sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Outra venda que gostei de fazer.


Ser corretor de imóveis  para alguém com minha personalidade é certamente uma dor na maior parte do tempo e em raros momentos, uma delícia. Atendo muitos clientes e clientes são pessoas e na boa, quem me conhece minimamente sabe que meu interesse por pessoas é muito, mas muito restrito. Pessoas são, via de regra,  desinteressantes, vazias e normalmente se acham o máximo. Então, na maior parte do tempo, ser corretor é uma dor, mas uma dor, digamos bem remunerada, então, vamos que vamos.

Mas tem também, os momentos de delícia. E eles se dão nos raros momentos em que pessoas que não são vazias, que são feitas de carne e osso como todos nós mas se preocuparam em se "rechear" com um conteúdo que as diferencia para o bem entram no plantão que estou. Não importa se elas compraram ou não, importa o que pude aprender nos breves momentos em que trocamos algumas palavras que acabam marcando de forma positiva.

Estes momentos embora raros são sempre prazerosos e embora eu não seja tolo de cravar que estes clientes que considero gente boa sejam as melhores pessoas do mundo, posso afirmar que em linhas gerais, são pessoas a quem valeu muito a pena conhecer e neste mundo louco mundo que vivemos,  faz toda a diferença.

E por que gostei de fazer esta última venda? Bom, primeiro por se tratar de uma venda do Novare Alphaville, um produto que eu de modo especial gosto muito de vender por vários fatores tanto pessoas quanto profissionais. Aliado a isso atende um casal que como tantos outros busca a sua moradia, mas como quase nenhum deles, chegou ao plantão de forma serena, sem ataques preventivos, sem má educação soberba ou arrogância. Pessoa simples (não confundir com simplórias, o que de forma alguma eles são), sabendo bem o que queriam, sem mentiras, expuseram suas dúvidas sobre o projeto e construtora de forma respeitosa, sem ofender, sem buscar serem os sabe tudo, sem tratar o corretor como se fosse o lacaio particular  deles, sem se deslumbrar com a excelente proposta que fizeram para a aquisição do imóvel e principalmente sendo pessoas agradáveis, dispostas a entender o funcionamento do mercado sem achar que corretor só serve para mentir e manipular.

Muitas vezes atendo clientes que me chama de mentiroso, que dizem que sou desinformado, que quero apenas receber a minha comissão (nossa que crime!!! querer ser remunerado por ter prestado um serviço!!!! onde vamos parar????) que não me importo com suas questões. Estas pessoas esquecem que elas mesmos não abrem suas questões para mim o que dificulta e muito a tratativa para a compra do imóvel pretendido, esquecem também que elas mesmas promovem leilões com 246 corretores diferentes tentando conseguir um preço que no final das contas será extremamente semelhante entre todos os corretores consultados e esquecem principalmente que mais importante no processo da compra de um imóvel é comprar um corretor em que se possa confiar (e estou longe de ser o único, tem muita gente boa e qualificada no mercado), um corretor que vai estar ao lado do cliente e lhe prestará informações verdadeiras e exatas no decorrer do processo. Quem quer só preço, não pode reclamar de um serviço eventualmente ruim em área alguma.

Voltando a este casal, eles foram corretos, negociaram de forma dura porém em momento algum tentaram tirar vantagem  e principalmente o que me cativou neles foi a postura de negociar co inteligência. 90% dos clientes hoje em dia deixam a inteligência de lado (na maioria das vezes por não a possui-la) e negociam tentando ser "espertinhos". Dou risada dessas pessoas pois elas esquecem que enquanto eu negocio normalmente com 5, 6 pessoas simultâneamente, semana após semana, elas comprar no máximo, 3, 4 imóveis na vida e podem ser excelente médicos, advogados, astronautas, jogadores de futebol ou o que quer que sejam, mas como negociadores de imóveis sempre estarão um passo atras de quem faz isso a 12,15, 20 anos e pior, não entendem que isso é bom, pois a experiência que um profissional gabaritado como eu tem, é utilizada em benefício do cliente e não contra ele.

