quinta-feira, 8 de junho de 2023

Os Vídeos Vindos De Marte

 

Eu não sigo no meu Instagram os perfis da moda. Nada de ex BBB ou cantores da moda ou gente que se acha celebridade. Mas eu sigo o perfil da NASA. E no perfil da NASA tenho visto algumas das mais belas imagens a que tive acesso nos últimos tempos que são os vídeos que os rovers e o helicóptero que estão lá enviam para Terra. Feitas por máquinas enviadas por nós seres humanos até lá, elas escrutinam a paisagem árida e ao mesmo tempo bela do planeta vermelho Marte sem nenhum personagem é o melhor programa disponível no Instagram. Acalma, relaxa e faz refletir.

São imagens que evocam a solidão de um local que não tem habitantes. Não tem água, praia, não tem o verde das árvores e a suas Luas apesar de serem 2(Fobos e Deimos), não tem o charme da nossa singular Lua prateada. Elas não influenciam as marés pois lá mar não há. Não existem casais apaixonados para sob seu reflexo tecerem declarações de amor um para o outro e nem poetas tristes para escreverem poesias  inspirados em sua beleza.

Alias, as Luas de Martes não são bonitas. Nem a nossa o é, a rigor, mas nós achamos que sim. O que Marte tem de lindo, eu descobri acompanhado o Insta da NASA, são suas imagens, é o deslizar do rover pelo seu solo e o helicóptero que em seus voos fotografa e filma um lugar que certamente nos seria hostil em um primeiro momento mas talvez pudesse ser nosso abrigo no futuro. Dizem os cientistas que certamente já houve água lá e a pouco tempo atrás o rover fotografou e filmou o que eles cientistas afiram ser o leito de um rio que deve ter sido caudaloso e profundo. Chegamos atrasados para ver a beleza de um rio em outro planeta. Algumas centenas de milhões de anos atrasados.

Perguntam para que servem imagens de um planeta estéril e sem perspectiva de vida. Eu creio que para fazer sonhar. Seja com colônias futuras de seres humanos, seja com uma base exploração com poucos astronautas tanto faz. Serve também para o sonhador que acordado, imagina, ou sonha, em como foi aquele planeta em seus primórdios. Será que houve vida? De que espécie? Os rios eram de água doce coo os nossos? Desaguavam em oceanos? Ou só haviam oceanos? Esses oceanos e rios tinham vida? Vida primitiva ou evoluída?

Eu não perco nenhum dos vídeos que eles soltam diariamente (entre 5 e 7) e me congratulo com os cientistas que conseguiram de forma espetacular colocar engenhos humanos rodando em um lugar onde jamais se poderia imaginar possível a coisa de 100 anos atrás. Eu particularmente me imagino andando ali pelas não estradas de marte solitário. Será que me sentiria mais perto de Deus por estar em Marte?  Ou estando em um planeta me sentiria em distância similar a que me sinto dele aqui na  Terra? Eu teria que flutuar pelo espaço sideral para me sentir mais perto Dele? Ou ele esta tão perto de mim e eu não percebo?

Talvez ali ele andasse ao meu lado sem os barulhos que nos distraem aqui na Terra, e eu pudesse ouvir sua voz com mais clareza. Talvez a gente pudesse conversar sobre assuntos diversos, sobre quem eu sou e porque sou como sou. Talvez ele me falasse dos seus planos para mim e eu me dispusesse a ouvir coisa que hoje não faço. Se eu caminhasse por Marte, ia pedir que Ele se apresentasse a mim de forma efetiva assim como ele fez com Enoque, que de tão seu amigo, acabou indo morar com ele ainda em vida.

Eu creio que Marte assim como todo sistema solar e assim como todo o universo é uma criação de Deus. Não consigo por mais que eu tente, imaginar que uma explosão inicial que veio do nada deu origem ao universo como hoje o conhecemos. Sei que começar um texto exaltando a ciência e depois dizer que Deus é o excelso criador pode parecer estranho, mas para mim, Ele é sim, fonte de vida, de toda vida e ainda sim a ciência tem o seu lugar, sua função ainda que seja me fazer sonhar com a beleza triste que vem de Marte.

É isso.

