me acompanha em cada atendimento que faço nos plantões de venda, pra lembrar quem eu sou, de onde eu venho, e o que estou fazendo nesse mercado de clientes metidos a besta, corretores mais metidos a besta ainda e onde um moleque de 42 anos da ZL da Vila do Sapo, da margem do Rio Tiête, que morou em casa com goteira, que comeu na casa dos outros de favor, que morou na rua, tenta sobreviver com o talento quase nulo mas muita garra pra tirar os eu sustento, pra fazer jus ao cheques (agora débito em conta) de gente que acha que dirigir uma porra de carro de R$100.000,00 faz dele alguém melhor que eu. Coitados. Um telefone e o carrão vira história.

É isso.

Ouvindo: Emicida, o cara que salvou a música brasileira.


domingo, 21 de dezembro de 2014

Música com "M" Maiúsculo


Quando eu era criança ou mesmo adolescente era muito fácil identificar um artista farsante de um realmente talentoso. Primeiro porque não existiam recursos a farta como hoje para mascarar uma voz ruim e segundo porque produtores consagrados não atrelavam seu nome a porcarias. Hoje, em troca de uns caraminguás, assinam produções de merda e ainda tentam fazer o público acreditar que realmente a pessoa tem talento. Lamentável.

Acontece que não condeno de forma alguma quem tem um sonho de fazer ou neste caso, cometer um CD porque afinal muitas vezes a pessoa nem é motivada pela vaidade e sim por motivos que fogem a compreensão de que qualquer outra pessoa que não ela mesma e em alguns poucos casos o "artista" acha que vai de fato contribuir para uma sociedade melhor colocando sua voz a disposição da humanidade para ser ouvida tendo assim suas mensagens absorvidas.

Mas vamos ser claros: Música, a sério, é algo para poucos. Muito poucos. Não adianta o quanto um produtor talentoso possa fazer para encobrir a falta de talento de seu pupilo, ele sempre será alguém sem talento. Não importa o quão esforçado, quanta aula de canto a pessoa faça, o quanto os amigos puxem o seu saco, o quanto (e essa é a parte mais engraçada) o engenheiro de som diga lá dentro do aquário "vamos fazer a boa agora!" nunca, nunca haverá boa para quem não tem talento. O fato é esse, aceite-se ou não.

Nem vou citar aqui os pagodeiros ou sertanejos, simplesmente não vale a pena. Mas a proliferação de gravações ditas 'independentes" é o que me assusta, e em especial no meio evangélico. Este é o ponto fulcral deste post, porque de uma hora para outra, com a facilitação da tecnologia e o barateamento das horas de estúdio além da luta desenfreada de "produtores" ou pessoas que dizem ser,  todo mundo acaba achando que tem "algo" a dizer e este "algo" não pode ficar escondido, afinal, a pessoa crê piamente que recebeu um chamado. E chamados, ainda mais divinos, não se recusam.

Tudo isso acaba tendo a consequência nefasta de vulgarizar o cenário da música cristã. As grandes gravadoras também lançam cantores sem o menor preparo é bem verdade, mas como tem um budget pré definido, não apostam todo o dinheiro delas só em coisas ruins, e mesmo quando atuam apenas como distribuidoras, não se associam ao que há de pior, tem um filtro, uma barra, que é bem verdade vem sendo rebaixada ano a ano. Uma pena.

Não discuto aqui intenções. Se é vaidade, que em muitos casos fica claro ser, ou qual seja o outro motivo. Existem pessoas de coração bom e quando falamos de música Cristã tudo tem que ser visto com outra lupa, muito mais potente, que veja detalhes pois se não qualquer analise descamba para a maldade pura e simples.

Fato é que a questão é séria pois se trata de um rebaixamento claro da qualidade do que se é oferecido.  E o ponto mais importante para mim é a cobrança deste tipo de material. Eu tenho uma ideia meio radical que reza a seguinte linha: Quer gravar um trabalho musical e não tem competência pra tanto? Quer ser produzido(a) sabendo que vai ser todo(a) reconstruído por programas de afinação? Ok. Então, querido(a) DOA o seu trabalho. Mas um componente intangível impede que uma ideia dessa seja levada a termo. E aqui, vamos ser absolutamente sinceros. Absolutamente. Até porque já produzi dois álbuns e não falo de bobo e sim conhecimento de causa. A real é que a quantidade de pessoas dispostas a PAGAR. O que delimita, em parâmetros humanos o sucesso de um trabalho ou não é exatamente isso. As pessoas dispostas a pagar por um trabalho para te-lo para si. Baixar pela internet de forma ilegal, copiar de forma ilegal de um cd para outro, tudo isso é fácil. Mas ninguém baixa de forma ilegal ou pirateia um trabalho que não tenha sido um sucesso. E com a facilidade de hoje em dia em se obter streaming legal faixa a faixa, as pessoas estão aos poucos mas de forma consistente migrando para a legalidade.

Então, "cometer" um cd e doa-lo é como uma confissão de incompetência para quem o faz.  E isso significa que cada vez mais e mais pessoas continuarão a produzir seus trabalhos sem responder as três perguntinhas mágicas que evitariam boa dose de constrangimento:

1. Tenho real talento?
2. Tenho de fato o que dizer para quem comprar este trabalho?
3.O que me motiva realmente a faze-lo?

Se estas três perguntinhas fossem feitas de forma séria pelo artista a ele próprio e ele tomasse tempo para refletir em cada uma delas de forma cuidadosa, creio que ao menos 50% dos trabalhos que não deveriam jamais ter sido feitos teriam sido levados a termo. Mas essas perguntas, para mim fundamentais não são feitas pelo simples fato de que o "artista" em questão já sabe a resposta e basta uma delas ser negativa para que o trabalho seja arquivado antes de começar.

Música com "M" maiúsculo, é cada dia mais raro de ser produzida. Como consequência uma geração de ouvintes pouco exigentes até por não terem material de comparação  que defina o que é bom ou não esta crescendo e quem perde são os artistas  realmente talentosos que tem o que dizer e tem a motivação correta também para faze-lo. Uma pena. Mas assim é a vida.

É isso

Ouvindo: First Call "The Early Years" uma compilação honesta do tempo em que eles eram de fato, uma das maiores expressões da CCM.