Como dizia, eles negociaram com inteligência, com integridade, com parametros claros, foram honestos e leais em cumprir com o que falaram e quando um cliente age desta forma, o corretor se necessário veste até a roupa do trabalhador da obra e vai ajudar a finalizar o o prédio, não porque ele queira vender outro imóvel necessariamente, se for possível isso, melhor, mas porque a postura que este casal adotou valoriza o meu trabalho e o de todos os envolvidos. Me sinto alegre e em paz por ter feito uma venda honesta e ter tratado com pessoas com comportamento identico e desejo a eles toda a felicidade que a vida puder ofertar a eles porque creio que se conduzem desta forma exemplar não apenas para comprar seu imóvel, mas na vida de forma geral e é disto, que mais precisamos neste momento nestas Terras Brasilis: Pessoas com um alto nível de dignidade que não achem que negócio bom é apenas o que elas conseguem ter vantagem e sim o que todos saem satisfeitos.

Obrigado pela simpatia, pela elegância na conduta e fica aqui o meu desejo ultra mega sincero de felicidade inacabável a vocês. E se eu não cometer a deselegância comigo mesmo de morrer até  a entrega do imóvel estarei com vocês na festa de entrega do mesmo.

É isso.

Ouvindo: Mutantes

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Os 10 mandamentos. Reflexões necessárias sobre uma novela desnecessária


Não quero aqui pixar a TV Record. Nada disso. Não quero também, ser um santarrão ou coisa do tipo, afinal Deus sabe bem o quanto estou longe disso. Mss o fato é que esta rolando  a tal novela e (Os 10 Mandamentos) em que pese o fato de eu só ver flashs muito rápidos ao zapear ou então em alguma outra circunstância, me sinto impelido (uia!!!) a falar sobre tal obra.

Antes de mais nada, não estamos falando, ao meu ver e seguindo a fé que tenho, de uma obra ficcional. Para mim o relato bíblico é verdadeiro e suficientemente claro sobre o que foi aquele periodo e como ele se deu. A novela da Record é uma salada incompreensível onde personagens biblícos foram absolutamente distorcidos e se comportam como se fossem personagens de folhetim da Globo, não  Egipcios e Hebreus que viveram milhares de anos atrás. Seus figurinos beiram o rídiculo puro e simples e sua maquiagem chega a ser de dar dó e embora tudo isso já seja o esperado em uma rede que não tem compromisso algum com o que seja verdadeiro, espanta que a novela esteja fazendo relativo sucesso.

Vejo crentes dizendo que a novela é realmente para a família e traz ensinamentos bíblicos. Ora, como podem afirmar tais coisas???  Os personagens vivem de intrigas e enganam uns aos outros o tempo todo exatamente como os das novelas que eles dizem repelir por ser da rede do Cão. Qual a diferença? Ao meu ver a diferença é que pegaram um texto biblíco e histórico, distorceram até onde foi possível distorcer, enxertaram baboseiras, tiraram  passagens fundamentais para a compreensão correta do que se pretende contar e tudo isso contando apenas com uma coisa; O profundo desconhecimento sobre um momento fundamental da história do povo de Deus na Terra.

A aposta dos "executivos" da Record se mostrou acertada, já que tem crente que afirma "aprender" com a novela que só deseduca e Os 10 mandamentos vai indo muito bem, obrigado. Mas o que isto diz sobre a comunidade Cristã ou boa parte dela nos dias de hoje? Muita coisa.

Começando pelo já propalado desconhecimento de passagens básicas porém capitais do livro que deveria ser, ao menos em tese, o manual de conduta dos que se dizem cristãos, a Biblia. Diz também que é fácil enganar a esta comunidade lhe oferecendo lenitivos na forma  de programas de entreterimento barato, cantores que não conseguem casar o que cantam com a vida que levam e pastores que não conseguem ser exemplos de pessoa de fé e caráter, sendo antes pessoas a quem se deve evitar seguir.

O sucesso de Os 10 mandamentos fala também sobre como a fé se tornou descartável e foi trocada por experiências do tipo "snapshot" algo rápido, descartável e sem conteúdo palpável algum. A comunidade cristã, ou boa parte dela abriu mão de se nutrir com a a verdadeira palavra de Deus para se deixar guiar por falsos líderes que simplesmente os manipulam enquanto levas e levas de pessoas se deixam alegremente serem tangidas como gado rumo ao precipício. Se recusam a abrir os olhos, a pensar com sua própria cabeça, e  sobretudo,  a pedir orientação divina.