Ouvindo: Beatles


Eu Me Peguei Chorando Por Astrud

 

Não foi aquele choro derramado, contínuo. Ao contrário, foi contido, como contidas eram as apresentações e interpretações de Astrud. Mas foi ao mesmo tempo, um choro enérgico como enérgicas eram suas apresentações e interpretações e talvez ai resida o fascínio que sempre tive por Astrud: Como pode alguém ser tão doce, contida, e ao mesmo tempo ter tanta energia, envolver o ouvinte de tal forma que tudo ao redor se desvaneça em favor da concentração em sua emissão vocal? 

Astrud era o Brasil que cantava bonito, macio. Era o Brasil que não apelava para o fácil, para a bunda de fora ou para a pura e simples batucada. Sim, havia batucada e brasilidade em suas performances, mas apenas quando necessário. Não era a regra, não era um instrumento de cooptação visual e auditiva para automaticamente fazer o gringo achar que brasileiro e batucada seja uma coisa só quando temos tanta diversidade, somos tantas coisas além de uma sessão rítmica calcada em percussão.

Astrud (que nome lindo, que nome lindo!) para além do fato de ter sido casada com João Gilberto tinha luz própria (Stan Getz que o diga). Uma beleza doce e tímida que era admirada por aqueles que sabem que a beleza mais que padrão estético é algo que nasce no âmago de uma pessoa e que explode de dentro para fora. Seu talento produziu discos memoráveis onde interpretações inesquecíveis fazem com que o ouvinte se comova e queira ouvir mais e mais. São discos de pura beleza e refinamento onde é secundada por músicos que sabem exatamente o que estão fazendo e assim proporcionam momentos de puro deleite.

Astrud foi aquele tipo de artista que vira trilha sonora da vida de quem aprecia seu som. Quando coloquei os pés no Rio de Janeiro pela primeira vez, não pensei em "Samba do Avião" de Tom Jobim mas sim em Astrud interpretando magnificamente "Corcovado". Quando penso em "Garota de Ipanema" não me vem Frank Sinatra como primeira opção de intérprete e sim Astrud.  Eu me peguei chorando por Astrud, mas foi porque me dei conta que aos poucos, os bons vão morrendo e não há reposição a altura.

Astrud, que nome Lindo, que nome lindo!


É isso.

Ouvindo: Astrud Gilberto

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Na Praia, Em Uma Tarde Com Neve

 

Olhando em direção ao horizonte, dava para ver alguns surfistas com macacões pretos de Neoprene. A cor preta dos macacões em contraste com o azul do mar os tornava uma imediata referência visual e por mais que o mar estivesse especialmente agitado naquele dia, eles insistiam em equilibrar-se em suas pranchas, aparentemente sem medo algum de afundar e não mais retornar  a superfície.

Ele pensava na coragem daqueles rapazes enfrentando um frio avassalador apenas pelo prazer da aventura, pela emoção de sentir a adrenalina tomando conta de cada poro do corpo de sentir enfim, a sensação de ser um super herói que desafia o perigo, o mar, a lógica e no final receber o triunfo de ter simplesmente sobrevivido e ter mais uma história para contar.

A ele, restava o frio e a beleza melancólica da neve que caia de forma intermitente antes seus olhos e cobria a areia original com um camada de um branco tão belo e plácido que fazia parecer ser impossível que houvesse areia por baixo. Havia definitivamente uma beleza triste naquele quadro composto por ele a neve e o mar e por mais que o frio o açoitasse com ventos severos e seu rosto estivesse ficando curiosamente afogueado, de um vermelho que ele nunca havia notado em si mesmo,  ele se sentia em paz  a observar aqueles surfistas com macacões pretos de Neoprene.

Havia um Sol que embora compusesse lindamente a paisagem não cumpria seu papel  de deixar o ambiente quente. Era quase que uma luz de apoio a quem quisesse fotografar e eternizar o momento. O vento gelado vencia seus raios tímidos até ali  e embora os surfistas bravamente resistissem a ele continuando sua batalha contra o mar, ele apenas agradecia aos céus por estar com grossas luvas protegendo suas mãos. Quanto ao Sol, jamais havia imaginado que pudesse ser apenas beleza, sem a função de aquecer. Era uma tarde  de beleza lírica mas também de aprendizado.

Não deveria nevar em praias, ele pensou. Mas logo lembrou que este é um pensamento latino, um pensamento que só encontra respaldo em suas plagas, onde o Sol é uma constante que muita vezes irrita tanto quanto aquece. Não, nada é perfeito afinal. Se bem a sua frente o mar é de um infinito  azul, a neve que cai o inviabiliza. Bom ao menos para ele, já que os surfistas, cada vez mais longes mar a dentro estão aproveitando. 

Os surfistas continuam seu ballet caótico com as ondas que parecem cada vez mais revoltas, exatamente como eles gostam. O perigo tão absurdamente real parece simplesmente não existir em meio a beleza daqueles corpos que se equilibram de forma tênue naquelas pranchas que parecem que a qualquer momento vão arrebentar com a força das águas assim como os seus sentimentos que agitam-se dentro dele como ondas prestes a quebrar seu já fragilizado interior e inundar o seu entorno externo levando de roldão tudo o que estiver a sua volta.

Esta frio, muito frio ali naquela faixa de areia que se mistura a neve que insiste em cair. Luvas, cachecol, casaco... Isso é roupa para ir a praia? Tristeza, lágrimas, solidão... Isso lá é forma de se viver? A neve caindo sem parar mascara as lágrimas que rolam e a beleza do quadro torna a tristeza uma coadjuvante deste beleza. "A vida é estranha muitas vezes", ele pensou por fim.  Tão estranha como uma tarde em uma praia onde não para de nevar e onde surfistas com suas roupas de Neoprene dançam para se equilibrar nas ondas geladas.

É isso.

Ouvindo: David Bowie


sexta-feira, 26 de maio de 2023

Volta e Meia Eu Volto Em Joel Barish

 

O começo de "Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças é revelador." Joel Barish ali, chorando  dentro do seu carro, sofrendo de amor e rejeição. Sofrendo por não saber porque é como é e porque ser como é afasta tanto as pessoas de si. Joel chora e sofre por não ser como as pessoas esperam que outras pessoas sejam. Joel  chora basicamente por ser como é e por não ter forças e sobretudo não ter vontade de mudar. No fundo, Joel Barish gosta muito dele. Pena que só ele goste tanto assim.

Davi Miranda chora as vezes. Escondido pois não pega bem para um senhor de 50 anos, mas chora. Ele vive dizendo que manda o mundo se foder, mas tem descoberto que queria ser mais aceito, que gostassem mais dele. Tarde demais, Davi. Seu tempo passou. Você é um senhor caminhando célere para o fim da vida e ela não sorriu e nem sorrirá para você. Talvez você pudesse ser amigo de Joel Barish. Detalhe, Joel nõ existe. Pior para você.

O que assusta Davi não é um fato e sim uma premissa. " E se" houvesse uma maquina e um tratamento que pudesse de fato como no filme, fazer as pessoas apagar suas memórias indesejáveis? Quantas pessoas o apagariam de suas memorias? Quem se disporia  a tomar pequenos choques elétricos dormindo para apagá-lo de sua vida para sempre? Como seria encontrar uma ex namorada, uma pessoa supostamente amiga e ela simplesmente ignorá-lo por não lembrar-se? 

Pior que apagar alguém de suas lembranças é não mais poder explicar o porque. O sentimento que isso traria seria lancinante. Seria uma faca aguda entrando pelo peito alcançando os pulões e coração e perfurando sem dó. Mas também é lancinante o sentimento de se perguntar sempre e sempre quantas e quais pessoas fariam com ele o que Clementine fez com Joel Barish. E Davi sabe que não teria forças para correr atrás de quem quer que seja atrás de explicações ou reversões do tratamento feito. 

Ele simplesmente se sentaria em uma praia em noite de neve e choraria suas dores e desamores. O que mis afinal haveria para se fazer? Davi não sabe lidar com as pessoas. Não sabe lidar com sua esposa, com sua filha, com sua enteada, com as pessoas que trabalham com ele. Davi mal sabe lidar com ele mesmo e em alguns momentos gostaria de fugir de sua própria presença. Ele gostaria de conversar com Joel Barish, mas de novo, ele não existe e Davi as vezes desconfia de sua própria existência como algo real. Talvez ele preferisse ser apenas um sonho que todo dia tem um novo capítulo na cabeça de alguém, mas que em algum momento irá se acabar. 

Depois que ele dirige e fala sozinho por falta de melhor companhia para dizer suas sandices,  Ele Chega em casa e novamente assiste a "Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembranças" O Filme não o conforta mas a atuação quase perfeita de Jim Carrey o lembra que ele ao menos seria um bom crítico de cinema caso tivesse tido a oportunidade de escrever para algum veículo especializado.