Ser um cristão em tempos de novela com temática supostamente cristã em horario nobre em uma das principais redes de TV do país não é nada mais do que se declarar como tal e tentar encaixar este "cristianismo" como mais uma faceta da vida moderna. Ao invés de separar-se como um indíviduo diferente do mundo que o cerca, o cristão  que se senta em frente a tv e perde seu tempo vendo como Moisés NÃO conduziu seu povo, esta apenas tentando fazer com que o deus ao qual diz professar uma suposta fé, simplesmente se secularize exatamente como ele secularizado já esta. Não vai funcionar.

Os 10 mandamentos não passa de um produto da pior qualidade, com um texto que de tão ruim nem merece maiores comentários, atuações patéticas de atores que não merecem assim serem chamados e principalmente um conteúdo que não faz jus ao título. A Biblía e seus autores, pessoas que serviram ao Deus de Abraão e tantos outros patriarcas da fé, não deveria ser tão vilipendiada por gente tão sem escrupulo e sem o estofo necessário para escrever algo minimamente prestável.

É isso.

Ouvindo; Vencedores Por Cristo

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A bailarina e sua menina II


É sempre o mesmo tema. Sempre "Pour Elise", sempre os mesmos passos e rodopios e volteios. Mecânica e absolutamente sem graça se tornou o que faço e bem vocês sabem, eu tenho uma menina para agradar. Como eu posso agrada-la assim? No que me tornei? Uma bailarina presa a uma caixa que toca sempre a mesma música e nenhuma variação me é permitida? Será que é por este motivo que a menina, a minha menina, abre cada vez menos a caixa e quando a abre logo a fecha? Não pode ser por nenhum outro motivo, eu bem sei.

Quem me criou acha que me "produziu". Não percebeu que mais que um brinquedo, sou uma artista. Eu danço, eu sei dançar o sei como poucas. Eu poderia tomar corpo e tamanho e ir direto para qualquer palco de qualquer parte do mundo e bailar e bailar e bailar. Sem hora para acabar. Ser aplaudida efusivamente, ver as pessoas pedindo "bis". Sim, eu seria capaz de fazer isso e muito mais se não fosse apenas um brinquedo boboca que dança sempre a mesma música.

Mas se eu tomasse corpo e forma de bailarina de verdade, não ia querer palco algum além do quarto da minha menina. Todas as manhãs e todas as noites eu pensaria em uma nova coreografia para fazer os seus olhos brilharem de felicidade e suas mãos tão delicadas se unirem em aplausos pela minha performance. Eu seria feliz ao lado de minha menina e ela seria igualmente feliz ao meu lado.

Minha menina na verdade está crescendo e ao contrário de Pinóquio, eu não tenho uma fada para me transformar em uma bailarina de verdade e vejam que irônia, eu não minto, sou uma boa bailarina e meu delicado corpo de porcelana em nada lembra o rude corpo de madeira daquele boneco estúpido. Sou muito mais inteligente do que ele jamais será e dentro de mim, ao contrário do que imaginam, não existe um oco, ou algum material para preenche-lo. Existe amor, muito amor pela minha menina que a cada dia fica maior e que a cada vez que se lembra de mim e abre a minha caixa me tirando da escuridão, me surpreende com seu tamanho e beleza.

Hoje, no entanto é um dia especialmente triste para mim. Minha menina vai ganhar uma irmã, sua mãe veio comunica-la em seu quarto hoje cedo. Elas estão felizes, mas eu, na verdade estou chorando, porque a primeira coisa que minha menina disse foi que vai me presentear para sua irmãzinha. Sim, eu não serei mais da minha menina e isso me entristece sobremaneira, uma vez que em meus planos eu seria para semper de minha menina e não seria repassada nem a sua irmã e nem a ninguém. Seriamos inseparáveis e eu a veria ter os seus filhos e então, quando ela moresse, eu também me quebraria.

Porém não será assim. E fico me perguntando o que eu poss ter feito de errado para mninha menina querer me dar a outra pessoa. Eu não a amei o suficiente? Não soube expressar este amor por ser uma boneca de porcelana que dança? Para amar a minha menina e ser percebida por ela eu teria que ser como ela, de carne e osso? Não... Isso não garantiria o amor de minha menina. Nada, na verdade garante que uma pessoa vai amar a outra e é por esta razão que aprendi que temos que amar de graça, sem esperar reciprocidade, sem esperar consideração, sem esperar avisos para ausências, palavras de carinho, ternura, nada. Amar é algo que se faz porque se quer.

E quando amamos (e isto vale para bailarinas de porcelana e para seres humanos), temos que dizer, temos que expressar, temos que gritar ao mundo este amor, ainda que o que vá se receber em troca seja negativo, seja indiferença, seja ser repassado a outra pessoa. Amor é assim: Se dá não para se receber, mas para não se morrer afogado nele, para que ele não nos engolfe e para que ele seja canalizado a pessoa certa que ai sim poderá fazer com ele o que quiser.

Eu sei que minha menina nem sabe que eu existo no sentido de pensar, sentir e sobretudo viver para alegra-la. Para ela, sou apenas um brinquedo que sua vovó lhe deu e, bem, talvez eu não existisse se não tivesse fitado os seus olhos e ela os meus no momento em que ela abriu a caixinha. Sendo sincera, até a minha menina, eu não me percebia como um ser pensante e tenho certeza absoulta que isso tem a ver com a força do amor, porque quando vi minha menina pela primeira vez, eu tive certeza que estava irremediavelmente presa pelo amor que ela me despertou e então eu dançei e dançei de uma forma tão sublime que minha menina sorria e sorria e seu sorriso me fez ver que pela primeira eu tive valia.

Acontece que o tempo passa e os valores mudam e as necessidades idem e minha menina não precisa mais de mim para sorrir. Amor não cultivado de ambas as partes, amor que é unilateral mas ainda sim é mais forte que o carvalho. Amor que entende a distância e a falta de interesse do outro, amor que só pensa em fazer o outro feliz e dançar para ela quantas vezes forem necessárias e sempre como se fosse a primeira vez.

A minha menina não precisa mais de mim, desconfio que nunca tenha precisado, mas eu, ainda sim, estarei sempre pronta para dançar por ela.

É isso.

Ouvindo:Marcelo Jeneci

Paola Carossela, a digna.


Masterchef é como qualquer outro programa de tv, um produto feito para dar audiência. Não tenho certeza, mas desconfio ( seria fácil checar, mas estou com preguiça) que seja a maior audiência da Band. Com absoluta certeza, no entanto, é de longe a melhor atração do canal, ou a újnica na verdade que preste e valha a pena ser assistida.

O trio de jurados é competente. Fogaça, o brutal que com grunidos se expressa é sem dúvida o figuraça pra sentar em um bar e jogar conversa fora em um fim de tarde. Erick, o gordinho francês, tenta ser durão mas não passa nem perto disso. Mas é de Paola que quero falar.

É evidente que para assistir Masterchef é necessário levar em conta algumas questões. Não são cozinheiros que estão ali, são pessoas que gostam de cozinhar mas tem seus afazeres do dia a dia, sua rotina, suas razões e porques. Não vivem de cozinhar, não conhecem muitos dos ingredientes propostos pela produção, não tem enfim, obrigação alguma de entrega pratos fantásticos a cada episódio e ainda sim, se esforçam para tanto porque evidentemente querem ganhar, querem se projetar e quem sabe, depois de ganhar o programa, viver de cozinhar, por que não?

O que diferencia para mim o Masterchef de tantos outros programas com o formato de tentar se parecer com algo minimamente real, é que os jurados parecem entender estas questões a despeito de estarem em um programa e não ofendem os participantes ou os colocam abaixo de 0 como em "Esquadrão da moda" por exemplo, onde a tônica é chamar de imbecil, ainda que disfarçando com um bom humor que parece mais humor negro o que se esta fazendo.

Ainda que os jurados pareçam ser boa gente, a eliminação de ontem teve ingredientes únicos. Eu disse "ingredientes únicos" e estou falando ede um programa de culinária? Que horrível... Mas enfim, o que ontem aconteceu me me emocionou muito.

Paola, a encarregada de dar a triste e fátidica noticia a Lucas, não se aproveitou de uma mal disfarçada antipatia da audiência para com Lucas e ao invés de jogar para a audiência, usando de irônias e gracinhas que aniquilariam ainda mais  um já aniquilado Lucas, usou de compassividade, ternura e nem sequer usou termos como "eliminado" ou equivalentes, antes, agradeceu o candidato por ter chegado até onde chegou. E chorou.

Chorar é para atores e atrizes parte de seu trabalho. Para chefs de cozinhas delicadas como ela é uma válvula para aliviar a tensão ou tristeza. Ou ambos. E ela assim a utilizou. Sem vergonha, sem falsidade, sem sentimentos ruins. Buscou o ombro de Erick, chorou sozinha, se emocionou e esta emoção se deve ao reconhecimento do esforço do garoto Lucas, alguém tão ou mais  atrapalhado que eu e por quem tive identificação imediata. Chorei junto ao ver o vídeo de eliminação e a expressão terna e sentida de Paola, que lhe conferem uma dignidade impar e não reconhecer este tipo de conduta que faz com que o mundo ainda seja um lugar minimamente respirável seria injusto e leviano.