Ele não teve a oportunidade e se tornou corretor de imóveis. E como diz a canção tema do filme, brilhantemente defendida por Beck "Alguma Hora Todo Mundo Tem Que Aprender"

É isso.

Ouvindo: Beck


terça-feira, 9 de maio de 2023

Tchau, Tia Rita.

 

Vou falar a verdade, tia. Só percebi a artista que você era quando te vi, absolutamente mesmerizado, em um show ao vivo no Vale do Anhangabaú.  Até ali, achava você mera coadjuvante e Arnaldo e Sérgio dos Mutantes tocando flautinha e aqueles outros instrumentos meio toscos mas altamente psicodélicos que você adorava tocar. Quando te vi ao vivo,  (sim eu já te acompanhava, tinha até uma gravação de Build Up, a capa mais sexy entre todas as capas de vinil até hoje produzida), eu simplesmente enlouqueci. Do nada, percebi que era você quem era secundada pelos irmãos Batista e não o contrário.

E quando você mandou "Ovelha Negra" cara! Eu homem feito tive que chorar horrores e te agradecer por ter composto especialmente para mim aquela canção. Vou morrer achando que você a compôs para mim, porque ninguém me descreveu tão bem (embora a minha mãe tenha me dito filho...). Daquele momento em diante eu comprei tudo o que tinha a seu respeito, e me tornei seu fã. E embora você tenha lançado um trabalho morno aqui, outro ruim mesmo, acolá, sua carreira foi sólida, foi brilhante. Nada menos que brilhante.

Para além da música, você foi libertária, você foi guerreira, padroeira da liberdade, dos direitos das mulheres. Se drogou, bebeu, fumou e foda-se, tudo bem! Fez o que você quis e não é da conta de ninguém e quem te julgar que vá a merda! Você foi rainha do rock, mas foi exemplo de mulher livre quando liberdade não era exatamente algo franqueado as mulheres. Você foi gigante, tia. Devemos muito a você, o Brasil deve a você.

É triste te ver partir mas é muito bom te ver descansar. Te ver fechar os olhos e dormir o sono dos que se vão mas ficam, por eternos que se tornam. Você será sempre a Tia Rita. Cantora de primeira, compositora, escritora, atriz, produtora, tudo o que é ligado a arte enfim, é ligado a você. Que venham homenagens, filmes, especiais, mini séries e o caralho a quatro que for porque você merece!

Descansa, tia! RIP!

É isso.

Ouvindo: Ovelha Negra, a música composta para mim, pela Tia Rita.



 

sexta-feira, 28 de abril de 2023

O Caso Do Crepe De Chocolate

 

No andar que eu trabalho tem uma maquina daquelas que vem doces, refrigerante, salgadinhos e até pequenas refeições para esquentar no micro-ondas. Com a Diabetes em alta eu simplesmente busco evitar o caminho da tal maquina, mas ela fica no trajeto entre o elevador e a minha mesa, ou seja, eu sempre a vejo e curiosamente ela parece sorrir para mim.

Agora a pouco, não resisti e comprei um crepe de chocolate. Sinceramente, raras vezes eu investi tão bem um dinheiro seja ele de que valor for como neste crepe. Eu estava triste. Alias, eu sou triste, basicamente a tristeza me acompanha quase todos os dias e eu nem ligo mais para isso. É como se fosse uma roupa que eu ao acordar de manhã coloque para então partir para as tarefas diárias. Ser triste não é o fim do mundo e eu começo a duvidar que o mundo terá fim. Acho que talvez ela vá apenas se renovando através das extinções em massa que periodicamente ocorrer. Certamente estamos perto de mais uma.

Divagações a parte, não e que existam motivos específicos  para eu ficar triste. Eu simplesmente sou. O mundo me pesa muito mais do que deveria pesar e eu não vejo alegria no cotidiano. Acho tudo muito chato e aborrecido não mais do que eu mesmo, talvez o cara mais chato e aborrecido que exista, mas o fato é que dentro do meu micro-verso, o lugar onde habito em mim mesmo, toda decoração em tons pastéis só reforça a pouca luminosidade com que vejo o mundo.

Voltando a maquina e ao investimento que fiz, ele se refere a compra do tal crepe. A massa que envolvia o chocolate, molinha, e o próprio chocolate dentro dela, não tão doce a ponto de enjoar e nem tão insipido ao ponto de criar repulsa, me causou amor a primeira mordida. Percebi que existem refúgios  para a tristeza que eu desconhecia. A mordida neste crepe  e a fruição do sabor que ela espalha pela boca certamente é uma delas.