Hoje em dia é fácil ligar a tv e percorrer a infinidade de canais a disposição sem nem ter que passar por todos para ver cenas de ofensa a dignidade humana em forma de píadas jocosas que ressaltam defeitos que todos tem, mas parecem sempre ser apenas dos outros. Então, Obrigado, Paola, por sua postura digna e humana! O Masterchef e principalmente você ganham em estatura e eu, que nunca me interessei muito por frequentar restaurantes estrelados, faço agora questão de assim que tiver oportunidade, conhecer o seu apenas para poder dizer pessoalmente a você o que você já sabe, que você é uma pessoa única!

É isso

Ouvindo: VPC

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Eu acredito na Cruz. Só me chateio com as pessoas que dela querem fazer mercadoria.


Eu acredito na Cruz. Vi o trailer, parece um filme honesto. Entrei na onda de colocar a imagem do filme em minha foto no face, achei que seria legal e tals. Acredito na Cruz. Nãso acredito mais em uma sociedade que se mesmo ene os que se dizem crentes o que temos é a mesma forma  de promover tanto um produto secular quanto um filme Cristão.

Um filme, por mais que seja feito em esquema de produção digno de Hollywood, se tem temática Cristã não pode ser encarado ao meu ver como um mero  "blockbuster" pode ser promovido como tal. Veja, Denzel Whashington, protagonizou o "O Livro de Eli", um filme com temática claramente Cristã mas produzido por um estúdio  secular, e promovido como o que é: Um filme secular que fala de um assunto Cristão porque quer falar, embora tenha uma boa dose de violência e foi feito sobretudo, para ganhar dinheiro, nunca escondeu isso.

Eu Acredito... por sua vez, é um filme vendido como "estudo bíblico', vamos ser sinceros. Então, eu posso sim, imaginar que será promovido como tal, que terá tratamento diferenciado nas entrevistas para promove-lo por parte de seus protagonistas que será, enfim, algo realmente Cristão, feito por Cristãos.

Quando me deparo com uma chamada em redes sociais como a que acabei de ver "quer assistir eu acredito na cruz antes de todo mundo..." Como assim? ok sortear pares de ingressos, afinal em um filme Cristão, quanto mais pessoas o assistirem, melhor. mas, e talvez eu esteja sendo ingênuo, não creio que deveria ser este o enfoque quando falamos em gratuidades para ver a película.

Há meu ver, o que deveria acontecer é que ingressos deveriam ser distribuidos para pessoas que não podem ver o filme por motivos economicos ou para não cristãos que se itneressem em ver mas não queiram gastar com isso. Agora, criar uma pequena casta de "privilegiados" que vão assistir o filme "antes de todo mundo", me parece pouco inteligente e para ser franco nada Cristão.

Se somos Cristãos, não somos um povo diferente? Não fazemos as coisas juntos e unidos por um mesmo propósito? Não deveriamos nós divulgarmos este filme de graça, porque queremos ver a centelha do evangelho  virar uma labareda imensa que ilumine e guie aqueles que ainda não conhecem a Cristo até uma imagem factível e convincente de sua pessoa?

Mas se partimos de uma divulgação absolutamente igual a que todos os estúdios fazem para divulgar suas obras seculares, estamos ou não igualando esta obra a qualquer uma outra ja na partida? Estamos ou não deixando de diferenciar o que nasceu para ser diferente? Se um filme, se propõe a falar de Deus e seu amor deveria ou não ter um marketing diferente, uma abordagem diferente e se possível dar lucro já que se propôs a falar de tal tema?

Se como povo que diz seguir a Cristo não nos importamos com estas questões, quais questões importam então? Se a versão do Leonardo Gonçalves ficou tão boa quanto o original? Por que o Léo foi escolhido e não o cantor x, y ou z? Se o público vai se entreter com o filme ou vai bocejar? Se é esta a linha de questões que permeiam a curiosidade a cerca do lançamento do filme, estamos no caminho e errado de dar mais valor a forma que ao conteúdo.

Não deveriamos ao invés de pensar nos felizardos que verão o filme "antes de todo mundo" estarmos orando e clamando por uma atuação do Espirito Santo de Deus no coração dos que ainda são incrédulos quanto ao seu amor e que o filme possa ser uma primeira ponte que sirva ao dialógo entres os que não creem com os que creem na Cruz? Não deveríamos estar lutando incansavelmente pelo sucesso não do filme pelo sucesso em si mesmo, quer seja contando quantos ingressos serão vendidos, mas fazendo a contabilidade de quantas almas este filme ajudou a comover?

Desculpe, mas se qualquer outro pensamento que não seja o de fazer do filme um imenso trabalho missionário estiver nas mentes e corações dos distribuidores nacionais e dos produtores originais da obra na gringa, então este filme nem merece ser visto, pois é um produto feito de encomenda para se aproveitar da fé dos que amam ao Senhor e não percebem o poder de manipulação de setores que lucram com o que consideram a última tendência do momento e fazem até filmes para o público  "gospel" porque vão lucrar com isso.

Espero realmente estar errado em minhas palavras e que todas as intenções, que balizam este lançamento, inclusive a de fazer sorteios  nas Capitais mais ricas e que mais reverberam tendências culturais do país, São Paulo e Rio de Janeiro tenha um  motivo missionário que não consegui captar e não um motivo financeiro que parece tão evidente.

É isso.

Ouvindo: Newsboys

domingo, 16 de agosto de 2015

Reflexões que um Domingo de Sol traz (eu, uma versão de Jeff Goldblum em "The Fly")


Eu sou gordinho. Já fui magro, gordão, hoje sou gordinho. Não que a distinção mude alguma coisa em relação a quem eu sou, mas diz muito sobre como eu sou, no sentido físico. Que no final das contas, pouco importa (ao menos para mim).

Já fui um cara bem bonito quando jovem. Hoje sou beeem feio. Tenho total consciência disso. Não que isso importe também (ao menos para mim). Ser feio te deixa anonimo e não chamar a atenção pode ser, sob certos aspectos, algo extremamente positivo.

Sou, na maioria das vezes, um cara intratável. Difícil de se lidar, mal humorado, que diz bobagens e distribuo ofensas em escala industrial sem olhar a quem estou ofendendo e sem pensar se é necessário ou não ofender. Isso me faz ser odiado por boa parte das pessoas que me conhecem. Não que isso importe, (ao menos para mim).

Eu tripudio sobre a burrice alheia, alias, nãop perco uma chance de evidenciar o pouco conhecimento ou o rebaixo intelectual dos meus interlocutores sempre que possível. Faço isso pra me divertir, mas é, confesso, uma diversão bem solitária, uma vez que na maioria vezes as piadas são tão especificas, e as pessoas tão tapadas que simplesmente não conseguem entender do que estou falando. Não que isso importe, (ao menos para mim).

Eu não tenho modos. Eu peido o tempo todo, arroto, falo palavrão para caralho, falo em geral muito mais alto do que a boa educação manda, dou risada de coisas que as pessoas não entendem e me acham meio maluco por este motivo, eu toco o puteiro mesmo em termos de regras de convivência. Sou um gordo chato, mal educado e feio. Não que isso importe, (ao menos para mim).

Eu sou mais ou menos como o personagem de Jeff Goldblum em  "The Fly" (A Mosca), filme magistral de David Cronenberg, onde por uma série de fatores que não vem ao caso explicar, (vá assistir ao filme), o personagem central vivido por Jeff, vai se transformando em uma Mosca especialmente gosmenta e repugnante. Creio que passo a passo caminho para isso irremediavelmente estou a poucos me tornando uma mosca gosmenta e repugnante. Não que isso importe, (ao menos para mim).

A pouca cerimônia com que minha derrocada e a indiferença brutal que a ela dedico, são os principais fatores que me levam a escrever este texto em um Domingo que chega a ser quase obsceno de tão lindo. Por mais que eu tente, não consigo ser agradável aos olhos das pessoas, não consigo faze-las felizes com minha presença. Se tento ser agradável, acabo errando no tom e na quantidade e me torno chato. Se sou o que naturalmente sou, desagradável, estou em meu elemento, confortável, mas o desconforto a minha volta se torna evidente. Penso que seria interessante se as pessoas pudessem andar com um spray como o dos juízes de futebol, tendo o direito de delimitar com ele uma distância segura entre elas e eu. Todos ficariam felizes, e a intereção seria restrita ao minimamente necessário. Não que isso importe, (ao menos para mim).