Do nada, o que era cinza ficou radiante, cheio de cor. Como uma luz que se acende e expulsa a escuridão, esse crepe expulsou a tristeza. Já pouco me importa se alguém disse para que eu não lhe dirigisse a palavra, se minhas inseguranças me atormentam, se todos a minha volta parecem felizes e combinam almoços onde boas risadas derivadas de boas conversas surgirão enquanto eu vivo no mundo do silêncio. Também não vem a tona as minhas frustrações com decisões equivocadas que tomei e me perseguem, as desilusões, a falta de grana, a falta de tantas outras coisas. Esse crepe me fez sorrir. 

Não aquele sorriso protocolar que a gente da para encerrar assuntos, mas um sorriso que a tempos não me vinha, um sorriso simples, que veio de dentro, da alma. Um crepe, um simples crepe. 3,50 dinheiros, praticamente nada. Hoje o mundo pode cair, eu estou em paz. Hoje podem enxovalhar a minha competência, podem me desclassificar, pode acontecer o que for. Eu estou em paz. 

Tenho Diabetes e posso morrer comendo doces e chocolates, mas esse crepe me daria uma morte feliz, digna. Existe uma tristeza em mim que é atávica, mas hoje, ao  menos por hoje, ela não vai me dominar. Tirei a roupa da tristeza e não me sinto nu. Me sinto liberto. Tudo por causa de um crepe de chocolate. Vou comer outro.

É isso.

Ouvindo: Point Of Grace

terça-feira, 25 de abril de 2023

Lula, Seu Otário, Viva Como Você Prega

 

Lula, seu asno. Votei em você, não por concordar com seus valores, longe disso. Tampouco votei em você por te achar alguém extremamente preparado. Sem seus asseclas, você não é nada! Não votei em você por te ver chorando, por você ter sido preso de forma injusta, admito, por ter sido vítima de Sérgio Moro o canalha maior da nação, nada disso. Votei em você tão somente porque Bolsonaro presta menos que você, é um lixo de pessoa e você ainda tinha alguns resquícios de humanidade, porém  esta se mostrando neste início de mandato, tão ou mais sem noção que o Bozo.

Antes de mais nada peça para a deslumbrada da sua mulher olhar para o país em que ela vive e ver a pobreza instaurada, as pessoas comendo mal, vestindo-se mal, morando mal e sem emprego. O que pretende essa tresloucada? Viver como uma rainha sob o Sol Republicano de nosso país? Qual o próximo passo da maluquete? Comprar um trono para você e e outro para ela? E você assistindo a tudo isso de forma complacente? Você enlouqueceu?

Será que suas raízes, o lugar de onde veio, as coisas que passou, as lutas, enfim, tudo isso ficou tão para trás, tão distante em sua memória que não consegue mais se lembrar quem você era e como vivia? A vaidade de uma terceira eleição presidencial te fez tão mal assim? Foi uma eleição apertada, Lula. Muito apertada. E você ao invés de comportar-se como líder, como estadista, começou se comportando como um deslumbrado. 

Você já esteve ai, não uma. mas duas vezes. Conhece os meandros, os atalhos do poder e também as armadilhas, sobretudo as armadilhas e ainda sim se enfia em cada uma delas, deixa-se derrubar por cascas de bananas totalmente evitáveis. Você tem sido apenas decepção e vergonha para seus eleitores. Sei que os puxa sacos de plantão que te rodeiam dirão que você esta indo bem mas te aconselho a ouvir o povo e descobrirá que esta indo mal, muito mal.

Diminuir a desigualdade, gerar renda, emprego, jovens na escola, pobres alimentados (e nem precisa ser por picanha), tudo isso é sua obrigação e não te dá o direito de aumentar a distância a níveis imperiais entre você e seu povo. Enquanto é tempo, arrependa-se dessa conduta, aconselhe sua esposa a se espelhar em Dona Ruth Cardoso e comece de fato a governar como alguém disposto a melhorar a vida dos seus eleitores, caso contrário, você não terá outro mandato  e nem fará o seu sucessor caso decida não concorrer a reeleição.

Viva como você prega que a vida deve ser. Ja será de ótimo tamanho.

É isso.

Ouvindo: MC Guime