Tenho o péssimo ato de me sabotar. Ontem ao conversar com meus clientes, disse-lhes casualmente que não tenho poder de gestão para ser um gerente de equipe de vendas. Isso é a mais pura verdade. Nas vezes em que fui convidado, declinei o convite, não sem uma dor enorme no coração, pois sempre quis ter uma equipe de vendas, sei muito bem que uma equipe de vendas nunca iria querer me ter como gerente. Eu fracassaria e se vislumbrasse a menor possibilidade de sucesso, daria um jeito de me sabotar, Eu me saboto o tempo todo, eu jogo contra  a menor possibilidade de sucesso que possa ter, porque acho que o sucesso seria a chave para o meu fracasso retumbante e final. Eu certamente não estaria pronto para o sucesso, ele me tornaria uma mosca ainda mais gosmenta e repugnante, não restando outra solução aos que comigo convivem  senão a minha total aniquilação. Não que isso importe, (ao menos para mim).

E é nesta total falta de importância que me dou e as coisas a mim relacionadas que sigo a minha vida. Tenho me sentido totalmente apático e por mais que queira genuinamente gostar mais das pessoas, interagir, ser uma outra pessoa, sempre acabo voltando ao ponto de partida de que não me interesso, antes de mais nada, por mim mesmo. Não me acho uma pessoa que tenha um mínimo de aptidões ou habilidades que possam interessar a quem quer que seja. No meu infinito particular, existe apenas uma carga muito grande de sofrimento pontuada com tentativas patéticas de transforma-lo em energia para superação. Não consigo. Não que isso importe. (ao menos para mim).

É isso.



Ouvindo: Maria Callas

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Eu decidi


Eu decidi que posso chorar a hora que eu quiser, sem ter que me esconder, sem ter que pedir licença para ser sensível, sem me envergonhar de ser como sou. Eu decidi também que posso gargalhar sempre que tiver vontade porque a felicidade é tão fugaz as vezes que tem que ser vivida ao máximo.

Eu decidi que se eu quiser cantar uma canção do Michael Bublé a plenos pulmões eu vou cantar sem me importar se existem pessoas ao lado para ridicularizarem  minha voz rídicula por natureza. Que se dane! Cantar me liberta, então eu vou cantar e ponto final.

Eu decidi amar a todos, até quem não me ama porque esperar amor em troca do amor que se dá é o caminho mais rápido para a decepção, mas dar amor sem nada esperar em que pese parecer insano é na verdade lúcidez em estado puro.

Eu decidi também que os parametros de "normalidade" que a sociedade coloca pode servir para ela, sociedade, e por mais que eu entenda que ninguém é uma ilha e interagir é preciso, eu entendo também que respeitar a mim mesmo e minhas crenças e motivações ainda que pareçam loucas é primordial.

Eu decidi mais ouvir do que falar. E não decidi calar por não ter o que dizer, mas porque entendi que tenho muito a ouvir e ouvindo aprender e aprendendo, me aprimorar e me aprimorando serei melhor e ser melhor dia a dia  aos 42 anos não é luxo é necessidade.

Eu decidi confessar minha total ignorância sobre todo e qualquer assunto que me seja apresentado. A pretensão de algo saber me embota a visão e me impede de realmente saber o que quer que seja. A presunção diminui a quem quer se exaltar  e conduz por caminhos que não quero trilhar.

Eu decidi que não mais serei indiferente a qualquer problema seja de quem for se eu puder de fato fazer a diferença e ajudar. Ajudar te deixa leve a indiferença é um peso que não quero mais carregar.

Eu decidi que a vida é compartilhar e que o egoismo não pode fazer parte de mim. Eu decidi que eu quero ser leve, quero ser amigo, irmão, quero ser alguém que quando partir, deixe boas lembranças, não um legado negativo.

Eu decidi ser feliz. Custe o que custar. E venho descobrindo que para ser feliz, não posso ser só, não posso me isolar, não posso ser referência negativa. Para ser feliz, eu preciso buscar na minha essência, o que eu sei que lá está, mas por puro desleixo, não deixo vir a tona. Chegou a hora de emergir em mim o que tenho de melhor. Chegou a hora de ser alguém. Chegou a hora de ser eu mesmo e me despir do personagem. Chegou a hora.

É isso

Ouvindo: Michael Bublé